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Originária das ilhas caribenhas, na América Central, a acerola teve seu cultivo fortalecido no Brasil nos últimos 20 anos, principalmente na região Nordeste, onde é utilizada na agroindústria para a fabricação de polpa de fruta. No perímetro irrigado Jacarecica II, gerido pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em área que abrange os municípios de Malhador, Riachuelo e Areia Branca, a “cereja-das-antilhas” tem transformado o perfil sócio-econômico de agricultores familiares da região.

A cultura foi implantada em Jacarecica II há três anos. Atualmente, em torno de dez lotes se dedicam exclusivamente ao plantio de acerola, além daqueles que destinam apenas uma parte do terreno ao plantio da fruta. Em época de colheita, a produção pode ultrapassar duas toneladas por semana. O negócio mobiliza centenas de trabalhadores da região e tem se mostrado um potencial gerador de empregos e renda. Que o diga o agricultor e pai de família Laércio Santos, responsável por administrar um lote com 1.200 pés de acerola, um dos maiores do perímetro.

Junto com ele, outros dois trabalhadores se revezam na condução do sítio. Em época de colheita, aproximadamente 15 pessoas trabalham no local. “Somos três homens fixos cuidando do lote e mais 12 catadores no período de colheita. Como a acerola produz o verão inteiro, durante esse período o lote fica cheio de gente. A acerola tornou-se a principal fonte de renda para alguns, e uma fonte alternativa para outros, como os catadores. Existe muita gente vivendo da acerola hoje em dia”, diz Laércio.

Segundo o gerente do perímetro Jacarecica II, Erotildes José de Jesus, a planta teve boa adaptabilidade na região. “É uma cultura nova que se adequou muito bem ao nosso solo e clima. Isso é percebido pela boa produtividade e pela qualidade do fruto. É uma planta que tem tido poucos problemas com pragas e doenças. Se eles tiverem zelo, a planta produz mais uns 20 ou 30 anos”, revela Erotildes.

Catadores

Importantes membros dessa cadeia produtiva, os catadores de acerola são requisitados durante todo o verão. A mão-de-obra é formada por moradores da região de Jacarecica II. Em sua maioria mulheres, eles recebem, em média, R$ 4,00 por caixa de acerola colhida – sendo que caixote cheio pesa em torno de 30 kg.  Para dona Ana Maria, assim como diversos outros catadores, a acerola se tornou um importante complemento na renda familiar.

“Se os pés estiverem bem carregados de frutas, enchemos um caixote em 40 minutos. No final de um dia de trabalho dá para encher umas sete caixas, e recebemos R$ 28,00 de pagamento. Normalmente colhemos a semana inteira, começando sempre com o raiar do sol. Esse não é o meu principal meio de sustento, mas é uma ajuda fundamental”, declara a mãe de 8 filhos.

Agronegócio

No povoado Tingui, nos domínios do município de Malhador, Bonfim Santos Gomes, o Dudé, auxilia o irmão na condução de 600 pés de acerola. No lote, quatro familiares se dedicam ao cultivo da acerola-sertaneja, e esse número sobe para 10 funcionários em época de colheita. Dudé afirma que um dos principais meios de escoamento da produção é a venda do produto para a agroindústria.

“Vendemos a acerola para uma fábrica na Bahia que produz a polpa da fruta. Também comercializamos com o atravessador, que repassa para as feiras livres, e com a Conab [Companhia Nacional de Abastecimento], através do programa do governo Frutos da Terra. Esse estímulo na comercialização é muito importante para nós”, diz o agricultor. Cada caixa é vendida, em média, por R$ 25,00, e o faturamento bruto da família chega a R$ 6 mil mensais.

Ainda na região do povoado Tingui, mas em terras riachuelenses, o lote de Cidivan dos Santos Oliveira é outro exemplo de como a acerola ganhou os agricultores locais. Além de macaxeira, cana e inhame, a família se debruça no plantio de 700 pés de acerola-sertaneja e acerola-okinawa, duas variedades da mesma fruta. “Plantar acerola se tornou nossa principal atividade e fonte de lucro. Lucramos cerca de R$ 4 mil por mês depois de pagar as despesas”, afirma o produtor, que também vende para a indústria baiana.

Irrigação

Os plantadores de acerola de Jacarecica II reconhecem um dos principais papeis da Cohidro e destacam a irrigação como etapa importante do processo. “A acerola é uma cultura que pede muita água. E com a irrigação a custo zero que a Cohidro promove, podemos produzir o ano inteiro”, destaca Dudé. “Aqui no lote nós temos duas áreas irrigadas. Na estiagem, irrigamos cada área de três a quatro vezes por semana, sempre em noites alternadas. A água que vem da barragem é de boa qualidade e importante para nossa produção”, avalia Laércio Santos.

Entusiasmado com o sucesso da acerola em Jacarecica II, o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, afirma que acompanhará ainda mais de perto o desenvolvimento da cultura naquela região. “Já que o perímetro irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, tornou Sergipe um dos maiores produtores de goiaba e quiabo do Brasil, devemos ficar atentos a toda cultura que se destaca em um determinado perímetro, pois ela pode ser o diferencial daquela região. Fico feliz com o sucesso dos plantadores de acerola. Uma fruta saborosa, que traz saúde e energia, e sai de nossos perímetros para abastecer Sergipe e outros estados. Além da irrigação e da assistência técnica, a Cohidro continuará acompanhando a acerola em Jacarecica II”, declara Bodano.

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