Abertura do Fórum de Forró de Aracaju emociona a cantora Marinês
A saudação inicial foi dada pela presidente da Funcaju, Tânia Soares, que ressaltou a importância do fórum para consolidação da cultura regional e destacou a força da cantora Marinês enquanto mulher nordestina e construtora de uma cultura apreciada e respeitada em todos os cantos do país. “Marinês representa a resistência da cultura nordestina e cada vez mais consegue universalizar seu trabalho em favor da nossa gente”, disse Tânia.
Em seu discurso, o prefeito Marcelo Déda lembrou o desafio de organizar o Forró Caju já no início de sua gestão como administrador municipal e ressaltou também a importância da criação do Fórum de Forró, evento que já serve de referência para muitos pesquisadores e artistas nordestinos. “Além disso temos o orgulho de ter o forró, as quadrilhas juninas, as fogueiras e outros elementos como peças fundamentais da nossa cultura”, disse o prefeito. “Para nós, eventos como esses representam um mergulho na alma nordestina através do forró”.
O prefeito também falou sobra a realização dos dois primeiros fóruns em homenagem a Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, respectivamente, e elogiou a iniciativa do ex-presidente da Funcaju, Francisco dos Santos, e Paulo Correia, idealizadores do evento em Aracaju. “Me sinto um prefeito feliz por ter na nossa política cultural um espaço como esse”, disse Déda.
Em relação a homenageada do evento, a cantora Marinês, Marcelo Déda frisou que a importância histórica daquela que considera um “mito” vem justamente do fato dela ter representado a presença feminina num estilo musical dominado por homens em décadas passadas. “Para nós é um prazer poder ter um mito como Marinês com a gente nessa noite”, afirmou o prefeito.
Palestra
Na presença de vários pesquisadores, professores universitários, músicos, estudantes e admiradores do forró, o professor doutor paraibano Durval Muniz Albuquerque Júnior realizou a primeira palestra do Fórum de Forró no Atheneu. Ele foi apresentado pela professora Terezinha Oliva, representando o Departamento de História da Universidade Federal de Sergipe.
Segundo o professor Muniz, muitas idéias propagadas até hoje em relação à cultura nordestina não correspondem à verdade. “Dizer que a música de Luiz Gonzaga, por exemplo, tem origem rural é uma mentira. Apesar de ser nordestino da zona rural, Luiz Gonzaga projetou sua música na zona urbana no Rio de Janeiro. Portanto o baião é urbano”, disse o pesquisador. “O que temos que fazer é perder esse complexo de inferioridade por sermos nordestinos. Temos que acabar com aquela idéia de que nosso produto cultural só presta se for aplaudido pelo Sul”, ressaltou Durval Muniz, arrancando aplausos da platéia do fórum.
Após a palestra, Marinês pediu licença ao público para apresentar o filho Marcos Farias, apontado como principal herança deixada pelo músico e ex-marido Abdias. “Não tem como deixar de ficar emocionada com isso tudo. Aracaju está presente em minha vida desde o início da carreira. Eu lembro que ainda novinha vim cantar aqui na inauguração de uma rede de lojas”, disse Marinês. “Todas essas palmas eu quero dividir com vocês e agradecer à cidade pela homenagem”.
Ainda na noite de ontem os participantes do Fórum de Forró tiveram a oportunidade de debater com o professor Muniz, Marinês e o filho Marcos Farias, que é produtor musical, sobre vários aspectos da cultura nordestina. Ao final do debate houve show de forró na quadra do Colégio Atheneu, onde também foi servido um coquetel de comidas típicas nordestinas para os convidados.
O Fórum de Forró prossegue hoje, dia 28, com palestras, apresentação musical e abertura da exposição sobre a vida e obra de Marinês.[/vc_column_text][/vc_column]
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- Abertura do Fórum de Forró de Aracaju emociona a cantora Marinês – Fotos: Márcio Dantas AAN
