Técnicos do Ministério da Saúde supervisionam programa de tuberculose

Três técnicos do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde (MS) estão em Sergipe desde segunda-feira, 21, até a próxima quarta-feira, 23, para supervisionar o trabalho realizado na área pelo Estado e municípios. O grupo está visitando as áreas de coordenação, assistência, medicamentos e laboratórios do Estado e dos municípios de Aracaju e São Cristóvão. Na tarde desta segunda-feira, eles estiveram no Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe (Lacen) e o Almoxarifado Central (Alcen).

Segundo a enfermeira Maria Heide Mesquita, responsável técnica do Programa de Tuberculose da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (SES), os técnicos vieram não só supervisionar, mas prestar uma assessoria técnica, conhecer o serviço dos programas do Estado e municípios, ver os pontos positivos, orientar nos negativos e ajudar no planejamento.

De acordo com Heide, existem três municípios prioritários no cuidado à tuberculose em Sergipe: Aracaju, São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro. "Estes municípios são responsáveis por 50% dos casos de tuberculose em Sergipe. Em Aracaju e São Cristóvão, os laboratórios de baciloscopia são públicos e serão visitados pelos técnicos nesta terça-feira, 22", informou a técnica da SES.

O Programa de Controle da Tuberculose funciona nos 75 municípios sergipanos. "No Lacen é realizada a cultura, o teste de sensibilidade e controle das lâminas do bacilo da doença, que são colhidas nos municípios. Também existem os livros de registros de tuberculose com os dados e com as ações para os pacientes. Por isso os técnicos vieram checar as informações", explicou.

Os técnicos do MS também verificaram no Almoxarifado Central (Alcen) da Secretaria de Estado da Saúde (SES) a forma como os medicamentos são armazenados. "Os remédios são enviados pelo Ministério e o Estado repassa aos municípios, que os entregam aos pacientes através de um controle de dados", completou Heide.

Nesta segunda-feira, o secretário de Estado da Saúde, Rogério Carvalho, reuniu-se com os técnicos para conhecer mais profundamente e discutir a situação do Estado em relação à tuberculose. Em 2006, Sergipe registrou 656 casos da doença. No ano passado este número caiu para 508, uma diminuição de 22,56%.

Avaliação

O consultor técnico do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, Valdir Ferreira, informou que existem vários grupos no MS visitando os estados. "Em nossa visita a Sergipe, já constatamos avanços significativos com a descentralização do programa para a Atenção Básica, através do Programa de Saúde da Família, que tem condições de identificar e encontrar os pacientes", disse Valdir.

De acordo com ele, um ponto positivo para Sergipe é que 100% dos municípios têm o programa de controle. "Em outros estados, este percentual está muito longe de ser alcançado. Além disso, em Sergipe os técnicos são muito qualificados e o apoio dado pelo secretário ao programa é fundamental", avaliou o consultor, segundo quem as dificuldades encontradas podem ser vencidas dentro do Estado, sem a interferência do gestor federal.

"Existe no Brasil uma estimativa de 90 mil casos de tuberculose. Todos os anos são gastos R$ 20 milhões com medicamentos para tuberculose fabricados no Brasil. É necessário que os estados e municípios fiquem atentos para que os pacientes não abandonem o tratamento, que dura em média seis meses. Cada vez que é interrompido, o tratamento diminui o poder de eficácia e ainda onera mais os cofres públicos", informou Valdir.

Valdir Ferreira veio a Sergipe acompanhado de Ana Lourdes Rocha, técnica do Programa de Tuberculose da cidade do Rio de Janeiro e de Alessandra Pereira, técnica da Secretaria Estadual de Saúde da Bahia. Nesta quarta-feira, 23, a equipe apresenta a análise das visitas com pareceres e orientações técnicas da situação encontrada no Estado.