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* Por Paloma Abdallah

Com uma caneca branca na mão, voz suave e dona de uma calma que parece antagônica a um set de filmagens, a atriz Maria Flor contou alguns detalhes sobre Rosângela, a personagem que interpreta no filme ‘O Senhor do Labirinto’. A produção tem o apoio do Governo do Estado. Através do Programa de Apoio Cultural desenvolvido pelo Banco do Estado de Sergipe (Banese), serão investidos R$ 500 mil na produção do filme. Em outro convênio, através do Fundo Estadual de Patrocínio de Projetos de Comunicação Social serão investidos R$ 270 mil, totalizando R$ 770 mil para a produção do longa-metragem.

O filme terá 95% de suas filmagens em Sergipe, contando com 80% de mão-de-obra local, entre elenco, integrantes da produção e equipe técnica. Além disso, a Tibet Filme, produtora do filme, vai doar o acervo das réplicas das obras de Arthur Bispo do Rosário para o Governo do Estado.

Personagem

Rosângela é uma estudante de Psicologia que consegue adentrar no mundo esquizofrênico de Arthur Bispo do Rosário. A partir de então, Rosângela se torna uma personagem muito importante na vida de Bispo do Rosário.

Aos 24 anos, Maria Flor já trabalha há seis como atriz profissional. “Mas comecei quando criança, no teatro da escola”, lembra. Ela já atuou em alguns filmes como ‘O diabo a quatro’, ‘Cazuza’ e ‘Proibido Proibir’. Maria Flor também já trabalhou em novelas da Rede Globo, como ‘Cabocla’, ‘Belíssima’ e ‘Eterna Magia’, onde protagonizou Nina.

Agência Sergipe de Notícias – Quem é a Rosângela de ‘O Senhor do Labirinto’?
Maria Flor – Ela é uma estudante de Psicologia, que vai trabalhar na Colônia Juliano Moreira, onde Arthur Bispo do Rosário está internado. De todas as psicólogas que trabalham na Colônia, ela é a única que consegue conversar com Bispo do Rosário, que tem acesso ao salão central, onde está o material produzido por ele. É a Rosângela que pode mexer nas obras, que conversa sobre a infância de Bispo, sobre os pais dele. Para Arthur Bispo do Rosário, ela é uma pessoa muito importante. Ele tem uma paixão platônica, ele acha que a estudante é a rainha dele.

ASN – Qual a essência dessa personagem? O que fez com Bispo do Rosário se apaixonasse por ela?
MF – Rosângela é uma pessoa simples, que está em um lugar muito duro. Ela escolheu fazer isso profissionalmente, tratar de pessoas que vivem com transtorno mental. Ao mesmo tempo em que a personagem é forte, e precisa ser por estar dentro da Colônia, ela é muito doce. Além disso, o Bispo exerce uma atração muito forte sobre a Rosângela, desperta a sua curiosidade, já que ele é uma figura diferente em meio aos outros pacientes. Talvez, por causa da insistência de ir muitas vezes atrás dele, Rosângela tenha conseguido fazer com que o Bispo cedesse.
 
ASN – O que a Maria Flor imprimiu da sua personalidade na Rosângela?
MF – Rosângela carrega o dualismo de ser forte e doce. Talvez essa doçura seja uma coisa mais minha do que dela, algo que doei para ela.

ASN – Você já tinha tido contato com a obra de Arthur Bispo do Rosário?
MF – Eu conhecia Arthur Bispo de nome, sabia que tinha sido um artista esquizofrênico, que tinha sido internado na Colônia Juliano Moreira, sabia que tinha produzido bordados. Mas eu não conhecia a obra dele, nunca tinha visto a obra dele. Quando me chamaram para fazer o filme, achei muito interessante retratar a importância que ele tem para as artes no Brasil.

ASN – Sobre as filmagens terem acontecido fora do eixo Rio-São Paulo, qual a sua opinião?
MF – Eu acho maravilhoso. Acredito que todos os estados deveriam apoiar a produção de filmes, para dar a possibilidade de as pessoas conhecerem esse tipo de trabalho. Não o trabalho do ator, mas o trabalho do assistente de direção, do técnico de som, do assistente de câmera. São várias funções que se concentram muito no Sudeste. Além disso, ainda tem a vantagem de dar a possibilidade de as pessoas conhecerem as peculiaridades e a cultura de outros estados. O Brasil é tão grande e cada região apresenta uma característica diferente. Esse filme poderia ser rodado no Rio de Janeiro, mas a produção encontrou parceiros aqui que estavam dispostos a ajudar nesta realização.

ASN – Qual a diferença em atuar em novelas e no cinema?
MF – O processo do cinema é mais intenso e mais longo. Tem mais tempo de preparação do personagem, mais tempo para ensaios. É um cuidado diferente porque cinema é uma obra que fica. A novela passa, são muitas, três por dia, além da reprise. A televisão é uma indústria que tudo tem que ser feito rápido, todos os dias tem que colocar capítulo no ar. Já o filme é uma obra de duas horas, que existe um cuidado maior na produção. No entanto, um não é melhor do que o outro, apenas são diferentes.

ASN – Quando acabar as filmagens, você já tem algum trabalho?
MF- Sim. Logo que acabar vou direto para São Paulo para começar a trabalhar na minissérie ‘Som e fúria’ da TV Globo. Ela é uma produção da O2 Filmes, de Fernando Meirelles. Serão 12 episódios com vários atores maravilhosos, como Andréa Beltrão, Felipe Camargo, Regina Casé, e conta a história de uma companhia de teatro shakespeariana em crise.

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