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"Olha só pra isso. Esse é o tipo de manifestação que atrai tanto crianças como idosos. Meu pai mesmo já está com seus 78 anos e adora essas coisas!". Ao dizer isso, a pedagoga Josecira Mota da Silva, 52 anos, já estava apreciando muito mais do que a apresentação da quadrilha Luiz Gonzaga no Arraiá do Povo na sexta-feira, 20. A visitante viu que cada passo de dança, cada rodopio, cada estandarte levantado estava submetido ao olhar explorador de crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos, de uma multidão sem faixa etária definida. Durante toda a noite de sexta-feira, atrações genuinamente sergipanas estabeleceram que festa junina, no Arraiá do Povo, é para todas as idades. 

Para que fosse atraído um público tão diversificado, bastou que a cultura sergipana fosse, mais uma vez, o centro absoluto das atenções. No Arraial Lampião e Maria Bonita, os trios Espinho de Mandacaru e Capim Canela não deixaram ninguém parado. Já pela programação folclórica, o grupo Caceteiras do Rindú, de São Cristóvão, e a quadrilha Luís Gonzaga fizeram uma festa de cores e ritmos que abarrotou de gente os quatro cantos do arraial. E pelas ruelas da cidade cenográfica, a banda de pífano Pife do Pífano e os repentistas Vem-Vem do Nordeste e João Bezerra entretiveram o público com uma apresentação itinerante e irreverente.

Tranquilidade e organização 

Em cada uma das atrações, era possível vislumbrar visitantes de todas as idades. O aposentado baiano Durval Souza Filho, de 68 anos, se impressionou com o folclore local e não mediu esforços para estabelecer Sergipe nos seus planos. "Todo ano estarei aqui. Sergipe já faz parte do meu roteiro turístico", disse. Já a estudante baiana Lorena Bomfim, 20, acompanhou de perto a programação do Arraiá e se encantou com o ambiente. "Esse lugar está muito bonito, muito bem decorado mesmo". 

A também baiana Larissa Cabanelas, 21, destacou por sua vez a tranqüilidade. "Está tudo organizado, não vi confusão nenhuma em lugar nenhum, muito sossego. É o local certo pra trazer a família". Algo que ela mesma fez, ao levar a prima Ellen Campos, de 10 anos, para curtir a cidade cenográfica do imenso arraial da Orla. "Estou gostando muito", disse Ellen. 

Acompanhando de perto a apresentação da quadrilha Luís Gonzaga, a pedagoga Josecira Mota da Silva, 52 anos, apreciou a organização da festa e garantiu que levará toda a família para lá nos próximos dias. "Este espaço está muito melhor para passear e transitar do que no ano passado. Tanto é que o que você mais vê aqui são mães com filhinho pequeno", disse. 

Depois de constatar de perto o público universal que freqüenta o evento, a pedagoga conta que se encorajou a levar para o Arraiá do Povo um convidado que, a despeito da idade, não dispensa um forró. "Meu pai tem 78 anos, mas adora quadrilha, São João, São Pedro. Está tudo tão bom, tão bonito, que pretendo trazê-lo pra cá". 

Espinho de Mandacaru

A apresentação do trio Espinho de Mandacaru não deixou ninguém parado. "Está muito animado, a banda é excelente e forró que eles tocam é muito bom", disse Vanúsia Morgante, que participa do Arraiá do Povo pela segunda vez seguida.

Contendo raízes tipicamente sergipanas, o trio Espinho de Mandacaru, apesar de novo nos palcos, tem uma vasta história. A maioria dos seus componentes são da mesma família, o que foi decisivo para o sucesso e entrosamento da banda. O vocalista e líder do grupo, Marcos Rosendo, é filho do casal de forrozeiros Zé Rosendo e Marluce, e confessa que o apoio e a influência, que vieram de dentro de casa, foram fundamentais para o sucesso. "É coisa de sangue, o forró já está na veia de nossa família", afirmou ele, ao abraçar a mãe, Marluce, que acompanhava sorridente o show do filho.

Marcos Rosendo também elogiou o apoio do Governo do Estado para a festa. "O governador Marcelo Déda está de parabéns. A festa está linda e muito bem organizada. As secretárias envolvidas no Arraiá do Povo estão fazendo um maravilhoso trabalho, sem medir esforços para que saia tudo da melhor maneira possível", disse ele.

A opinião do vocalista da banda foi compartilhada pela psicóloga Tatiane Carvalho, que acompanhou a festa dos bares montados na cidade cenográfica. "A animação é contagiante, está tudo muito bonito, sem contar a segurança, o que nos tranqüiliza bastante", disse ela.

Pífano

Outra atração da noite foi o Pífano de Pife Zabumba de Timbaúba, do bairro Getúlio Vargas, da capital. Com sete anos de existência, o grupo é composto por cinco integrantes. O líder do grupo, Pedrinho Mendonça, se disse maravilhado com a grandeza do evento. "É muito gratificante tocar em festas como essa, que tem um público atencioso e que sabe valorizar a cultura local", contou Pedrinho.

Pífano é um instrumento de influência indígena, feito de taboca, uma espécie de bambu, com sete orifícios, um para soprar e seis para dedilhar. "Podem ser feitos de outros materiais, como canos de PVC ou canos de metal, mas não têm a mesma sonoridade nem a mesma beleza", afirmou Pedrinho.    

Uma curiosidade que também compõe o nome da banda diz respeito à Zabumba de Timbaúba, um instrumento utilizado por este grupo que foi doado por um trio de pífanos de Alagoas. A zabumba de Timbaúba tem cerca de 150 anos e foi feita de um troco inteiro desta árvore. "Apesar de antigo, o instrumento não perdeu sua característica fundamental, que é a beleza de seu som", disse Pedrinho Mendonça.

Acompanhe a programação deste sábado, 21, no Arraiá do Povo:

Arraial Lampião e Maria Bonita

18h – Jailson do Acordeon
Nordestino do Ritmo

Palco Clemilda

21h – Zé Costa

23h – Xotirado

0h30min – Genival Lacerda

2h – Painel de Controle

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