Arraiá do Povo valoriza cultura e artistas sergipanos

Uma noite de muita música, animação, história e diversão. Assim foi a noite deste domingo, 8, que marcou uma semana do Arraiá do Povo, organizado pelo Governo do Estado na Orla de Atalaia. Sem shows no palco Clemilda, as atrações se concentraram no Arraial Lampião e Maria Bonita e na cidade cenográfica. Trio Pavio do Forró, a dupla de emboladores Léo Embolador e Beto do Pandeiro, a centenária Banda de Pífanos Nossa Senhora Conceição, de Muribeca, o samba-de-coco da Mussuca, a quadrilha Unidos do Sertão e o Trio Lua de Prata, que gravou seu CD ao vivo no Arraiá, fizeram a alegria dos forrozeiros e das famílias que passaram pelo local.

O clima de tranqüilidade também marcou a noite. Famílias inteiras foram ao Arraiá do Povo neste domingo. "Eu vim brincar com meu primo", disse a pequena Luana Alves, de 4 anos. "Ela e o primo vão brincar até cansar. Aqui a gente pode sentar para comer e deixar as crianças brincando, porque é seguro", disse a dona de casa Maria Cristina Alves, mãe de Luana. Dançando no Arraial Lampião e Maria Bonita estavam as irmãs Cynthia e Kelly. "Elas gostam de dançar quadrilha junina e pediram para vir hoje. Está bem agradável. O Governo está de parabéns pelo espaço", contou o pai das meninas, José Francisco dos Santos.

A primeira atração da noite foi o Trio Pavio do Forró, criado em 1986. Segundo o idealizador do grupo, Normando Inácio, ou simplesmente Pavio, o espaço montado este ano pelo Governo do Estado está perfeito. "O melhor ano da festa aqui na Orla está sendo esse. A estrutura ficou parecendo com uma cidade do interior. Parece que eu já morei nessa cidade cenográfica. O Governo está de parabéns", disse ele, que é de Divina Pastora.

Depois foi a vez da dupla de emboladores Léo Embolador e Beto Pandeiro se apresentarem no palco do Arraial Lampião e Maria Bonita. Primos e com 18 anos, os moradores do povoado Saco da Camisa, em Poço Verde, agradeceram a chance de se apresentar na capital. "Mostrar um pouco da nossa cultura não tem preço. É algo muito bom", disse Beto. Eles também se apresentaram pela cidade cenográfica durante a noite. "As pessoas gostam e o público é acolhedor. O Governo está ajudando o artista sergipano a divulgar o seu trabalho", disse Léo Embolador.

Tradição

Quem levou o público a dançar e apreciar as raízes culturais nordestinas foi o samba-de-coco da Mussuca, de Laranjeiras. "É uma honra tocar aqui. É muito importante trazer as raízes culturais sergipanas para cá", disse Maria da Conceição de Jesus, líder do grupo, fundado há nove anos. Quem gostou foi a turista carioca Fátima Fernandes, que passou o fim de semana em Aracaju. "Eu não conhecia o samba-de-coco daqui, lembra um pouco o jongo do Rio de Janeiro. Fiquei encantada", afirmou.

Circulando pela cidade cenográfica estava a Banda de Pífanos Nossa Senhora da Conceição, de Muribeca. Fundada há mais de 100 anos pelo avô de seu Givaldo dos Santos, 60, um dos flautistas, o grupo se renova na formação, mas os instrumentos permanecem. "Esses instrumentos começaram com meu avô, que passou para o meu tio e eles chegaram até mim", disse Givaldo. Outro integrante do grupo, José Francisco de Oliveira, elogiou o Arraiá do Povo. "É muito bom para nós estarmos presentes e mostrarmos nossa arte. O espaço é bom e a festa está bem organizada".

Gravação

A penúltima atração no Arraial Lampião e Maria Bonita foi a quadrilha Unidos do Sertão. Criada há cinco anos, na Coroa do Meio, ela foi a campeã de 2007 do Grupo Observação e este ano está no primeiro grupo do concurso de quadrilhas de Sergipe. A Unidos do Sertão apresentou um espetáculo baseado na noite de São João e empolgou os presentes.

Para encerrar a noite o Trio Lua de Prata. Formado há cinco anos, o grupo aproveitou o show no Arraiá do Povo para gravar, ao vivo, o seu terceiro CD. O sanfoneiro e um dos criadores do trio, Carlos Oliveira, elogiou a estrutura da festa e o pagamento do cachê na hora do show. "Graças ao atual Governo do Estado aconteceu o fato inédito de se pagar na hora o cachê. Antes isso não existia. Agora, o artista sergipano está sendo ainda mais valorizado", afirmou Carlos Oliveira.