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A queda de 80,16% no número de novos casos notificados de dengue e de 73,1% no número de confirmações registrados em maio fez com que Sergipe saísse da situação de epidemia da doença para o médio risco de epidemia. Apesar da redução de casos, a dengue continua fazendo vítimas fatais e a sociedade não pode se desmobilizar para o seu combate.

De acordo com dados da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (SES), desde o início de 2008 entraram em investigação 56 óbitos com possibilidade de serem decorrentes da dengue. Sergipe registrou até o dia 5 de junho 27 óbitos causados pela doença. Ela foi descartada como causa da morte de cinco pacientes oriundos dos municípios de Itabaiana (1), Aracaju (1), Itaporanga (1) e Nossa Senhora do Socorro (2). Há neste momento 24 óbitos em investigação.

"A letalidade da dengue não está necessariamente atrelada ao grande número de casos que já registramos. Isto porque não precisamos de 100 doentes para que um venha a falecer por causa da doença. Para que uma pessoa morra de dengue, basta que apenas uma pessoa esteja doente", explica o infectologista Marco Aurélio Oliveira, membro do Núcleo de Vigilância Epidemiológica do Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE).

Segundo o médico, a população e os poderes públicos precisam manter o estado de vigilância absoluta no combate à dengue, já que é justamente nos momentos em que a quantidade de casos da doença decresce que pode aumentar o número de vítimas fatais. "As pessoas tendem a diminuir a sua preocupação com a doença quando percebem que ela está caindo, mas é preciso frisar que diminuiu a quantidade casos, e não a agressividade do vírus", afirma Marco Aurélio.

Investigação

O infectologista explica ainda que todos os óbitos de pacientes com suspeita de dengue entram nas estatísticas de investigação da Secretaria da Saúde, independente de o laudo médico não especificar a dengue como causa da morte. Ele faz um alerta ao afirmar que, ainda que a velocidade com que os óbitos são investigados não atenda ao anseio da população pela informação, o tempo e cautela demandados para a análise de prontuários e trajetória de cada pessoa são essenciais para resultados seguros.

"Seria uma irresponsabilidade do Estado simplesmente dizer que todos os pacientes morreram por causa de dengue porque, dessa forma, deixaríamos de investigar as reais razões dos óbitos e de encontrar, por exemplo, mortes causadas por outras doenças com sintomas parecidos como leptospirose, meningite meningocócica, hantavirose, que se tornam mais freqüentes nesta época do ano e também são importantes para a saúde pública", opina Marco Aurélio.

Epidemia

O número de notificações de novos casos diminuiu de 14.042 em abril deste ano para 2.805 em maio. Do mesmo modo, a incidência da doença caiu de 698,8 para 138,6 a cada 100 mil habitantes. Como a epidemia é caracterizada pela existência de 301 casos ou mais para cada 100 mil habitantes, Sergipe está agora num quadro de médio risco para epidemia.

"É esse o parâmetro científico utilizado oficialmente pelo Ministério da Saúde para classificar se o Estado está em epidemia ou não. Mas isto não significa em hipótese alguma que a doença deixou de ser perigosa ou que a comunidade pode relaxar em relação ao combate ao mosquito transmissor. Não é porque diminuiu o número de casos que a doença enfraqueceu do ponto de vista de sua letalidade", disse Marco Aurélio.

Segundo o infectologista, algumas razões precisam ser consideradas para o aumento do grau de letalidade da dengue, como a circulação em Sergipe do vírus tipo 3, isolado recentemente pelo Ministério da Saúde, e o fato de as crianças com até 10 anos nunca terem participado de uma epidemia anterior. Na próxima segunda-feira, 9 de junho, a Secretaria da Saúde divulgará novo boletim com dados atualizados sobre a dengue em Sergipe.

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