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Uma experiência inédita está sendo realizada em Sergipe pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), através da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), no município de Canindé do São Francisco. A palma está sendo produzida na caatinga em sistema de agrossilvipastoril, uma forma mais simples de plantar o conhecido alimento. A palma supre a falta de forragem para os animais do semi-árido no período de estiagem.

Denominado ‘Palma da Vida’, o trabalho vem sendo desenvolvido na comunidade Pelado, em Canindé de São Francisco, onde foi instalada uma unidade de observação. Lá, agricultores e técnicos da Emdagro acompanham o desenvolvimento da palma produzida em plena caatinga. Segundo o agrônomo da Emdagro, Renato Figueiredo, a área foi implantada em primeiro de maio de 2007, na propriedade de Arnaldo Vieira Santos, presidente da Associação de Agricultores Familiares daquela comunidade.

"O início foi de muita desconfiança, principalmente porque o inverno do ano passado foi fraco em Pelado e alguns produtores achavam que a palma não iria desenvolver. Além disso, a palma que utilizamos no plantio não era de qualidade, pois era velha", afirmou Figueiredo. Além dos técnicos da Emdagro, o trabalho é acompanhado por nove agricultores da comunidade, que participaram de todo o processo, desde o raleamento da área, plantio da palma, aplicação de biofertilizante e a limpa da área.

"É um verdadeiro mutirão. Como é um experimento, implantamos a palma em três situações. Uma parte que está em local aberto, outra que está bem sombreada embaixo do umbuzeiro e a terceira que está mais sombreada pela caatingueira e pela jurema. O que percebemos é que, protegida e integrada ao meio ambiente, a palma dá uma resposta surpreendente, principalmente quando plantada embaixo do pé de umbuzeiro", disse o agrônomo.

Sobre a experiência, Arnaldo Vieira Santos ressaltou a importância do trabalho. "Além de não matar a caatinga, ainda temos o que ela pode dar: as estacas, o mourão, o umbuzeiro e temos a palma suficiente", disse. Ele lembrou que vários outros agricultores já se mostraram interessados em plantar da mesma forma.

O agrônomo Renato Figueiredo informou que já começaram a implantação da experiência na comunidade Pelado e outros campos de produção de palma na caatinga. "O grande objetivo desse projeto é a preservação da caatinga, facilitando o agricultor ter uma produção maior da palma. E o resultado mais importante é vermos agricultores que desmataram a caatinga para produção da palma quererem reverter o processo. Nessas áreas, vamos plantar a palma e depois fazer o plantio de essências florestais da caatinga", disse Figueiredo.

Bioma Caatinga

O bioma Caatinga é o mais negligenciado dos biomas brasileiros, nos mais diversos aspectos, embora sempre tenha sido um dos mais ameaçados, devido às centenas de anos de uso inadequado e insustentável dos solos e recursos naturais. Estudos apontam que a área de caatinga original no Brasil era de aproximadamente 1 milhão de km². Atualmente, a área remanescente é de 734.478 km² e menos de 1% está sob proteção de unidades de conservação.

A caatinga ocupa cerca de 7% do território brasileiro. Estende-se pelos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia e norte de Minas Gerais e estima-se que existem mais de 900 espécies de vegetais. A conservação desse bioma, o único exclusivamente brasileiro, é importante para o equilíbrio do meio ambiente (proteção do solo, manutenção do clima, entre outros) e preservação da diversidade biológica.

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