Famílias saem pacificamente do antigo clube dos sevidores

Na manhã desta quarta-feira, 7, aconteceu a retirada das famílias que ocuparam o terreno do antigo Clube dos Servidores Públicos, localizado no bairro Robalo. A desocupação foi monitorada pela Polícia Militar e transcorreu de forma pacífica. Duzentas e quarenta e duas famílias ocupavam o local há cerca de três meses. Procurada pelos movimentos sociais, a Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides) mediou a retirada dessas famílias para outro local.

Após cerca de 20 dias de negociação, ficou acordado que eles irão ocupar provisoriamente um terreno localizado no bairro Santa Maria. Por solicitação das próprias famílias, a Polícia Militar está dando proteção à ocupação, para que oportunistas não se beneficiem dessa negociação. Para os coordenadores do Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (MOTU), a participação da Seides negociações foi fundamental. "A participação da Secretaria de Inclusão Social deu um grande avanço. Gostaríamos de parabenizar o Governo do Estado por ser sensível à nossa causa", destacou José Ramos, membro do MOTU.

Essa opinião também é compartilhada por Núbia Santana, coordenadora do MOTU, que ressalta ainda a importância da conscientização dos participantes do movimento. "Esse entendimento foi peça-chave para a resolução desse problema. Agora, a gente precisa trabalhar a consciência desse povo, para que não joguemos as conquistas fora. A gente vê nas outras ocupações que as pessoas ocupam hoje e amanhã vendem as casas. Na nossa comunidade, isso não vai existir. Nós discutimos moradia, não comércio ou especulação imobiliária", disse Núbia.

Mediação

Segundo a secretária de Inclusão Social, Ana Lucia Menezes, esse tipo de negociação é importante, pois beneficia o público que a secretaria trabalha. Pelo Sistema Único de Assistência Social (SUAS), a primeira abordagem é função dos municípios e a Secretaria dá suporte. Ainda segundo Ana Lucia, é a primeira vez que um Governo de Estado consegue negociar com as entidades organizadas que fizeram a ocupação, mediando conflitos e buscando resolver problemas da população mais vulnerável da sociedade.

Com relação à construção de casas para essas famílias, a secretária busca soluções já para o próximo ano. "Nós já procuramos uma conversa com a secretária de Planejamento, Lúcia Falcon, e esperamos ainda essa semana começar a estudar uma alternativa para o próximo ano. Os ocupantes sabem que aquele terreno onde eles estão é do Departamento Estadual de Habitação e Obras Pública e não necessariamente será lá a construção das casas. Nós estamos procurando outras áreas também e isso vai constar para o Orçamento de 2008, na previsão de construção de habitação, área que será prioritária para a nossa Secretaria e para o Governo do Estado", explicou Ana Lucia.