Profissionais de saúde são capacitados para realizar teste rápido de HIV

Nesta sexta-feira, 26, técnicos do Programa de DST/AIDS da Secretaria de Estado da Saúde ministraram uma oficina de capacitação para teste rápido diagnóstico de HIV. O curso, que atende a uma demanda do Ministério da Saúde (MS), reuniu médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, bioquímicos e biomédicos, profissionais que atuam em Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) de Sergipe, do Laboratório Central de Saúde Pública, e das Maternidades Santa Izabel, São José e Hildete Falcão Baptista.

De acordo com a enfermeira Lígia Lemos, técnica responsável pelas áreas de Vigilância e Capacitação do programa estadual, o método permite um diagnóstico preciso em pouco tempo, aproximadamente 20 minutos, mesmo sem dispor de estrutura laboratorial. "O teste rápido tradicional requer outros exames sorológicos para confirmação, o que pode levar até um mês para o resultado definitivo", explicou Lígia, acrescentando que todo o material para realização do exame é fornecido pelo programa nacional de DST/AIDS.

Por ser um método caro, o teste rápido de diagnóstico estará restrito a um público específico. "Utilizaremos em situações extremas, a exemplo de gestantes no último trimestre de gravidez, parturientes que não fizeram a sorologia durante o pré-natal, além de pacientes com ansiedade elevada e de difícil controle, entre outros casos graves. No entanto, é importante dizer que o teste rápido de triagem continuará sendo utilizado", frisou a enfermeira.

Lígia Lemos destacou que um importante objetivo desta iniciativa é reduzir a transmissão vertical do vírus HIV, que pode acontecer da mãe para o bebê na gestação, durante o parto ou na fase de amamentação. "Com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, é possível reduzir de 25% para 3% o risco de transmissão. Essa é uma das metas do programa estadual", disse. Atualmente, existem 53 casos confirmados de crianças portadoras do vírus em Sergipe.

Para o ginecologista e obstetra Juan Rivas, que atua como multiplicador na capacitação, o teste rápido diagnóstico trará excelentes resultados no combate à doença. "Esperamos reduzir ainda mais a taxa de transmissão vertical. Nos últimos três anos, conseguimos evitar a contaminação dos bebês em todos os casos confirmados de gestantes soropositivas", afirmou o médico, ao destacar que em 70% dos casos a transmissão ocorre durante o parto.

Continuidade

Depois desta etapa, uma nova fase da capacitação será realizada em novembro com técnicos das maternidades do interior do Estado. Atualmente, somente o CTA instalado no Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar) já realiza o teste. Os seis CTAs de Sergipe onde serão implantados o teste rápido diagnóstico estão localizados em Aracaju (Laboratório Central), Estância, Lagarto, Nossa Senhora do Socorro, Propriá e Itabaiana.