Simpósio discute abordagem à criança vítima de violência sexual
Profissionais da área de saúde participaram nesta sexta-feira, 24, do Simpósio ‘Abordagem da Criança Vítima de Violência Sexual’. O evento aconteceu no auditório do Hospital de Urgência de Sergipe Governador João Alves Filho (HUSE), com a presença da primeira-dama do Estado, Eliane Aquino, da promotora da Infância e Juventude, Maria Conceição Rollemberg, do coordenador da Atenção Estadual Hospitalar, Gilberto Santos, que representou o secretário de Estado da Saúde, Rogério Carvalho e do diretor-geral do HUSE, Josias Dantas Passos.
De acordo com Edda Machado, coordenadora do Simpósio e gerente da Pediatria do HUSE, o evento permitiu o acesso ao conhecimento da qualidade técnica na abordagem à criança vítima de violência sexual. "Queremos que a maior parte dos profissionais envolvidos com a assistência tenha acesso às informações sobre como dar suporte a esses pacientes, identificando todas as possibilidades do atendimento", disse ela, ao ressaltar a responsabilidade dos médicos em notificar os casos de abuso sexual contra crianças.
Para a primeira-dama, Eliane Aquino, o simpósio destacou um assunto que não deve ser abordado só uma vez. "É necessária uma conscientização das pessoas, principalmente das famílias. Normalmente, a criança que sofre de abuso sexual, já vem com a história do agressor ser da própria família. Precisamos construir uma política de denúncia, de atenção e de atendimento a essas crianças, para que o medo não fale mais alto na vida delas. Devemos ter as ferramentas para atuar nessa área, não só como caso clínico, mas como política pública do Estado", afirmou Eliane Aquino.
Registros dos casos
Segundo a promotora de Justiça Maria Conceição Rollemberg, a notificação dos casos ainda é muito precária, mas desde o lançamento do programa SALVE (Sistema de Aviso Legal por Violência e Exploração Contra a Criança e o Adolescente), os casos de violência sexual têm sido registrados com maior eficiência.
"Esse evento vem reforçar nossa preocupação com o monitoramento dos registros desses casos. Os profissionais do HUSE estão comprometidos em contribuir com essa estatística, tanto que de maio de 2006 até agora foram noticiados mais de 200 encaminhamentos para os Conselhos Tutelares", destacou a promotora e diretora do Núcleo de Apoio à Infância e a Adolescência (NAIA).
Cuidados
Outro aspecto abordado no simpósio foram as medidas clínicas que devem ser tomadas pelos profissionais de saúde que atendem crianças agredidas sexualmente. Eles devem atentar para os sinais e sintomas de abuso, realizar os exames para confirmação e medidas de prevenção imediatas.
"É preciso avaliar a criança psicologicamente e clinicamente, para aplicar medidas de prevenção, de tratamento das lesões e doenças sexualmente transmissíveis, anticoncepção de emergência e até mesmo de intervenção cirúrgica para os casos de lesões agudas, como lacerações de períneo, anais, perianais e violências físicas", informou o ginecologista e palestrante Juan Lobo Rivas.
Para ele, quanto mais cedo o caso for identificado, a criança agredida sexualmente terá um tratamento mais eficaz. "É preciso que se constitua não só um serviço de atendimento, mas uma rede de atenção à vítima da violência, composta por delegacias, hospitais, postos de saúde, até mesmo pela comunidade, que possa perceber um quadro de violência e que ele seja registrado", concluiu.
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