Evento marca criação de centro para combater homofobia em Sergipe
Nos próximos dias 23 e 24 de agosto a Secretaria da Segurança Pública (SSP) estará dando um passo fundamental para combater o preconceito em Sergipe. A secretaria vai promover o primeiro Seminário de Combate à Homofobia, que será realizado no hotel Aquárius, na orla da Atalaia e contará com a presença de diversas autoridades ligadas ao tema.
O evento antecederá a criação do Centro de Referência em Direitos Humanos, Prevenção e Combate à Homofobia, prevista para o mês de setembro. O Centro contará com apoio psicológico, jurídico, com foco na orientação e encaminhamento, e assistência social. As assistentes farão uma triagem, visita e encaminhamento dos casos que chegarem ao local de atendimento.
De acordo com a advogada Cristiane Brito, uma das organizadoras do evento, o principal objetivo da nova unidade é combater a violência e a discriminação contra a população de gays, lésbicas, transexuais, bissexuais, travestis e transgêneros (GLBTT). A idéia é promover a cidadania, atentando para a diversidade de gênero. Além disso, a função precípua do Centro de Referência é incluir as classes marginalizadas na sociedade. Outro foco, segundo Cristiane Brito, é capacitar policiais e demais servidores da SSP a lidar com essa população. Para isso, serão oferecidos cursos, seminários e oficinas constantes para os servidores da Secretaria.
De acordo com o secretário Kércio Pinto, a criação da unidade segue a política de inclusão social que está sendo proposta pela SSP através do planejamento estratégico da Segurança Pública. “Precisamos dar uma atenção bem melhor às populações que são marginalizadas. Isso passa pelos que vivem em condições de pobreza e por aqueles que sofrem violência física e emocional ”, analisou Kércio Pinto.
Segundo a psicóloga Cláudia Andrade, também organizadora do seminário, no local irão trabalhar servidores voluntários com formação especializada e que tenham compromisso em desmistificar preconceitos atribuídos ao público GLBTT. O Centro será concretizado através de um convênio da SSP com o Governo Federal, através da Secretaria Nacional de Direitos Humanos. A unidade contará ainda com a parceria do Ministério Público, Defensoria Pública, OAB, universidades, Tribunal de Justiça, Centro de Grupos Vulneráveis da Polícia Civil (CAGV) e outras secretarias envolvidas com o projeto.
O delegado Mário Leony, atualmente da Divisão de Homicídios de Aracaju, acredita que a criação do Centro será um marco na história de Sergipe. Segundo ele, na maioria dos estados são as ONGs que assumem o papel do Estado em prestar uma assistência maior ao público gay. “Mas, em Sergipe, o Estado está sendo o principal fomentador deste projeto”, analisou.
Autor de uma pesquisa com o público GLBTT, Leony disse que 74% das ocorrências com essas pessoas sequer chegam às delegacias em virtude do péssimo serviço prestado pelo Estado. “É uma omissão que apenas gera mais violência e não oferece qualquer tipo de mensuração para que a polícia desempenhe o seu trabalho. Creio que com este Centro, as pessoas que se sentem marginalizadas terão um porto seguro. O nosso objetivo é fomentar as denuncias e estimular a quebra de paradigmas”, comentou o delegado.
A advogada Cristiane Brito ainda acrescentou que o objetivo da unidade é promover a inclusão social do público que será contemplado pelo novo projeto da SSP. Cláudia esclarece que o serviço que será prestado é diferente dos serviços desenvolvidos por policiais civis no Centro de Atendimento a Grupos Vulneráveis (CAGV), cuja função principal é atender a comunidade vitimada.
As organizadores ainda acrescentam que para participar do evento, estudantes pagam R$ 5 e profissionais R$ 15, mas os que efetuarem as inscrições nas Organizações Não Governamentais ligadas ao público GLBTT não pagam nada.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Evento marca criação de centro para combater homofobia em Sergipe – Fotos: Ascom/SSP