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A Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa sobre o Caramujo Africano Gigante, que apareceu em algumas localidades de Sergipe, não é causador esquistossomose, popularmente conhecida como barriga d’água. A responsabilidade das ações de controle do parasita é da Vigilância Epidemiológica de cada município, mas a SES, através de uma Comissão Estadual, orienta e as secretarias municipais de Saúde sobre os riscos que este animal pode causar à saúde da população.

Segundo Giselda Melo, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da SES, existe a possibilidade deste molusco transmitir ao homem os vermes causadores da meningite eosinfílica (Angiostrongilíase meningoencefálica humana), que tem como sintomas dor de cabeça forte e constante, rigidez na nuca e distúrbios do sistema nervoso. “No Brasil não há registro de casos. A doença ocorre principalmente no sudeste asiático”, informa.

Outra enfermidade causada pelo caramujo africano é a Angiostrongilíase Abdominal, ocasionada pelo parasita Angiosstrongylus Costaricensis, que por ser uma doença grave, pode resultar em morte por perfuração intestinal, peritonite (inflamação da cavidade abdominal) e hemorragia abdominal. Tem como sintomas dor abdominal, febre prolongada, anorexia e vômitos. Em todo o país, esta doença pode ser transmitida por caramujos nativos, mas não pelo caramujo africano gigante.

Como agir

Para certificar-se de que o molusco encontrado é mesmo o caramujo africano gigante, basta procurar o Ibama pelo telefone (79) 3211-1575, a Secretaria Municipal de Saúde, ou a Secretaria de Estado da Saúde, através da Vigilância Epidemiológica, através do número (79) 3226-8300.

Para eliminar os riscos de contaminação, é preciso recolher os caramujos manualmente, sempre com luvas descartáveis ou sacos plásticos, já que os vermes causadores das doenças são encontrados no muco (secreção) do animal. Para matar o caramujo, deve-se queimá-lo dentro de latas ou tonéis. Em seguida, é necessário quebrar as conchas e enterrá-las com cal virgem para evitar a contaminação do solo e de lençóis d’água subterrâneos.

Outro procedimento possível é esmagar os moluscos e enterrá-los. Não se deve colocar os caramujos no lixo comum para evitar sua proliferação. A utilização de venenos também não é recomendada porque afeta o meio ambiente e não o molusco. É fundamental evitar o acúmulo de telhas, tijolos, sobras de construções ou excesso de plantas, já que podem servir como criadouros para os parasitas.

A Situação em Sergipe

Um levantamento realizado no ano passado pela Comissão Estadual de Manejo do Caramujo Africano, composta por membros do Ibama, Secretaria de Estado da Saúde, Ministério Público Federal, Secretaria de Estado da Educação, Deagro, Ministério da Agricultura, Secretaria do Meio Ambiente e Universidade Tiradentes, revelou a presença do caramujo africano gigante em 11 municípios sergipanos: Aracaju, Estância, Itaporanga, Boquim, Siriri, Capela, Muribeca, São Cristóvão, Areia Branca, Lagarto e Neópolis.

Em seu trabalho, a comissão atua com informações importantes para o controle do molusco, mapeando os locais infestados, orientando a população e divulgando os riscos, além de capacitar os responsáveis municipais no manejo e controle do caramujo.

O caramujo

O caramujo africano gigante (Achatina Fulica Bowdich) é animal nativo do leste e nordeste da África e, mesmo sem ser comestível, foi trazido erroneamente ao Brasil na década de 80 para ser comercializado como alternativa de preço inferior ao escargot (caramujo comestível). Introduzido em fazendas no Paraná (PR), proliferou-se para o meio ambiente e adaptou-se perfeitamente em várias regiões brasileiras.

Um levantamento realizado pelo Ibama em 2004 mostrou que a espécie está presente em todas as regiões do país, mas sua cultura e comercialização são ilegais segundo os Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura.

De coloração escura e concha com estrias e faixas em tons de marrom claro e marrom escuro, o caramujo africano é considerado uma praga agrícola em diversos países onde foi introduzido, inclusive no Brasil, devido à sua rápida proliferação. A cada dois meses, um caramujo põe 200 ovos e, após 5 meses, os filhotes viram adultos e começam a se reproduzir. Quando adulto, chega a medir 15 centímetros de comprimento, 8 centímetros de largura e a pesar mais de 200 gramas.

A espécie sobrevive o ano todo, reproduzindo-se mais rapidamente no inverno em terrenos baldios, plantações abandonadas, sobras de construções, pilhas de telhas e de tijolos. É uma espécie voraz, resistente à seca e ao frio, e pode alimentar-se de 500 tipos de plantas. Geralmente, ataca e destrói plantações de mandioca, batata-doce, feijão, amendoim, abóbora, mamão, tomate, verduras, flores, frutas e folhas de diversas espécies, mas também pode aparecer em residências.

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