Governo realiza palestras sobre inclusão digital
O Governo do Estado, através da Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan), realizou na manhã de quarta-feira, 7, no auditório da Empresa de Desenvolvimento Sustentável de Sergipe (Pronese), um ciclo de palestras em torno do tema inclusão social através da tecnologia. Os palestrantes foram o italiano Andrea Nicolai, coordenador do projeto Digital Business Ecosystem (DBE), financiado pela União Européia, Saulo Barretto, pesquisador do Instituto de Pesquisas em Tecnologias da Informação (IPTI), e Larissa Barros, coordenadora do projeto Rede de Tecnologia Social (RTS), que tem como parceira a Petrobras.
Nicolai tratou de compartilhamento de novas tecnologias em plataformas de software livre para pequenas e médias empresas. Saulo Barretto apresentou o projeto "Cultura Digital", implementado pelo Ministério da Cultura (MinC), que promove inclusão e ação modificadora social através de uso inovador de tecnologias digitais. Já Larissa Barros falou sobre o trabalho da RTS, que desenvolve ações de replicação em escala de tecnologias já dominadas pela população em benefício de comunidades.
A secretária de Estado do Planejamento, Lúcia Falcón, destacou a importância das palestras. "É muito importante para o poder público saber da existência de iniciativas como essas, que tornam a aplicação de políticas de desenvolvimento muito mais participativas e eficazes", disse Lúcia.
Entre as instituições que participaram do ciclo de palestras estavam o Sergipetec, o Banco do Nordeste, a Caixa Econômica, a Sociedade Semear, a Associação de Bares e Restaurantes, a Codise, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Comitê para Democratização da Informática (CDI).
Software livre
O projeto DBE envolve mais de 120 pesquisadores e mais de 500 empresas em nove países da Europa, tendo aplicado cerca de 14 milhões de euros desde 2003, quando foi iniciado. Segundo Nicolai, a instituição que dirige o projeto, a italiana T-6, da qual é coordenador, tem a intenção de disseminar a idéia de compartilhamento de softwares de código aberto (que podem ser copiados e modificados sem necessidade de pagar direitos autorais) como um novo paradigma na visão de negócios no século 21.
"Nessa nova visão, as empresas participantes terão a chance de se tornar mais competitivas com custos bem mais baixos, fazendo uso das mais eficientes tecnologias digitais disponíveis no mercado, através de uma rede virtual de informação elaborada nos moldes de ecossistemas existentes na natureza", explica Andrea.
Democracia tecnológica
Saulo Barretto apresentou o projeto do MinC, que consiste na criação de "Pontos de Cultura" em todas as regiões do país. Nesses centros, as comunidades têm a chance de aprender não apenas a utilizar ferramentas digitais, como computadores, mesas de som e câmeras de vídeo, mas também a consertá-las, desmistificando o chamado "culto à máquina".
O pesquisador explica que os Pontos de Cultura são centros de convergência e disseminação de informações e conhecimento, e promovem o verdadeiro exercício da democracia na era da informação.
Para Saulo, a utilização das novas tecnologias da informação disponíveis em prol da democratização do conhecimento, da facilidade de disseminar idéias e produtos culturais por vias alternativas e do acesso ao conhecimento marca uma ruptura com o modo produtivo do século 20, trazendo uma nova era. "Isso constitui um avanço sem precedentes no modo como se produz e se consome conhecimento, tecnologia e cultura", comemora Barretto.
Rede de tecnologia
A RTS é, segundo Larissa Barros, um organismo múltiplo e dinâmico, composto por instituições públicas privadas e do terceiro setor. Dela participam entidades que dispõem recursos e projetos de reaplicação de tecnologias já existentes, de maneira mais eficaz, a fim de promover melhorias nas comunidades. "A Rede é um fórum onde as comunidades externam suas demandas e necessidades através de instituições representativas, e organizações aportam recursos para a realização dos projetos", explica.
Vários projetos já foram executados através da RTS, a exemplo da aplicação de técnicas de irrigação por cisternas no Sertão nordestino, criação de camarões na Região Norte e produção de mel no Sudeste, todos modificando radicalmente para melhor as comunidades em que foram implantados.
Para mais informações sobre os projetos, acesse: www.ipti.org.br, www.digital-ecosystem.org, www.digital-ecosystems.org, www.cultura.gov.br e http://www.rts.org.br/.
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