Adolescentes reinam no Salão dos Novos
“Esta é minha segunda edição, enquanto diretor da galeria, e estou muito emocionado por ver tantos trabalho e com tanta qualidade. Você percebe muito capricho e uma proposta profissional, amadurecida, resolvida, apesar de serem artistas novos, que nunca expuseram”, disse Fernando Cajueiro, diretor da GAAS. Ele lembra que um dos motivos para este amadurecimento é a presença do curso de Artes Visuais da Universidade Federal de Sergipe. “Eu tenho convicção de que está acontecendo uma mudança em Sergipe. A arte está sendo olhada com mais crítica, mais fundamento, de uma forma mais profissional”, disse Cajueiro.
A GAAS, desde o início da noite do dia 14, foi logo tomada pelo público, formado por artistas plásticos, músicos, literatos, parentes e amigos dos participantes do Salão. “O que é ótimo, pois, com o Salão, estamos trazendo um público diferenciado, que não está habituado a uma galeria. Isto é muito importante para ampliar nossa platéia”, comemorou Cajueiro. É o que confirma Ana Rosa Silva, que nunca tinha entrado numa galeria. “Eu vim prestigiar minha amiga. Nunca tinha entrado numa galeria antes. Se eu soubesse que era tão lindo e tão mágico, já tinha vindo há mais tempo. Vou virar freqüentadora (risos)”, disse Ana. “Mas o que mais me emociona ainda é a possibilidade de oportunizar um espaço como a Álvaro Santos para o iniciante, o artista novo. Porque é muito difícil conseguir pauta numa galeria, ainda uma galeria como essa”, completou Cajueiro.
Mas, o que o público queria saber mesmo era da premiação, quem foi o grande vencedor do XVI Salão dos Novos da GAAS. Os três primeiros colocados receberam uma premiação de mil reais, para o primeiro lugar; oitocentos reais, para o segundo; e seiscentos reais para o terceiro. As obras são adquiridas pela administração municipal e passam a fazer parte do acervo da GAAS. “É uma honra e um prazer para a Funcaju realizar um evento como este, além de poder ampliar o acervo da galeria com obras de qualidade e talento como estas”, disse Karlene Sampaio, presidente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esporte (Funcaju).
Três participantes do Salão receberam menção honrosa, que foram: José Eraldo dos Santos, com a obra O Desmatador; Fabiana Santos Andrade, com O Tempo da Existência; e Mauro Sérgio, com O Mundo de Bandeja.
Em terceiro lugar, com a obra Minha Viola, ficou Daniel Renno. Este baiano, de 24 anos de idade, estudante de Design Gráfico, pinta há mais ou menos um ano. “A arte, para mim, tem um significado de luta. Eu acredito na arte e estou muito feliz e gratificado ter sido classificado entre trabalhos talentosos. É uma honra”, disse Daniel.
Em segundo lugar, ficou o garoto laranjeirense, de 15 anos, Elivelton Santos, com a obra A Cabra. Filho de artista plástico e criado num atelier, Elivelton pinta desde pequeno. “Estou muito emocionado e isso serve de incentivo para continuar meu trabalho”, comemorou o garoto-artista.
No primeiro lugar, mais um garoto de 15 anos e filho de artista, com a obra Serigy. É Israel Melo, que desenha desde os três anos de idade, mas começou a pintar com 11. Ele diz que, apesar de ser filho de Ismael Pereira, não há cobrança, “é só incentivo. Hoje, é felicidade máxima”, concluiu. Já Ismael parecia mais emocionado ainda que o filho. “Louvo a iniciativa do município, por entender a importância de fomentar as artes em Sergipe, dando meios e condições para que a Galeria Álvaro Santos possa, cada vez mais, alavancar a cultura sergipana na capital. Foi aqui que fiz minha primeira exposição e, hoje, ao ver meu filho, adentrar o mesmo portal que adentrei e colocar em exposição seu primeiro trabalho, para mim, já foi de grande valia. Além dessa importância, ter o privilégio de ver o seu trabalho neste espaço, que considero sagrado, e conseguir o primeiro lugar, sem sombra de dúvidas, é uma alegria inenarrável”, disse, muito emocionado, Ismael.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]