[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]O I Encontro Intersetorial de Assistência Social, realizado pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc) trouxe grande reflexão aos gestores públicos, que têm o desafio de transformar a assistência social em verdadeira política pública de forma a atender as demandas de uma sociedade tão plural.

O encontro contou com a participação de profissionais da área de assistência reconhecidos nacionalmente e também de representantes do Ministério de Desenvolvimento Social e de Combate à Fome (MDS). Entre estes profissionais, está a especialista em políticas públicas, Lúcia Modesto, adjunta da Secretaria Nacional de Renda e Cidadania do MDS, que realizou palestra sobre “Transferência de Renda e o Programa Bolsa Família”.

Para Lúcia Modesto, um dos grandes desafios já enfrentados na área da assistência social no país foi a implantação do Sistema Único da Assistência Social. A seguir, conheça o ponto de vista desta especialista em alguns pontos da política de assistência no país.

AGÊNCIA ARACAJU DE NOTÍCIAS – Quais os desafios da Política de Assistência no país?
Lúcia Modesto – São dois grandes desafios. Conciliar as políticas voltadas para o combate à pobreza e construir infra-estrutura e equipamento para o atendimento e acompanhamento das famílias vulneráveis.

AAN – Que avaliação a senhora faz da Política de Assistência Social em Aracaju?
L.M. – A gente consegue ter mais ou menos uma visão de todos os municípios. A gente não sabe especificamente o que acontece em cada um, mas Aracaju é considerado um município com uma boa gestão. A gente acompanha os indicadores, a cobertura, o envolvimento dos profissionais. Então, Aracaju, para a gente, é uma referência positiva.

AAN – Quais os desafios que já foram vencidos em nível nacional na política de assistência?
L.M. – Eu acho que foi a implantação do SUAS (Sistema Único da Assistência Social). Foi um dos grandes desafios dos últimos quatro anos. O processo de implantação dele, fazer chegar a todos os municípios, garantir um fluxo de repasse financeiro, definir normas operacionais. Isso foi um grande desafio até porque foi feito num curto espaço de tempo.

AAN – O que falta para que a política de assistência social seja ideal num país cheio de contradições como o Brasil?
L.M. – Eu acho que é difícil falar de política ideal até porque a dinâmica da sociedade muda, as necessidades mudam, a percepção da sociedade muda. Então, o que eu acho é que você precisa garantir um mecanismo de acompanhamento e avaliação permanente para você se antecipar às mudanças. Aí você poderia dizer que você tem uma política adequada ou aderente às necessidades da população.

AAN – No Brasil, a senhora acredita que leve quanto tempo para a assistência social se firmar enquanto política pública, deixando para trás o assistencialismo?
L.M. – Eu acho que essa é uma percepção de educação da população como um todo, da nossa sociedade como um todo. As pessoas que podem contribuir para a gente mudar este quadro são os gestores, que têm um papel fundamental nesse processo, a imprensa, a mídia de uma forma geral, porque a gente precisa transformar essa percepção da nossa sociedade do que é direito, do que é assistencialismo. Os fundamentos estão dados na Constituição de 1988, que é muito clara. Ela coloca quais são os direitos que a população deveria ter. Os fundamentos estão dados e a nossa própria sociedade, os nosso gestores e políticos, nós, mídia e imprensa, temos que trabalhar com as famílias no seu processo de educação, passando para ela essa percepção de direitos e não de um favor.

AAN – A senhora acredita que já houve uma mudança nessa mentalidade?
L.M. – Eu acho que estamos em processo. Não é uma coisa que se faz em um ou dois anos. Eu acho que a gente vai precisar de alguns anos de implementação, de uma política com este foco para mudar esta visão.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]

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