Drogarias também poderão vender medicamentos fracionados
A venda de medicamentos fracionados, decretada pelo governo federal, é uma boa notícia para milhões de brasileiros. A medida possibilitará que as pessoas comprem a quantidade exata de medicamentos exigidos pela receita médica, reduzindo os gastos financeiros dos pacientes. Para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, trata-se de uma medida simples, mas de grande alcance social e que trará mudanças significativas para a saúde pública no Brasil, permitindo que as pessoas tenham acesso à quantidade exata de medicamentos necessários para seus problemas de saúde, acabando com a aquisição imposta pela indústria farmacêutica, que até então disponibiliza no mercado apresentações de medicamentos em quantidade, na maioria das vezes superior àquela que corresponde à prescrição e necessidade do paciente.
De acordo com o coordenador da Vigilância Sanitária de Aracaju, Antônio de Pádua, o acesso à quantidade exata de medicamentos exigidos pela receita médica é importante não somente pelo alívio que ele proporciona ao bolso do cidadão, mas principalmente pelos benefícios que daí se pode esperar para a saúde da população. Ele explica que normalmente as pessoas acumulam em casa uma grande quantidade de sobras de medicamentos não consumidos por excederem a dosagem recomendada. Isso implica não só em custos financeiros adicionais para essas pessoas, mas induzem à auto-medicação, com a utilização de remédios inadequados ao tratamento de doenças específicas, provocando graves danos para a saúde dos pacientes.
“Além disso, o decreto reduzirá também o reabastecimento das famosas, e nem sempre saudáveis “farmácias caseiras” e ainda obrigará a presença nas farmácias fracionadoras do farmacêutico em tempo integral, que além de ter a responsabilidade privativa de proceder ao fracionamento, poderá orientar os usuários sobre os vários aspectos relacionados ao uso e cuidado com medicamentos, como freqüência de uso, dose, via de administração, cuidados de conservação, horário de uso, interação medicamentosa, interação com alimentos e outras informações, de forma a contribuir para a efetividade do tratamento prescrito e obrigatoriamente terá que registrar possíveis reações adversas e notificar à Vigilância Sanitária”, informa o coordenador.
De acordo com as novas normas, as drogarias poderão vender remédios em unidades. Um projeto de lei vai obrigar os laboratórios a produzir os medicamentos fracionados. Atualmente apenas 26 tipos de medicamentos (entre anti-hipertensivos, antibióticos, antiulcerosos e diuréticos), em 111 apresentações, estão disponíveis neste tipo de comercialização, permitida, até então, somente via farmácias de manipulação.
O coordenador da Covisa adverte que somente as farmácias e drogarias com o selo “Autorizado Fracionamento” poderão efetuar a venda fracionada. Os estabelecimentos interessados devem procurar a Covisa e aguardar a visita da equipe técnica do órgão, que fará uma averiguação do local. Ele aconselha que,antes, os interessados acessem o site da Anvisa (www.anvisa.gov.br) e consultem nos links o guia para farmácia.
Segundo informações do Ministério da Saúde, as embalagens dos medicamentos fracionados também deverão conter informações sobre a fabricação, como inscrição do número de lote e bula, conforme determina a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]
- Drogarias também poderão vender medicamentos fracionados – Foto: Ascom/SMS