[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]Comemorando 50 anos de trabalho, o poeta cordelista, João Firmino Cabral, sergipano, natural de Itabaiana, foi homenageado no último sábado, dia 6, pela Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esportes (Funcaju), dentro da Jornada da Poesia. A homenagem aconteceu na Passarela das Flores, no Mercado Municipal, onde se encontra sua banca de Literatura de Cordel.

A ocasião foi consolidada com o descerramento da placa comemorativa pelo poeta e pelo diretor de Intercâmbio Cultural da Funcaju, João Emanuel. Em discurso, Cabral, agradeceu aos colaboradores, à Prefeitura Municipal de Aracaju pela oportunidade de instalação de sua banca, pelo reconhecimento e se mostrou motivado a manter viva essa prática cultural. “Enquanto eu puder sustentar a caneta, vou continuar escrevendo. Sinto-me honrado em saber que alguém lembrou de mim e agradeço a homenagem feita pela Funcaju”, afirmou o cordelista.

O evento contou também com a apresentação do grupo da terceira idade Peneirou Xerém, que dançou músicas populares animando todos os presentes. Logo em seguida, foi a vez da cantoria de viola que, com seus repentes divertidos e bem ritmados, contaram um pouco da história do homenageado do dia. Finalizando as atividades, aconteceu o sarau de poesias de cordel, recitadas por poetas e escritores como George Viana e Jeová Santana, que foram prestigiar e demonstrar sua admiração. “Ser artista em Aracaju por 50 anos é muito difícil e João Firmino conseguiu isso”, destacou Viana. “Num momento como este, em que a gente tem a perda de tantas práticas culturais encontrar alguém que mantenha uma prática que está ameaçada é muito importante”, disse Santana.

Cordel

Comentando um pouco sobre a importância do cordel, o homenageado citou o esquecimento do cordel pelos sertanejos sergipanos. “Em todo o Nordeste, a literatura de cordel é viva com exceção de Sergipe. Aqui, os sergipanos não lêem mais cordel”, reclamou João Firmino, lembrando de grandes editoras em São Paulo e no Ceará, que divulgam o cordel, como também a existência da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC), que foi criada em 1988, no Rio de Janeiro. A solução, segundo João Firmino, é a divulgação do que foi e do que é o cordel para a cultura sergipana por meio da mídia.

A literatura de cordel surgiu na Idade Média e chegou ao Brasil na modalidade oral. Cordel, uma prática cultural que se enraizou no Nordeste e conquistou tantos adeptos, alfabetizando muitos que ouviam as histórias narradas em feiras também agregou João Firmino Cabral, que não foge à regra. Alfabetizado através dos folhetins vendidos na feira de Itabaiana e, logo mais, incentivado pelo saudoso poeta paraibano Manoel D’Almeida Filho, viajou por todo o Nordeste em favor da literatura de cordel.

De fácil leitura e animada ilustração em xilogravura, os livretos têm sido bastante procurados pelas escolas na banca de “Seu João”, como forma de incentivar a leitura, além de valorizar a poesia cordelista. “Quem tem dificuldade de ler coisas grandes começa com o cordel e não pára mais”, testemunhou ele, que também recomenda o cordel como forma de diversão, acrescentando que o mesmo já foi uma maneira de se escrever notícia, levando os acontecimentos a todos como jornal. Além das escolas e admiradores, os turistas completam o público que mais visita a banca de cordel. Com os folhetos caracteristicamente expostos em varais, Seu João tem seu nome espalhado pelo Brasil e pelo mundo.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]

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