[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]Há 30 anos Sergipe perdia o poeta e escritor Mário Jorge, artista reconhecido nacionalmente por seus escritos. A saudade, aliada ao reconhecimento da genialidade do autor estimularam trazer ao público mais um exemplar que comporta seu espírito na forma de seus últimos poemas e desenhos no livro “A noite que nos habita”.

O livro vai ser lançado hoje, dia 21, às 20 horas, por iniciativa da Prefeitura de Aracaju, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esportes (Funcaju), ao lado da família do autor.

Comentado pelo pesquisador Thiago Martins Prado, um estudioso da obra de Mário Jorge e mestre pela Universidade Federal da Bahia, o livro possui apenas imagens do que o poeta escrevia ou desenhava, intercalado por fotografias do autor. De acordo com o estudante, a obra a ser lançada é da última fase da poesia de Mário, com características transcendentais, que por causa de sua morte precoce não pôde se alongar. “Nesta fase de grande ebulição informacional, Mário Jorge assume uma postura mais mística” explica Thiago.

Mário era conhecido por sua instigação política, sua irreverência e inteligência. Dona Ivone Vieira, mãe do poeta, afirma que Mário tinha uma preocupação social intensa. “Volta e meia Mário trazia uns amigos para almoçar, jantar por estes não terem dinheiro. Eu ajudei muito no que pude, tanto que nem me lembro de todos”, declara dona Ivone.

Mário também tinha fama nas noites de Aracaju. “Ele escrevia poemas em alguns bares também, e quando acabava ele jogava os papéis no chão. Tem muita gente que tem poesias dele porque pegava”, afirmou Caio Amado, antigo colega de Mário. “A vida de Mário Jorge é muito parecida com o que ele escrevia”, diz.

Segundo a primeira esposa de Mário Jorge, Marinice Archimio, o poeta não gostava muito de expor seus trabalhos ao grande público. Suas primeiras publicações de poesias eram distribuídas entre os amigos. Entretanto, a importância de seu trabalho faz dele um dos maiores poetas sergipanos, conhecido inclusive fora do Brasil por seu trabalho literário.

Em uma época conturbada na qual diversos artistas foram obrigados a se exilar por motivos de perseguições políticas, Mário Jorge se destaca como uma pessoa contestadora. “A gente tem que valorizar e resgatar a obra do polêmico Mário Jorge, que contrariava valores da sociedade conservadora da década de 70”, afirma Antônio da Cruz, diretor da Galeria Álvaro Santos.

São 80 ilustrações de Mário ao lado de poemas, ainda no formato de manuscrito – no papel original em que ele escreveu. Juntando sua influência da poesia concretista e o contexto contracultural de sua época, Mário Jorge conseguiu espairecer a arte sergipana abrindo aos novos ares da poesia moderna.

O lançamento do livro será na Galeria Álvaro Santos. Além do livro vão ser expostos os trabalhos de Ernesto Vieira e Homero Oliveto, filhos do poeta, no segundo piso da Galeria.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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