Comunicadores assumem compromisso para construir pacto da mídia pelas crianças de Sergipe
O evento aconteceu nos dias 19 e 20, no Hotel da Ilha, município da Barra dos Coqueiros, e contou com a participação de cerca de 50 comunicadores sergipanos entre jornalistas, radialistas e produtores. O seminário foi uma realização do Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador de Sergipe em parceria com o Unicef.
Para o coordenador geral do Unicef BA/SE, Ruy Pavan, apesar de ainda haver distorções graves no tratamento dado pela mídia ao público infanto-juvenil, a imprensa tem se mostrado aberta ao debate. “Há 11 anos um encontro como esse era impensável. Mas o fato de todos os veículos convidados terem atendido nosso chamado mostra o interesse pela questão”, afirmou.
Participação da prefeitura
A Prefeitura de Aracaju participou do evento e foi representada pelo estagiário em jornalismo Rodrigo Rocha, responsável pela atualização do Portal Cidade Criança (www.aracaju.se.gov.br/crianca), um dos portais mantidos pela PMA na internet.
O Cidade Criança divulga diariamente notícias relacionadas ao público infanto-juvenil e mantém seções de artigos, leis, voluntariado e programas sociais e educativos desenvolvidos pela prefeitura da capital.
De acordo com Rodrigo, o seminário foi um importante indicativo de que a prefeitura está caminhando na direção certa para a cobertura de temas relativos à infância e a adolescência. “Nós da Agência Aracaju de Notícias, assim como os outros colegas, já tínhamos a preocupação de dar o tratamento correto ao tema. Mas o seminário também refletiu a necessidade de constantes capacitações”, opinou.
Primeiro dia de debates
Na manhã do dia 19 todos puderam conhecer mais profundamente a legislação brasileira e os direitos e deveres de crianças e adolescentes estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). As palestras foram sobre O direito da criança e do adolescente na legislação brasileira e O funcionamento do sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente.
Pela tarde as discussões se aprofundaram com a presença da repórter da TV Globo Nordeste, Mônica Silveira, que veio em substituição a Beatriz Castro e apresentou duas reportagens feitas por sua colega de emissora e enfatizou a importância de saber o que acontece com os personagens das matérias depois de uma reportagem.
“Quando a gente vai gravar, muitas pessoas são mobilizadas dentro das comunidades e a reportagem repercute. Mas voltar ao lugar onde se fez uma denúncia depois de algum tempo e verificar em que situação estão aquelas pessoas também faz parte da função social do jornalista”, afirmou.
O painel intitulado A cobertura da mídia sergipana em relação á infância e adolescência: como construir uma boa matéria foi um dos que mais chamou a atenção dos comunicadores. Durante sua realização foram apresentados dados da pesquisa Cipó-Rede Andi BA/SE, realizada em 2002, e discutidas questões práticas da cobertura feita pelos jornais, como a exposição dos jovens e suas famílias e o uso de termos pejorativos para tratar os personagens das matérias.
Outras discussões
A presença de representantes do Ministério Público, Conselhos Tutelares, Unicef e organizações não-governamentais enriqueceu e ampliou o encontro. O painel Violações aos direitos da criança e do adolescente em Sergipe tratou das dificuldades enfrentadas para o melhor entrosamento entre a mídia e os órgãos como os Conselhos Tutelares e o Ministério Público.
A última exposição do evento foi feita por Antônio Góis, que recebeu da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi) o título deJornalista Amigo da Criança, e é repórter especial de Educação da Folha de São Paulo. Ele falou de sua experiência durante a exposição O papel do Comunicador Amigo da Criança.
Góis destacou que as dificuldades do dia a dia não devem impedir a realização de um bom trabalho. “Nós sabemos que as redações estão cada vez mais enxutas e os jornalistas com menos tempo, mas é nosso papel buscar sempre ouvir fontes diversificadas e escolher pautas cada vez mais interessantes”, disse.
Ao final do seminário os participantes avaliaram o evento. Para a repórter do Jornal da Cidade, Andréa Moura, as discussões proporcionaram uma maior aproximação entre a mídia e suas fontes. “Agora as fontes sabem que podem nos procurar mais para evitar omissão e até erros nas matérias por falta de conhecimento”, frisou. “Apesar de já termos evoluído bastante, é sempre bom refletirmos sobre a prática e revermos certos valores”, concluiu.
Na opinião de Cila Cerqueira, editora-chefe de um telejornal da TV Sergipe, o aprendizado adquirido no seminário trouxe mais confiança para trabalhar assuntos relacionados a crianças e adolescentes. “Além de sair daqui com pelo menos dez novas pautas para o jornal, agora eu me sinto mais segura para tratar destes temas”, destacou. “Vou levar a experiência daqui para o conhecimento de meus colegas na redação da TV”, garantiu.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]