Setur e Emsetur participam de lançamento de pesquisa sobre violência sexual contra crianças e adolescentes

A Secretaria de Estado do Turismo (Setur) e a Empresa Sergipana de Turismo (Emsetur) participaram do lançamento da pesquisa sobre “A violência sexual contra crianças e adolescentes: uma análise sobre a abordagem da mídia impressa sergipana em 2011”, realizada pelo Instituto Recriando em parceria com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Aracaju (CMDCA).

Representando os órgãos estaduais do turismo, a assistente social e gerente de divulgação turística da Emsetur, Maria de Lourdes, esteve presente no lançamento da pesquisa a qual também foi fonte no processo de recolhimento de informações para a conclusão do projeto. Segundo a coordenadora da pesquisa, Débora Melo, a publicação foi resultado de um trabalho de monitoramento diário durante um ano dos jornais impressos de Sergipe, desenvolvido pelo projeto Infância em Foco. “Esse projeto atua na perspectiva de sensibilizar e mobilizar a mídia, a sociedade e o poder público para a promoção e a defesa dos direitos da criança e do adolescente”, explica Débora. “Fizemos uma análise em diversos aspectos dentro das notícias dos jornais, traçando um perfil de cada uma dessas matérias, para que conseguíssemos identificar o modelo da cobertura, de forma geral, como ainda um perfil de cada um dos temas que foram abordados”, conta.

Dentre os temas levantados, o turismo com a finalidade sexual também foi abordado. “A nossa contribuição para esta obra é dar um enfoque do enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes em nível estadual”, conta Maria de Lourdes. “Explicamos como funciona a rede de proteção e atendimento a essas vítimas”, complementa.

Em Sergipe, este tipo de exploração não é encontrada de forma expressiva como em outros estados, mesmo assim, o turismo com finalidade sexual continua sendo amplamente combatido através do Comitê Estadual pelo Enfrentamento à Violência Sexual das Crianças e Adolescentes.

De acordo com a coordenadora de comunicação do Instituto Recriando, Tarcila Olanda, a pesquisa busca não só trazer dados e análises sobre as fragilidades presentes em algumas matérias jornalísticas quando o assunto é a violência sexual contra a criança e o adolescente. “A gente também provoca um pouco de reflexão sobre qual o papel dos veículos de comunicação nessa conscientização e sensibilização da sociedade e do poder público a respeito da violência sexual”, esclarece. “Dentro dos nossos recortes, o turismo com finalidade sexual também foi pesquisado”.

Ainda segundo ela, esse foi um tema pouco abordado pelos veículos de comunicação durante o ano de pesquisa. “A gente acha muito importante que a Setur e Emsetur estejam engajadas com essa questão da prevenção, afinal de contas, é bom que todos nós assumamos o nosso papel enquanto autores desse processo de garantia de direitos da criança e do adolescente” finalizou a coordenadora de comunicação.

Prevenção

Com a realização da Copa do Mundo de 2014, estima-se que o fluxo de visitantes aumente 25%. Já para as Olimpíadas de 2016, há uma expectativa de crescimento de até 16%. Como existe a possibilidade que esse fluxo turístico também possa ocorrer com finalidades sexuais, o Ministério do Turismo (Mtur) elaborou uma cartilha de Prevenção à Exploração Sexual de Crianças e Adolescente no Turismo no mesmo ano em que a pesquisa estava sendo realizada pelo Instituto Recriando, onde direciona ações no combate à exploração.

A exploração sexual e o tráfico de crianças e adolescentes são crimes, e a lei brasileira não penaliza apenas quem pratica, mas também quem age como intermediário. Ainda segundo a assistente social e gerente de divulgação turística da Emsetur, Maria de Lourdes, é inaceitável que os equipamentos do turismo (hotéis, bares, clubes noturnos, e outros) sejam utilizados por pessoas dispostas a explorar sexualmente crianças e adolescentes. “É importante a participação da sociedade para coibir este crime para que possamos contribuir com as questões de garantia de direitos e de prevenção, que são da responsabilidade do setor turístico”, afirmou.