Unidade de conservação da Semarh é objeto de estudo de pesquisadores da UFPE
Após a realização do primeiro Guia Ilustrado das espécies de plantas encontradas no Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco, unidade de conservação gerida pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) retornaram à área a fim de ampliar a primeira versão do Guia. O produto, de caráter aberto científico, foi finalizado durante o mês de julho deste ano. Esses estudos remetem à Taxonomia de Angiospermas (classificação de espécies de plantas com flores).
O estudo é promovido pelo Departamento de Botânica da Universidade Federal de Pernambuco em parceria com a Universidade Federal de Sergipe, contando com a orientação dos professores Dr. Marccus Alves e Dr. Rafael Louzada. Tem ainda o apoio do projeto Floresta Atlântica e do INCT.
O Guia
No Guia os pesquisadores, a comunidade local e visitantes podem encontrar inúmeras espécies de plantas existentes no bioma Mata Atlântica, a exemplo de ervas, arbustos, trepadeiras e árvores. De acordo com o Dr. Marccus Alves, a ideia do instrumento é reunir plantas que são encontradas na região.
“Com esse Guia, a equipe gestora do refúgio, pesquisadores, entre outras pessoas conhecerão quais são as plantas que de fato existem nessa área. Com essas informações, os técnicos da unidade poderão utilizá-las na identificação de trilhas interpretativas, entre outras”, disse o professor.
Segundo ele, as informações encontradas no Guia representam uma oportunidade maior de ampliação dos conhecimentos sobre a flora do Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco, cuja unidade de conservação vem servindo de pesquisas para as Universidades Federais do país.
Estima-se que no RVS Mata do Junco tenha 600 espécies de plantas. Conforme comentou Marccus, na primeira versão do Guia foram identificadas cerca de 40 espécies, entre elas, uma ameaçada em extinção a Campylocentrum pernambucense (Orchidaceae). “Durante a visita desse ano, pretendemos agregar mais plantas que da última vez não estavam floridas ou em frutos”, afirmou.
Ele aponta ainda que o Guia Ilustrativo poderá ser complementado e ampliado com novas imagens ao longo dos anos. “A ideia agora é que a gente possa pegar esse instrumento que já está disponível no site da Semarh, e façamos uma segunda versão dele, segundo assim o mesmo modelo, o mesmo esquema, só que com novas plantas”, ressaltou, dizendo ainda que no futuro uma terceira versão também poderá ser feita.
Participante do processo da construção do Guia, o pesquisador James Lucas avalia que o instrumento será de grande importância para a composição florística da unidade de conservação. “O Guia poderá auxiliar pessoas que queiram identificar plantas para os mais diversos fins, tanto para pesquisadores como as pessoas da região que trabalham com plantas”, afirma.
Para o pesquisador do Jardim Botânico de Nova York, Wayt Thomas, o Guia será bastante útil. “Qualquer forma de conhecimento científico é valida”, avalia.
Encantando com a região, o pesquisador apontou ainda a relevância do RVS Mata do Junco. “No universo de biodiversidade, Sergipe, é tida como uma lacuna. Muitas pessoas acham que aqui não existem elementos a serem explorados, e isso não é verdade. Essa unidade de conservação obtém uma mata muito rica, bastante interessante. Temos que a conhecê-la melhor e divulgar seus dados para o mundo”, avaliou.
Empolgada com a execução dos estudos, a coordenadora técnica do RVS Mata do Junco, Augusta Barbosa, disse que a primeira versão do Guia é bastante utilizada durante as atividades que ocorrem na unidade, principalmente, na realização das trilhas ecológicas. “Esses estudos estão sendo de grande importância para a proteção da biodiversidade do RVS Mata do Junco que desempenha funções no processo de manutenção da vida”, finaliza.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Unidade de conservação da Semarh é objeto de estudo de pesquisadores da UFPE – Fotos: Ascom/Semarh