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Além de participar da 50ª Exposição Agropecuária da Região Centro Sul de Lagarto com seu estande demonstrativo, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) organizou para o segundo dia da Feira, um ciclo de palestras direcionadas aos agricultores visitantes do Evento. Na tarde de quinta-feira, 5, foi possível conhecer e aprender mais sobre os projetos da Cohidro envolvendo a agricultura orgânica, o plantio experimental de variedades frutíferas e a introdução da pimenta-do-reino dentre as cultivares do Perímetro Irrigado Piauí (Pepia).
 
O Pepia é a unidade da Cohidro em Lagarto que fornece irrigação gratuita a 480 agricultores, prestando assistência agronômica contínua aos plantios desses produtores. Mas o acompanhamento inclui também a busca por alternativas que tragam melhorias, tanto de renda quanto de qualidade de vida às famílias envolvidas diretamente ao trabalho no campo. Este trabalho inclui a pesquisa, viagens técnicas e convênios com outros órgãos parceiros, a exemplo do Sebrae e da Embrapa.
 
Dos resultados já obtidos, das oportunidades ainda a serem apresentadas aos irrigantes e ainda, das novidades que vem nascendo no Pepia, envolvendo essas alternativas, surgiu a ideia de apresentar um ciclo de palestras realizadas pelos técnicos e engenheiros da Cohidro dentre as atividades que compões a 50ª Exposição.
 
Orgânicos

O Pepia em Lagarto, é destaque entre os 6 perímetros irrigados administrados pela Cohidro quando o assunto é agroecologia. São 10 irrigantes, estabelecidos em uma Organização de Controle Social (OCS), habilitados a realizar a venda direta de produtos orgânicos e cresce cada vez mais o número de interessados em ingressar na atividade, como a intenção de produzir alimentos para a crescente demanda de pessoas preocupadas com a qualidade daquilo que comem.
 
Abrindo o ciclo de palestras, o técnico agrícola da Cohidro, José Raimundo Pereira de Matos, proferiu sobre a “Produção orgânica e produtos alternativos”. Além de expor um panorama dos bem sucedidos cultivos agroecológicos no Pepia ele, que é o principal responsável pelo acompanhamento desta atividade no Perímetro, mostrou a viabilidade e as vantagens de optar pela agricultura sem o uso agroquímicos, quando o assunto é a saúde de quem planta e de quem consome.
 
“No plantio orgânico, a produção é artesanal, ou seja, o agricultor lida diretamente com a planta, sem receios de se contaminar com agrotóxicos. A família do agricultor, que quase sempre vive junto da lavoura e se alimenta dela, também está segura, livre desta contaminação”, explana José Raimundo, informando ainda que os agricultores da OCS de Lagarto já colhem os resultados por terem optado à agroecologia, fazendo a comercialização em feiras da agricultura familiar, organizadas pelo Governo de Sergipe e pelos programas federais PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e Penae (Programa Nacional de Alimentação Escolar).
 
Caqui, pera e maçã

A partir de uma emenda individual, de autoria do senador Antônio Carlos Valadares e aprovada na Lei Orçamentária Anual de 2012, Sergipe foi favorecido com a transferência de tecnologia desenvolvida pela Embrapa Semiárido no cultivo de caqui, pera e maçã, nos campos experimentais da Estatal Federal em Petrolina-PE. Se trata de um convênio, onde a Cohidro em Lagarto, selecionou cinco de seus irrigantes para abrigar em seus lotes, pomares das variedades frutíferas que foram – através do trabalho de seleção genética e pesquisa – adaptadas ao clima do Nordeste.
 
O projeto em andamento, que já tem plantadas 1000 mudas de caqui em lotes de dois irrigantes do Pepia, propiciou a palestra “Culturas alternativas”, proferida pelo técnico em agropecuária Willian Domingos Silva, da Cohidro. Designado por acompanhar a introdução destas novas culturas em Lagarto, ele expôs os objetivos do projeto e relatou aquilo que viu na visita técnica que fez, junto dos produtores selecionados, aos campos experimentais da Embrapa, onde as cultivares já apresentam excelentes resultados de produção.
 
“O projeto insere como alternativa à citricultura, que passa por diversos problemas no estado, variedades frutíferas nunca antes implementadas em Sergipe, abrindo novos mercados aos produtores, com plantas tanto adaptadas ao nosso clima como modificadas para a produção precoce e de alto rendimento, como constatamos ao visitar os pomares da Embrapa em Petrolina. O caqui, que trouxemos para cá, e a pera começam a produzir com 1 ano e 4 meses depois de plantado, já a maçã com 8 meses”, relatou o técnico na palestra, lembrando que faz parte do convênio experimental, todo o custeio que envolve o cultivo, desde as mudas, até todo material empregado na irrigação e insumos por um ano, com o agricultor só fornecendo sua mão de obra.
 
Pimenta-do-reino

Há algum tempo, é anseio dos irrigantes do Pepia, ter a oportunidade de experimentar, em Lagarto, o plantio da pimenta-do-reino, planta de alto rendimento e que oferece uma rentabilidade superior às outras variedades de pimenta já cultivadas no Perímetro. O técnico em agropecuária Tito Reis, também servidor da Cohidro, abraçou a ideia dos agricultores e foi buscar, na Bahia, as informações necessárias para introduzir em Sergipe o cultivo irrigado da planta, assim como também encontrou os fornecedores das primeiras mudas para esses pimentais.
 
Para expor o resultado de suas visitas técnicas e pesquisa de como produzir a planta, Tito Reis discorreu no ciclo de palestras da Cohidro sob o tema “Sistema de produção, cultivo e manejo da pimenta-do-reino”. No seu trabalho, levantou dados importantes, para orientar os irrigantes que já começaram a plantar suas primeiras pimenteiras e as dezenas de produtores que se mostram interessados em abraçar a novidade no Pepia.
 
“Diante das diversas formas de cultivo que vimos na Bahia, que tem o clima mais parecido com o nosso, pudemos constatar que a pimenta-do-reino se adapta a situação do produtor e não o contrário, mas ela exige muita dedicação, muita mão de obra que envolve toda a família do agricultor no plantio, mas essa é outra particularidade muito semelhante com a nossa realidade aqui no Pepia”, profere o Técnico Tito, observando que embora a região baiana, produtora da planta, seja de clima mais úmido que em Lagarto, eles não usam da irrigação, disponível no Perímetro.
 
O irrigante do Pepia, Gilvan José dos Santos, observava atentamente as explicações técnicas sobre a pimenta-do-reino. Ele é um dos produtores que já adquiriram mudas e logo iniciará o plantio de seus pimentais. “Achei muito boa a iniciativa da Cohidro de fazer este ciclo de palestras, aprendi mais de como plantar a pimenta-do-reino hoje. Muito bom pra gente que está começando”, relatou o agricultor que começou com 150 pés, dividindo espaço com a pimenta malagueta e a mandioca que já planta, mas que pretende ampliar esse número, caso o plantio dê o resultado esperado.
 
O engenheiro agrônomo da Cohidro, Remi Bastos, foi quem encerrou o ciclo de palestras da Cohidro na Exposição de Lagarto, proferindo sobre “Pragas e doenças na pimenta-do-reino”. Para ele que é especialista em patologias vegetais, “é uma cultura que se for bem conduzida, vai dar uma grande rentabilidade paro agricultor, mas vai depender da dedicação dos produtores para acompanhar de perto todo e qualquer sintoma que as plantas apresentarem, pois se não combatidas a tempo, essas moléstias podem condenar toda a plantação e até prejudicar os agricultores vizinhos”, alertou.
 
Remi Bastos enumerou as principais ocorrências de pragas e doenças, que observou ao visitar os pimentais do estado vizinho, direcionando os cuidados a serem tomados pelos futuros produtores de Lagarto. “Para evitar essas ocorrências, é importante que sejam plantadas matrizes sadias, por isso só se deve obter sementes ou mudas registradas. Combater as pragas depois de instaladas se torna um problema, pois não há pesticidas registrados para a planta, sendo recomendado o uso de defensivos para as solanáceas, como o pimentão, o jiló e a jurubeba”, explicou, ainda alertando quanto ao plantio consorciado com plantas hospedeiras de pulgões, como a abóbora, o repolho e o mamão.
 
Outra vantagem é usar o espaço entre as pimenteiras para a introdução de plantas consorciadas. Desde que escolhidas as plantas que não prejudiquem a pimenta-do-reino, como advertiu Remi, se torna uma atividade extra de produção. O irrigante Luis Henrique dos Santos, por exemplo, fará o consórcio da nova variedade com a acerola. “Tenho um hectare de pomar e pretendo plantar nele entre 550 e 600 pés de pimenta”, contou o agricultor presente às palestras que considerou “muito bom pra gente se inteirar do que está fazendo, principalmente pra gente que está começando agora na nova cultura”, relatou.
 
Presente à 50ª Exposição Agropecuária da Região Centro Sul, na abertura que ocorreu no dia anterior, o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, parabenizou a iniciativa dos técnicos da Cohidro de Lagarto e Aracaju, que se uniram para promover as atividades. “É uma oportunidade única, já que o assunto da Feira é a agropecuária, de levar aos demais agricultores as novidades introduzidas ao Pepia, assim como explicar melhor como lidar com os novos plantios, para aqueles que já participam da revolução agrícola que está sendo feita dentro do Perímetro”, comentou em visita ao Evento que acontece até domingo, 8, com atrações culturais e outras iniciativas em prol e direcionadas ao homem do campo.

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