Exposição na Biblioteca Pública revela história do bairro 13 de Julho
Relatos históricos, depoimentos de antigos moradores e materiais bibliográficos sobre o bairro 13 de Julho são alguns dos itens encontrados na exposição ‘Fragmentos de memória: de Ilha dos Bois a 13 de Julho’, realizada na Biblioteca Pública Epifânio Dória (BPED). Através do evento, o Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), comemora o aniversário do bairro e incentiva a preservação da memória desse importante pedaço de Aracaju.
A exposição foi iniciada no dia 13 de julho e permanecerá no auditório da BPED até o próximo dia 13 de agosto. As visitas podem acontecer de segunda a sexta-feira, das 8h às 19h, e aos sábados, das 8h às 12h. De acordo com a diretora da biblioteca, Sônia Carvalho, a unidade é o local ideal para a aquisição de informações sobre a localidade e um presente do Governo do Estado para a sociedade sergipana.
“A busca pelo conhecimento está intimamente ligada ao exercício da cidadania, portanto, se há acesso à aprendizagem, há também melhorias a serem adquiridas coletivamente. Iniciativas como a da exposição, por exemplo, tornam conhecidas as profundas transformações urbanísticas ocorridas no bairro 13 de Julho a partir da década de 40 e os diversos acontecimentos históricos ocorridos ao longo dos anos. O que desperta nos apreciadores e sentimento de pertencimento ao local e de preservação”, ressalta Sonia Carvalho.
Com base nas referências bibliográficas em exposição, a exemplo de produções do escritor sergipano Ibarê Dantas e de fragmentos do jornal 13 de Julho, de 1932, o processo de transição que caracteriza o bairro pôde ser descrito com objetividade. “A Ilha dos Bois foi vendida ao Governo Imperial por Honório dos Santos, em 15 de fevereiro de 1872.
O governo pretendia construir ali um abrigo para controle sanitário, por onde passariam pessoas portadoras de moléstias epidêmicas, mas o estabelecimento não foi construído. No início do século XX, o lugar recebe o nome de Praia Formosa, cuja beleza talvez se devesse ao encontro da barra do Rio Sergipe com a foz do riacho do Tramandaí”, explica Sônia.
Exposição
A Revolta Tenentista que Sergipe presenciou e que é reflexo da Revolução de 1924, ocorrida em São Paulo, além de detalhes sobre o apoio dado pelos tenentes sergipanos aos militares paulistas na noite de 12 de julho de 1924, também estão em evidência na exposição ‘Fragmentos de memória: de Ilha dos Bois a 13 de Julho’.
Segundo relatos expostos, o coroamento do movimento tenentista em Sergipe se deu com a Revolução de 30 e, principalmente, com a nomeação do capitão Augusto Maynard para Interventor Federal do Estado.
“A exposição permeia os fragmentos de um contexto histórico que destaca a área quando ainda era chamada de Ilha dos Bois, depois intitulada Praia Formosa até que fosse conhecida como 13 de Julho, a partir da década de 30, por meio do Ato Municipal nº 11. Os que vierem prestigiar o evento, inclusive, poderão visualizar esse Ato, que denomina a área Ilha dos Bois a 13 de Julho após a Revolta de 13 de Julho de 1924”, reafirma a diretora da BPED.
O relato do pároco da Igreja São Pedro e São Paulo, Valterwan Correia, também é parte integrante da exposição. Através da intervenção do padre, a comunidade do bairro 13 de Julho pôde interagir com os organizadores do evento na BPED e até contribuir para a realização dos trabalhos.
“Lembro com saudade da ponte do carvão, dos pequenos casebres onde morava o Sr. José Baiano e vários outros moradores, onde hoje está situado o Iate Club. Sinto muita saudade da Croinha, onde aos domingos ia jogar vôlei com Lia, Cazuza e outros amigos. A Croinha foi destruída com a construção do molhe na Coroa do Meio e o da Atalaia Nova”, detalha Maria Amélia de Menezes, em seus relatos sobre a Praia Formosa, local em que residiu durante 64 anos.
As lembranças de Maria Amélia remetem a um período em que passava as tardes de sábado pedindo donativos para a construção da Igreja São Pedro e São Paulo. Para esse mesmo fim, em outro período, a moradora havia sido convidada para participar da organização de bailes a serem realizados no Cotinguiba.
Programação
A exposição ‘Fragmentos de memória: de Ilha dos Bois a 13 de Julho’ é parte da programação comemorativa do aniversário do bairro 13 de Julho. Na data, o bairro foi tema de um “café-palestra” que tratou da revolta de 13 de Julho de 1924, cujo debate foi mediado pelo professor doutor da UFS, Antonio Lindvaldo Sousa. Além disso, foi pauta de discussões sobre o espaço ambiental e urbano da localidade, conduzidas pela professora doutora da UFS, Vera Lúcia França.
Moradores e demais interessados prestigiaram a celebração de uma missa comemorativa realizada na Igreja São Pedro e São Paulo, e participaram de uma quermesse na área externa da biblioteca pública, com apresentações de Barco de Fogo e da manifestação popular conhecida como Pisa Pólvora, natural do município de Estância.
Agendamento
Estudantes e demais grupos interessados podem agendar suas visitas à exposição. Para isso, basta entrar em contato com profissionais da BPED, através do (79) 3179 1907.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Exposição na Biblioteca Pública revela história do bairro 13 de Julho – (Fotos: Fabiana Costa/Secult)