Serviço Social humaniza assistência aos usuários do Hospital de Lagarto

“Eu não sabia que havia refeitório aqui no hospital. Por isso, fiquei muito satisfeita com as explicações que recebi do Serviço Social, principalmente porque somos de fora (outra cidade) e fica difícil termos gastos com lanche”. A declaração é da estudante de pedagogia Cezarevytc Sales Falcão, de 35 anos. Natural de Jequié (BA) e residente em Aracaju há três anos, ela acompanhava o pai, José Nivaldo Falcão de Souza, de 68, internado nesta sexta-feira, 7, no Hospital Regional ‘Monsenhor João Batista de Carvalho Daltro’ (HRL), em Lagarto, para fazer uma cirurgia ortopédica.

Com a assistente social, Adriana Santana Prata, ela ficou sabendo o direito que acompanhantes de pacientes internos têm, se forem de outra localidade, à alimentação no refeitório da unidade, gerenciada pela Fundação Hospitalar de Saúde (FHS). O depoimento da futura psicóloga serve bem de parâmetro para atestar o significado que o Serviço Social tem para um hospital de urgência e emergência como o Regional de Lagarto. Responsável por uma série de ações que humaniza a assistência aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), a familiares e acompanhantes de pacientes, o setor realizou em torno de 30 mil atendimentos entre janeiro e outubro deste ano.

Implantado desde a fundação do Hospital Regional de Lagarto, em julho de 2010, o Serviço Social é formado por duas assistentes sociais com mais de 15 anos de profissão. “Aqui, nós procuramos atender aos usuários em suas demandas, viabilizando o acesso aos seus direitos, não apenas de saúde, mas também socioassistenciais”, explica Maria Edileuza dos Santos, outra profissional do setor, cuja experiência também inclui atuações em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) em Lagarto.

Atividades

Entre as atividades desenvolvidas pelo setor estão o acolhimento de pacientes e seus familiares nas entradas em emergências e admissão hospitalar, visitas diárias aos leitos para identificação de demandas sociais e levantamento de acompanhantes que necessitam de alimentação, além de auxílio na mediação de conflitos entre usuários e a unidade hospitalar. “O Serviço Social também tem esse olhar na priorização do direcionamento dos pacientes mais graves para a realização de exames em outras unidades de suporte, sendo imprescindível também para socializar como funciona na prática o Acolhimento com a Classificação de Risco”, afirma Oldegar Júnior, coordenador de pronto socorro do HRL, ao destacar a importância do setor.

Uma das principais ações desenvolvidas no dia a dia do hospital está relacionada às abordagens educativas nas alas de internamento, para orientar familiares e acompanhantes de pacientes sobre as normas da unidade, as rotinas de internamento hospitalar e os direitos e deveres pré-estabelecidos para os usuários do SUS. “O Serviço Social do HRL funciona como um canal de intercâmbio entre o paciente, familiar ou acompanhante e o corpo clínico e demais profissionais do hospital, repassando informações sobre o quadro de saúde, em especial daqueles internados na áreas críticas (Amarela, Vermelha, Semiintensiva e UTI)”, esclarece Maria Edileuza.

Na rotina das assistentes sociais, também está incluída uma tarefa delicada: o acolhimento e orientação de familiares cujos pacientes faleceram. “Há casos de óbito muito delicados, embora o maior número aqui seja de pacientes cuja média de idade está acima dos 70 anos, para os quais há uma certa resignação dos parentes”, salienta. “No caso de morte, após recebermos a informação do médico ou do pessoal de enfermagem, comunicamos à família e prestamos toda assistência necessária, orientando-a sobre o fornecimento da declaração de óbito e os procedimentos legais para retirada em cartório e, no tempo hábil, da certidão definitiva”, explica a assistente social.

Outras atividades

Ainda fazem parte do rol de atividades desenvolvidas pelas assistentes sociais no Hospital de Lagarto a articulação com os Conselhos Tutelar e Municipal do Idoso, além da Polícia Civil, para a solução de problemas que envolvem criança, adolescentes e idosos, como maus tratos, violência, negligência e abandono; encaminhamentos nos processos de requisição de relatório médico, cópias de prontuário e de exames, além de laudos; autorização para alimentação avulsa (acompanhante); realização de Relatório Social subsidiando acesso à rede de atendimento socioassistencial e de Defesa de Direitos; e Viabilização de transferência e remoção de pacientes em alta hospitalar.