Aniversário do Grupo Mama Fest é comemorado com gincana da solidariedade
Solidariedade e diversão. Foi dessa forma que o Grupo Mama Fest, formado por mulheres mastectomizadas (que retiraram a mama) e assistidas pelo Centro de Oncologia do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), comemorou o seu nono aniversário. O local, escolhido pelas pacientes, foi o Same, conhecido como Lar de Idosos Nossa Senhora da Conceição, localizado na capital e que atende a 46 idosos.
Uma gincana beneficente foi idealizada para que todos participassem sem competição e se integrassem aos idosos da instituição. Foi o que explicou a psicóloga, Regina Célia Macedo. Para ela, é importante que as pacientes percebam as necessidades de outras pessoas.
“A principal essência desse evento é tirar o foco da doença delas e fazê-las perceberem também as necessidades de outras pessoas. A gente sempre realizava a gincana com duas equipes competindo e hoje isso não vai acontecer, será o grupo todo em prol dos usuários do Same”, ressaltou.
Para a fisioterapeuta, Gizele Martins, a solidariedade será o ponto forte da gincana. “Esse momento é legal para acabar um pouco com o espírito competitivo e tentar trazer a solidariedade, proporcionando uma tarde de lazer para o grupo e para os idosos”, disse.
De acordo com a assistente social do Same, Nadia da Silva, esse é um momento de integração. “Estou muito feliz com esse evento. Esse é um momento muito importante para os idosos e as integrantes do grupo Mama Fest, porque é uma realidade diferente e elas vão poder ter a oportunidade de estar vendo idosos que vivem na instituição de longa permanência. Quem está de fora terá a oportunidade de ver pessoas que não têm família, que foram abandonadas, que necessitam de um cuidado que não têm na sua casa por vários motivos. Essa é uma oportunidade do idoso ter a chance de conhecer pacientes que estão passando por um momento de dificuldade, mas que em momento algum perderam a autoestima, então é muito gratificante”, afirmou.
Emoção
Uma tarde de aprendizado e muita emoção. “Eu senti uma angústia por ver que existem filhos que abandonam seus pais em asilos. A gente se doa tanto ao longo da vida e acaba dessa forma. Adorei essa tarde que passamos aqui, aprendi muito com eles, que mesmo dessa forma, são felizes e se divertem muito”, explicou emocionada a dona de casa, Edivan Bonfim Matos, 52, integrante do grupo e que há oito anos está em tratamento contra um câncer de mama.
Abraçada a uma idosa na cadeira de rodas, a paciente Lindinalva Santos, 63, não escondia a alegria de poder compartilhar daquele momento com pessoas especiais. “Nunca é tarde para ser feliz. Quero deixar um conselho para quem está passando por algumas dificuldades na vida, peço que nunca desistam de lutar, pois o problema não é o fim”, explicou a dona de casa, que há 9 anos faz tratamento contra um câncer de mama.
A emoção também tomou conta de Vera Lúcia Santos, 55, em tratamento há dois anos e participante pela primeira vez da gincana do grupo. “Poder trazer alegria e conforto para esses idosos está sendo maravilhoso. Estou muito emocionada”, comentou.
Atividades
As atividades desenvolvidas pelas equipes foram: dança, apresentação de capoeira, desfile das pacientes com os idosos, além de terem alguns critérios julgados como, decoração do ambiente, integração do grupo com os idosos e participação nas atividades. Depois das tarefas, as pacientes foram presenteadas com toalhas personalizadas com o nome do grupo.
Para os idosos, foram distribuídos kits de higiene pessoal, personalizados pelas pacientes, contendo creme dental, escova de dente, sabonete entre outros itens que são utilizados por eles frequentemente.
Não tinha espaço para competição, apenas a descontração e o aprendizado tomaram conta de todos os participantes que se divertiram com a tarde de lazer. Os colaboradores mais uma vez ajudaram da melhor forma possível. Exemplo disso foi a Associação de Apoio ao Adulto com Câncer (Aaacase) que forneceu o lanche das participantes e as camisas com o nome do grupo.
De acordo com a presidente da Aaacase, Neide dos Santos, é sempre um prazer colaborar com essas atividades. “Elas são muito batalhadoras e guerreiras. Não é a primeira vez que participamos e é sempre um prazer dar essa força, além de comemorar com as meninas mais um ano de vitórias”, disse.
De acordo com a coordenadora do Centro de Oncologia, Rute Andrade, o trabalho de inclusão social que é feito com as pacientes tem resultado num tratamento positivo. “Elas dão o melhor de si durante as atividades desenvolvidas pelo grupo, o que vem se refletindo no tratamento. Elas percebem que são úteis e seguem sua rotina”, concluiu.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]