SES explica atraso na distribuição de medicamentos oncológicos
O acúmulo de processos que aguardam análise na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) somado à importação de matérias primas e de produtos finais para a fabricação de medicamentos tem prejudicado o abastecimento de medicamentos em todo o País. Em Sergipe, a situação não é diferente e o atraso na entrega de remédios afeta a distribuição de medicamentos oncológicos, realizada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), através da Fundação Hospitalar de Saúde.
Dos 282 medicamentos disponibilizados para tratamento oncológico em Sergipe, apenas 47 constam na Relação Nacional de Medicamentos (Rename – 2010), o que significa medicamentos de fornecimento obrigatório. Além desses, o Serviço oferta ainda outros 235 medicamentos oncológicos que, por não estarem no Rename, são custeados exclusivamente com recursos próprios do Governo do Estado, o que inclui 29 itens que são de alto custo, a exemplo de Nexavar, que uma caixa custa R$ 14 mil.
“Apesar da não obrigatoriedade desses medicamentos, o Estado tem atendido à demanda, entendendo a necessidade de garantir o tratamento mais eficiente com insumos de tecnologia avançada no mercado. Independentemente se o paciente tem recursos financeiros ou não, o serviço disponibiliza tanto o tratamento quanto o medicamento”, explicou Rute Andrade, coordenadora da Oncologia.
Segundo o diretor administrativo e financeiro da Fundação Hospitalar de Saúde, Manoel Mário Ferreira, todas as medidas foram adotadas no sentido de garantir a assistência oncológica. “Precisamos esclarecer que não cruzamos os braços. Nos últimos três meses, conseguimos recuperar em quase 60% o abastecimento de medicamentos oncológicos, todos os processos de compra foram concluídos e todas as ordens de fornecimento expedidas para garantir esse abastecimento”, afirmou.
“Somos cobrados pela imprensa e pelos órgãos que não sabem da dura realidade que enfrentamos junto aos fornecedores para abastecer esses medicamentos. Temos feito um esforço enorme para garantir essa assistência, mas não é tão fácil quanto se pensa. A realidade é muito difícil como vem relatando os próprios fornecedores e distribuidores”, declarou o secretário estadual da Saúde, Silvio Santos.
Apesar do reabastecimento de muitos itens, a Fundação Hospitalar de Saúde ainda encontra dificuldades para regularizar o abastecimento dos demais itens, dificuldades relatadas pelos próprios fornecedores. Em carta enviada à Fundação, Graça Salomão, da empresa Prime, que fornece o medicamento Bicalutamida, informou que “o fornecimento do medicamento foi prejudicado devido à greve da Anvisa”.
A representante legal da Fresenius Kabi Brasil Ltda, Karla Cavalcante, relata em documento enviado ao distribuidor de medicamentos em Sergipe que “infelizmente, estamos com falta do produto sol de Ringer com lactato de 500 ml, mas estamos trabalhando para solucionarmos o problema com o fornecimento o mais breve possível”, afirmou. O produto é matéria prima para medicamentos, assim como a Polimixina 500 MU, com dificuldade de fornecimento também pela relatada pela empresa Eurofarma.
Quanto à solicitação do Ministério Público no sentido de pedir bloqueio de contas para comprar medicamentos oncológicos, o secretário esclarece que “isso não resolve nada. Não adianta bloquear conta para comprar medicamento se os fabricantes alegam que não têm matéria prima. Bloquear contas vai causar uma série de outros transtornos no complexo sistema de Saúde”, concluiu o secretário estadual da Saúde, Silvio Santos.
Na opinião do vice-presidente da Abimed, Gilberto Alfredo, a greve dos servidores da Anvisa criou um gargalo no sistema de distribuição de medicamentos que poderá levar meses para ser totalmente desfeito.
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- Silvio Santos