Comércio Exterior de SE apresenta números favoráveis no 1º semestre
A análise da Balança Comercial de Sergipe, com base nos dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), aponta que o comércio exterior sergipano, nesse primeiro semestre de 2012, tem um cenário mais favorável comprado ao mesmo período do ano passado. Para o economista Thiago Oliveira, do Departamento Técnico da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), este resultado se deve ao fato do Estado ter apresentado uma redução nas importações em 23,92% e nas exportações um crescimento de 73,75%, o que minimizou o déficit da Balança Comercial em 60,26%.
Na análise mensal realizada pela Sedetec, os dados apontam que em todos os meses de 2012 o volume exportado foi maior que o do ano anterior, com destaque para os meses de abril, maio e junho, cujos crescimentos foram de 153,9%, 143,43% e 97,36%, respectivamente, em relação aos mesmos meses do ano de 2011.
“Analisando apenas o resultado para o mês de junho, é possível verificar que as exportações somaram US$ 8,38 milhões, representando um aumento de 97,35% em relação a junho do ano passado, cujo montante exportado havia sido de US$ 4,235 milhões. Além disso, houve um aumento de 9,31% em relação a maio de 2012”, avalia o economista, observando que comparado às importações, o mês de junho somou um montante de US$ 22,442 milhões.
De acordo com Thiago, os saldos representam um recuo de 27,30%, em relação ao mesmo mês do ano anterior, e um crescimento de 9,65% em relação a maio de 2012. “Apesar dos resultados positivos, as importações continuam maiores que as exportações, o que resulta em um déficit, em junho deste ano, de 47,13%, se comparado com o mesmo período de 2011”, explica.
O secretário da Sedetec, Saumíneo Nascimento, explica que o crescimento nas relações internacionais de comércio das empresas sergipanas é importante devido às vantagens adquiridas em relação aos concorrentes internos, através da diversificação de mercados e o maior aproveitamento da capacidade instalada. “As relações internacionais aprimoram a qualidade do produto vendido, incorporam tecnologia, aumentam sua rentabilidade e reduzem custos operacionais. A atividade de exportar pressupõe uma boa postura profissional, conhecimento das normas e versatilidade”, esclarece.
Saumíneo lembra que, para exportar, a empresa deve buscar junto à Receita Federal a sua habilitação para operar no comércio exterior. Cada operação deverá ser registrada no Sistema Integrado de Comércio Exterior e na Sedetec, que dipõe de profissionais capacitados para orientar os empreendedores.
Produtos de exportação
Conforme vem ocorrendo nos meses anteriores, verifica-se que os produtos de destaque nas exportações de Sergipe são o suco de laranja, o açúcar e os calçados. De acordo com a análise, o Suco de laranja, congelado, não fermentado, tradicional item da pauta, registrou exportações de US$ 36,861 milhões, respondendo por 49,57% da pauta deste primeiro semestre, sendo o montante exportado 199,5% superior ao do mesmo período do ano passado. “Além do crescimento expressivo das exportações nesse primeiro semestre de 2012, destaca-se ainda a grande expansão nas vendas para países da Oceania, África (inclusive Oriente Médio) e União Europeia”, enfatizou Thiago.
Todas as principais empresas exportadoras de Sergipe – Tropfruit, Maratá Sucos, Vulcabras Azaléia e Usina São José Pinheiro – com exceção da Usina Caeté, recebem algum tipo de benefício do Governo Estadual, seja locacional ou fiscal, demonstrando que a política industrial do Governo tem foco na atração de novas empresas para Sergipe, o que impacta também no aumento das exportações do Estado. Exemplo disso é o Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI) que concede incentivos a empresas que, uma vez instaladas no Estado, têm realizado transações com o exterior, aumentando assim as vendas externas.
Política de Desenvolvimento
A perspectiva da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec) é de que Sergipe consiga nos próximos anos ampliar ainda mais o fomento às exportações, sobretudo pela Política de Desenvolvimento Industrial (PDI-SE) que contempla uma série de estratégias e ações que visam a elevação das exportações da estrutura produtiva do Estado, como por exemplo, o mapeamento de mercados internacionais de produtos potencias de Sergipe; a atração de empresas para a Zona de Processamento de Exportações (ZPE-SE); a capacitação de empresas para o comércio exterior; e a promoção e participação de missões empresariais, feiras setoriais e rodadas de negócios voltadas para o mercado externo.
O PDI-SE foi lançado em maio de 2011 e construída a partir de uma parceria entre o Governo Federal, através da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI); o Governo Estadual, através da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec); e o setor privado, através da Federação das Indústrias do Estado de Sergipe (Fies).
Complementar à PDI-SE, o Estado já desenvolve duas ações que, segundo o economista Thiago Oliveira, devem contribuir a médio prazo para ampliar as exportações: o Projeto de Extensão Industrial Exportadora (PEIEx) e a ZPE-SE.
“O PEIEx é um projeto que vem sendo desenvolvido no Estado desde julho de 2009 e que visa promover a cultura da exportação em setores industriais pré-selecionados, através da modernização e capacitação empresarial, inovações técnicas, gerenciais e tecnológicas, através da contratação de cinco extensionistas”, explicou Thiago ao destacar que o projeto beneficiou até o momento cerca de 140 micro, pequenas e médias empresas formais, sendo realizado através de uma iniciativa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e Governo de Sergipe, por meio da Sedetec.
A ZPE, por sua vez, corresponde a distritos industriais onde se instalam empreendimentos com produção voltada para a exportação e que recebem como principal vantagem o direito a diversos incentivos tributários e cambiais, além de procedimentos aduaneiros simplificados. “Sergipe teve sua ZPE aprovada pela Assembleia Legislativa no mês de março de 2011, sendo o desafio atual a identificação de empresas demandantes da ZPE, de diversos setores da economia, que destinem 80% de sua produção ao mercado externo”, enfatizou o economista.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Comércio Exterior de SE apresenta números favoráveis no 1º semestre – Foto: Edinah Mary/Seides