Maternidade inicia Semana de Combate à Violência Sexual
Ao longo desta semana, a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL) realizará diversas atividades na unidade de saúde com o objetivo de divulgar o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data, celebrada em 18 de maio, é marcada por mobilizações em todo o país.
“Queremos chamar a atenção da sociedade para um crime que ainda afeta milhares de meninos e meninas: a violência sexual. O que pouca gente sabe é que a nossa maternidade é referência nesse tipo de acolhimento, garantindo todo o suporte médico e psicológico para essas vítimas”, considerou a superintendente da MNSL, Carline Rabelo.
Ações
Para reforçar a importância do serviço, nesta segunda-feira, 14, profissionais de saúde assistiram a documentários e participaram de palestras sobre o fluxo do atendimento. “O trabalho funciona através de uma rede integrada que começa na porta de entrada da unidade. Apesar do destaque que estamos dando a crianças e adolescentes, nosso serviço assiste a pessoas de todas as idades, independente do sexo ou classe social, baseada nos direitos universais da população, como preconiza a Organização das Nações Unidas (ONU),” explicou a psicóloga Karen.
Até sexta-feira, 18, integrantes da equipe multidisciplinar que atua no Ambulatório da Violência Sexual, estarão percorrendo os corredores da maternidade para orientar funcionários, pacientes e acompanhantes. O grupo, formado por médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais, não só tem a missão de divulgar o trabalho, mas também esclarecer os conceitos que caracterizam a violência sexual, desde o aliciamento à pedofilia.
Vítimas
Aos sete anos de idade, o pequeno A.S.J sente as consequências de uma violência que não só deixou traumas físicos, mas principalmente emocionais. O menino voltava da escola, numa estrada vicinal do município de Estância quando foi abordado por um motorista que estava escondido no meio de um matagal.
“Ele levou meu filho para dentro da carreta e tirou a roupa dele. Fez tudo que eu nem quero imaginar agora e depois fugiu. A vizinhança fez buscas por toda a redondeza, mas ninguém encontrou e ele está solto por aí,” desabafou a dona de casa D.S.J.
Segundo a responsável técnica pelo serviço Jânua Celi, somente este ano a MNSL já realizou 112 atendimentos a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. “Mesmo estando na chamada linha de frente, acompanhando caso a caso, ainda nos sensibilizamos muito com essa situação. Por isso, não basta apenas fazer exames e medicar contra as DSTs, temos que dar carinho a esses personagens”, disse.
A Data
A data para a mobilização nacional não foi escolhida por acaso. Em 2000, ela foi instituída como Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infanto-Juvenil para lembrar o crime contra Araceli Sanches. Em 18 de maio de 1973, Araceli, com oito anos de idade, foi violentada e assassinada por um grupo de jovens em Vitória, capital do Espírito Santo. O caso tornou-se símbolo da luta contra a violência sexual de crianças e adolescentes.
Passaram-se 38 anos do crime contra Araceli, mas o abuso e a exploração sexual continuam fazendo milhares de vítimas todos os anos. De acordo com informações do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Disque 100 registrou, somente no ano passado, 12.487 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. Durante os três primeiros meses deste ano, o serviço, coordenado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), registrou mais de quatro mil casos.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Maternidade inicia Semana de Combate à Violência Sexual – Foto: Ascom/MNSL