Professora de dança da PMA é destaque na imprensa local
Um sorriso largo; dentes brancos; cabelos longos todo trançado; alta, magra, negra e braços tão compridos que parecem querer abraçar o mundo. Tem cara de africana, mas é sergipana de 36 anos, nascida no bairro América. Estamos falando de Maria Júlia Santos, nome artístico Júlia Ban, professora de dança, afro-contemporânea, além de trabalhar o balé clássico.
Seu aperfeiçoamento na dança moderna deu-se quando ela tinha 15 anos e foi no Auditório Lourival Baptista, com o professor Erê. Estudou também com a professora Verena Bandeira e um pouco mais tarde com o professor Conga. Do moderno, Júlia foi descobrindo outras linhas e percebeu a necessidade de adquirir novas técnicas, daí partiu para o balé clássico.
Júlia conta que mesmo antes das aulas de dança, no Lourival Baptista, já era coordenadora do grupo Afro-Cultural “Bantos Nação”, formado por crianças e adolescentes do bairro América. Do Lourival Baptista, integrou o corpo Municipal de Balé de Aracaju com várias apresentações pelo Estado. Destaca ainda, o curso de danças populares com Mariano, um dos fundadores do grupo Imbuaça.
A necessidade de mostrar as coisas de raízes, que na época não eram permitidas pela Funcaju, como por exemplo, a dança afro, levou Ban a fundar a Companhia DançArte, que tem feito grandes demonstrações de dança por todo o Estado. Com a companhia, surgiu a oportunidade de ir a Campinas/SP fazer um curso de dança moderna. Lá, o grupo fez algumas exibições recebendo elogios e o convite de Jean Francesco Guarniere para retornar em outro momento, o que não aconteceu por falta de verba. Em Salvador, a companhia participou do XXII Encontro de Dança da Bahia, na Universidade Federal da Bahia (UFBA) onde pode mostrar não só a dança moderna, como também, percussão e dança clássica. Em Alagoas, participou do evento “300 anos de Zumbi”, no Quilombo dos Palmares.
Educarte
O Educarte entrou em sua vida através do convite da professora Conceição Vieira para desenvolver um trabalho com alunos da rede pública de ensino e que tinham um horário ocioso. A idéia era preencher esse tempo livre, com algo educativo, ao mesmo tempo atraente para a criança e o adolescente. No Educarte, além de ser trabalhado a dança, eles têm aulas de canto, capoeira, percussão, interpretação de textos e pintura. “Toda a experiência que adquiri, estou passando para as crianças do Educarte”, disse Júlia. Além desse projeto, Ban desenvolveu um trabalho de dança em cima da linha dos orixás, em Laranjeiras. Na Clínica Pio XII trabalhou com crianças deficientes durante um ano, atividade que pretende dar continuidade este ano. “Já estou em entendimento com a diretora da clínica, doutora Eugênia, mas precisamos contar com o apoio dos pais. Alguns não entendem a importância da arte na vida dessas crianças e que elas merecem a oportunidade de provar novas situações”.
Durante sua jornada como professora de dança cerca de 500 crianças foram iniciadas pelas mãos de Júlia Ban. Mas segundo a bailarina, ainda há uma longa estrada a percorrer. Seus planos visam um curso de massagem terapêutica, conhecimento necessário a quem trabalha com o corpo; e a entrada na universidade.
“Como Aracaju não tem faculdade específica para dança, o ideal é que eu faça dois anos de Educação Física e depois me transfira para a UFBA”.
Sobre a dança em Sergipe, Júlia considera que é preciso mais incentivo. “Quem trabalha com a arte, tem um investimento muito grande e quase nenhum retorno. As pessoas não consideram o artista como um trabalhador”.
“Em Sergipe nós temos grandes atores, bailarinos, poetas, mas é preciso que os empresários sejam mais sensíveis, pois é através da arte que nós poderemos transformar o mundo”.[/vc_column_text][/vc_column]
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