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Dor, sensibilidade elevada, vergonha da própria aparência são características comuns a pacientes que chegam à Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) Dr. José Olino de Campos Lima. Localizada no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), a UTQ é um dos mais equipados serviços de assistência a vítimas de queimaduras do Nordeste, sendo um dos poucos da região credenciados pelo Ministério da Saúde como referência nesse tipo de tratamento.

De acordo com a gerente de enfermagem da UTQ, Rita Oliveira, hoje o local funciona em condições tidas como ideais. “Trabalhamos com uma equipe multidisciplinar. Temos rotineiramente cirurgião plástico, anestesista, intensivista, clínico, pediatra, equipe de enfermagem, psicólogo, nutricionista, fonoaudiólogo e fisioterapeuta e, em caso de necessidade, acionamos ainda um psiquiatra”, conta.

Rita se mostra empolgada com o trabalho que desenvolve na unidade. Para ela, acompanhar a boa recuperação de um paciente é um presente. “Amo esse trabalho e fico muito feliz quando conseguimos cuidar de um queimado e observar o restabelecimento de sua saúde”, afirma, enquanto transita pelo corredor e mostra o centro cirúrgico, o posto de enfermagem e a sala multidisciplinar, onde funciona o serviço de fisioterapia. “Com uma equipe completa, temos consequentemente um tratamento mais completo”, diz.

No entanto, existem casos de alta gravidade que conseguem marcar a vida dos funcionários da UTQ. No final de 2010, um funcionário de uma fábrica de fertilizantes foi vítima de uma explosão de grandes proporções. Ele teve queimaduras em diversas partes do corpo. Toda a equipe se envolveu no tratamento, que incluiu diversas cirurgias, medicação constante e acompanhamento psicológico. “O hospital fez o possível para tentar salvar a vida do paciente, mas infelizmente não conseguimos. Foi uma situação que comoveu todo o grupo”, lembra Rita.

Referência

Entre os fatores que fazem da UTQ do Huse uma referência estão uma estrutura física moderna e uma equipe altamente capacitada, o que inclui cirurgiões plásticos disponíveis em sistema de 24 horas. A UTQ consegue evitar que pacientes queimados graves precisem utilizar as vagas comuns do centro cirúrgico do hospital, além de ter uma sala exclusiva para curativos, para que a vítima não fique exposta a infecções de outras patologias, pois, devido à perda de pele, a pré-disposição desses pacientes a infecções é muito alta.

Atualmente o espaço funciona com 14 leitos e aparelhagem de suporte clínico avançada. Desses 14, quatro são exclusivos para crianças e dois são utilizados como semi-intensivos, sendo que estes últimos também servem para isolamento em caso de necessidade.

Com as proximidades dos festejos juninos, a estrutura da UTQ é ampliada, já que neste período as queimaduras são mais constantes, pelo aumento de atividades domésticas com líquidos aquecidos e pelo uso dos fogos. As lesões provocadas por queimaduras normalmente geram, além dos transtornos físicos, os psicológicos. Na UTQ do Huse são registrados também casos de tentativa de suicídio, nos quais as vítimas ateiam fogo ao próprio corpo.

Em crianças, os casos mais rotineiros são acidentes domésticos, registrando-se casos provocados por líquidos aquecidos, fósforo e álcool. Nos adultos, os acidentes mais comuns são provocados por eletricidade, panela de pressão, botijões de gás e produtos químicos. 

Envolvimento

Trabalhando na UTQ do Huse desde a sua fundação, há nove anos, a técnica em enfermagem Gilza Silva lembra que nem sempre é possível salvar uma vida. “Um caso marcante foi de uma criança de nove meses que sofreu um acidente doméstico. A mãe saiu e deixou um candeeiro aceso. A casa pegou fogo e a criança já chegou muito grave, até que foi perdendo partes do corpo e não resistiu. Foi uma história muito sofrida”, conta.

Gilza diz que, apesar desse tipo de situação, gosta muito de trabalhar na unidade. “Fico realizada por causa da condição que temos de dar um resultado positivo ao paciente. As pessoas sempre deixam a UTQ com uma referência boa. Já acompanhei casos de gente com 95% do corpo queimado saindo daqui e andando normalmente, com poucas cicatrizes, acompanhei casos espetaculares de recuperações surpreendentes. Posso dizer que o número de mortes na UTQ é mínimo”, afirma.

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