Aves do Monumento Natural Grota do Angico são observadas em pesquisa
Mais de 140 espécies de aves silvestres foram encontradas dentro dos 2.183 hectares do Monumento Natural Grota do Angico (Mona), Unidade de Conservação (UC) administrada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh). O número de pássaros corresponde a apenas uma semana de pesquisa científica realizada por profissionais da área de Biologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
No âmbito das pesquisas científicas nas Unidades de Conservação do Estado, o secretário do Meio Ambiente de Sergipe, Genival Nunes, salienta que a demanda pela conservação ambiental aparece reiteradas vezes como justificativa da importância do estudo.
Segundo Genival a pesquisa é importante para conhecer e divulgar a biodiversidade de aves da Caatinga, auxiliando na tomada de decisão para praticar medidas que visem à conservação da biodiversidade. Além de servir de subsídio para outros futuros trabalhos.
“O Governo do Estado vem constantemente recebendo pesquisadores do Brasil em suas unidades de conservação. Precisamos dar oportunidades a estes pesquisadores para que em resposta aos estudos possamos avaliar a situação real das áreas protegidas e assim desenvolvermos estratégias para continuarmos a protegê-las e preservá-las por meio do que for observado nas pesquisas. Dessa forma, fortalecendo o conhecimento e as propostas de manejo desta UC”, justifica Genival o apoio à pesquisa.
De acordo com o coordenador da pesquisa, Ruan Juan Manuel Ruizesparza, a pesquisa faz parte do projeto de doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA-UFS), a qual tem por objeto de estudo o Monitoramento da Avifauna em diferentes ambientes dentro do Monumento Natural Grota do Angico.
Segundo explicou Ruan, a pesquisa será concluída em dezembro de 2013. “A pesquisa em desenvolvimento irá proporcionar diferentes benefícios para o Monumento Natural Grota do Angico, como por exemplo, conhecer a composição e a abundância das espécies de avifauna do Mona, verificar a utilização dos recursos ao longo do período de pesquisa e a variação entre as populações submetidas a diferentes condições ambientais”, aponta o pesquisador.
Caatinga
Nesse contexto já foram descritas até 510 espécies de aves na Caatinga. Dentro do Monumento Natural da Grota do Angico já encontraram 140 espécies de aves. Algumas delas realizam movimentos migratórios, se deslocando a grandes distancias para conseguir alimento. Por exemplo, a pomba conhecida como pomba-de-bando, recebe o nome cientifico de Zenaida auriculata e o guaracava-de-crista-branca (Elaenia chilensis). Algumas outras espécies realizam movimentos migratórios parciais, como o suiriri (Tyrannus melancholicus), o sabiá-poca (Turdus amaurochalinus) e o bigodinho (Sporophila lineola).
Também foram encontradas outras aves que unicamente habitam na Caatinga, conhecidas como endêmicas da Caatinga. São exemplo, o cardeal-do-nordeste (Paroaria dominicana), casaca-de-couro (Pseudoseisura cristata), a choca-barrada-do-nordeste (Thamnophilus capistratus), o bacurauzinho-da-caatinga (Hydropsalis hirundinacea), o periquito-da-caatinga (Aratinga cactorum). Uma destas espécies endêmicas encontra-se vulnerável à extinção o chorozinho-de-papo-preto (Herpsilochmus pectoral).
Ruan justifica a pesquisa revendo que a sobrevivência de muitas espécies de aves típicas da Caatinga depende diretamente da preservação do ambiente natural. Destacou a importância da criação de Unidades de Conservação, considerando que o Monumento Natural da Grota do Angico tem um papel importante por abranger uma biodiversidade representativa do bioma Caatinga que merece ser preservada.
Pesquisa extra
O grupo de pesquisa do Laboratório de Biologia da Conservação da UFS desenvolve outras pesquisas com aves dentro do Mona Grota do Angico. O mestrando em Ecologia e Conservação Marcelo de Menezes Vilas-Bôas pesquisa sobre os aspectos reprodutivos das aves da Grota do Angico, descrevendo os ninhos e monitorando as espécies de aves que se reproduzem dentro da área para avaliar o êxito reprodutivo.
As alunas de graduação em Ciências Biológicas Mônica Alves da Cunha e Caroline Santos da Silva estão analisando amostras fecais das aves para saber os alimentos que consomem ao longo do ano, com base nos resultados desta pesquisa poderemos classificar as aves nas diferentes guildas tróficas (insetívoro, onívoro, granívoro, etc).
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Aves do Monumento Natural Grota do Angico são observadas em pesquisa – Fotos: Ascom/Semarh