Funesa inicia capacitação de agentes e motoristas de UBV

A Secretaria Estadual de Saúde (SES), por meio da Fundação Estadual de Saúde (Funesa), iniciou na manhã dessa terça-feira, 17, a capacitação de 401 trabalhadores, entre agentes de endemias e motoristas de UBV, que deverão atuar no combate à dengue em todo Estado a partir de fevereiro. A abertura do curso ocorreu no auditório da Escola Técnica do SUS em Sergipe (ETSUS/SE).

A qualificação é dividia em três turmas de 20 horas cada e segue até o dia 3 de fevereiro. O curso visa capacitar os 366 agentes e 35 motoristas de UBV selecionados no processo seletivo simplificado da Funesa realizado em novembro do ano passado.

“Nossa pretensão é capacitar inicialmente todos os agentes e motoristas de UBV para que eles estejam aptos a atuarem no campo. Pretendemos desenvolver um programa de educação permanente para aprimorar a prática desses profissionais”, assegura o coordenador de Promoção e Prevenção à Saúde da Funesa, Carlos Adriano Almeida.

Para o secretário adjunto de Estado da Saúde, Jorge Viana, os agentes de endemias têm um papel destacado tanto na dimensão epidemiológica como na ética. “Esses profissionais têm um papel importante no combate à Dengue e também têm a questão ética, pois eles têm de ter um cuidado ao abordar, ao adentrar na casa das pessoas”, frisou Viana.

O secretário adjunto também ressaltou a questão do mérito. “Foram 12.800 inscritos e apenas 401 selecionados, num processo seletivo transparente e legal realizado pela Funesa. E o mérito desses 401 é única e exclusivamente deles”, destacou.

Expectativa

Para Evangivaldo de Oliveira Chaves Junior, de Itabaiana, a expectativa para o início do trabalho como agente é grande. “É um desafio de podermos ajudar e somar esforços junto com a Funesa e trazer para a população sergipana a minimização da dengue. A responsabilidade é grande, porque o agente vai ter que conscientizar a população para o combate à dengue”, entende.

O agente de endemias, Jorge de Jesus Ferreira Junior, do município de Aracaju, também tem boas expectativas quanto ao novo trabalho. “Quero dar minha contribuição para o combate à dengue e a capacitação só reforça o nosso trabalho, porque qualquer dúvida é só consultar o material que nos foi fornecido”, exemplifica.

Para uma das duas mulheres que vão trabalhar como motoristas dos carros UBV, Luciana Alves Melo, de Nossa Senhora do Socorro, dirigir um carro UBV não deve ter muito mistério, pois, ela já trabalhava como motorista de uma empresa de alimentos. “A minha expectativa é que eu consiga realizar o trabalho da melhor forma possível”, reforça.

Riscos

De acordo com a coordenadora do Núcleo de Endemias da SES, Sidney Sá, o Estado encerrou  o ano de 2011 com quase 8 mil casos notificados e cerca de 2 mil confirmados. “Em janeiro já temos 143 e desses, somente cinco foram confirmados. É importante que os gestores notifiquem os casos, mas que confirmem pelo critério laboratorial”, solicita.

O Plano de Contingência de Combate à Dengue foi criado em 2008, pelo Governo do Estado com o recrudescimento da epidemia em Sergipe como reforço aos municípios. O plano está organizado em três eixos: controle do vetor, assistência e comunicação e mobilização social. Entre as ações de controle, está a criação da Brigada Estadual de Combate a Dengue.

“Anualmente nós revisamos o plano em função da abertura de novas estruturas voltadas à assistência, como hospitais e Clínicas de Saúde da Família, por exemplo. Mas a parte de controle do vetor nós mantivemos na sua essência, que é a contratação dos agentes, o carro fumacê e o fornecimento de materiais para os municípios. Aprimoramos a contratação dos agentes e motoristas de UBV, com a parceria com a Funesa”, informou Sidney.

A coordenadora do Programa Municipal de Controle da Dengue de Aracaju, Taíse Cavalcante, disse que é muito importante essaparceria entre o município e o governo do Estado que vai disponibilizar somente para Aracaju um reforço de mais 30 agentes de endemias. ”Estamos num momento importante de  condições favoráveis para o surgimento da dengue. Fatores climáticos, como chuvas esparsas no verão, o descuido da população, o aumento do risco de circulação de vírus com o grande fluxo turístico que o Estado recebe no inicio do ano”, entende Taíse.