[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]

“ Meu pai me ensinou essa atividade que ele aprendeu com meu avô. Para mim, é motivo de orgulho. Não quero trabalhar como empregado, quero ser meu próprio patrão e tirar o sustento da terra com minhas próprias mãos”, são as palavras do pequeno produtor de Lagarto, Genivaldo de Azeveldo Jesus, o “Maradona”, para definir a importância da agricultura em sua vida.

Ao longo de 28 anos, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) é parceira da agricultura familiar. Em sua esfera de atuação, a empresa pública atende diretamente a mais de nove mil pessoas com a irrigação pública e assistência técnica. As atividades empregam famílias inteiras no cultivo da terra, fixam o homem no campo e evitam o êxodo rural.

João Benigno de Jesus, 57 anos, não se lembra de ter outro ganha-pão na vida. Ele, que seguiu os passos do pai e passou os ensinamentos ao filho Genivaldo, sempre viveu no mesmo lugar, mas afirma que a realidade mudou após a Cohidro implantar os perímetros irrigados no interior, dentre eles o do município de Lagarto, onde vive com a família.

“Nasci e fui criado nesse mesmo lugar. Aqui, aprendi a cuidar da roça e ensinei aos filhos essa profissão. Mas, desde que a Cohidro implantou o projeto de irrigação, muita coisa mudou. A gente tem serviço de verão a verão, o ano inteiro. A irrigação é um presente”, declarou João, que cultiva cebolinha, alface, coentro, quiabo, batata-doce e pimentão.

Para o agricultor, a maior vantagem da irrigação pública é garantir emprego e renda para toda a família. “Tenho meus filhos e esposa por perto, ajudando na lavoura. Cada um faz sua parte e todos fazem de tudo. É importante que eles tenham uma profissão. E cuidar da terra é um ofício muito digno”, opinou.

O filho, que é presidente da Associação de Produtores Orgânicos de Lagarto, concorda. “Se a situação continuar boa e melhorando não pretendo deixar de trabalhar com a terra. É uma profissão que nos enche de orgulho. A gente consome o que planta, e ainda consegue ter lucro com a venda”, ressaltou Maradona, que comercializa a produção nas feiras de Lagarto e faz entregas a domicílio, além do apoio da Cohidro no escoamento dos produtos através do programa ‘Frutos da Terra’, um parceria entre os governos federal e estadual.

Trabalho familiar

Situações em que famílias inteiras se dedicam à agropecuária são comuns nos perímetros irrigados administrados pela Cohidro. No lote 113 do perímetro Piauí, em Lagarto, vive uma numerosa família composta por mãe, cinco filhos, noras, genros e netos. Em um terreno que pertencia ao patriarca, já falecido, os filhos construíram suas casas e constituíram família. Hoje, quase todos se dedicam às atividades no campo.

“Plantamos folhosas, tomate, pimentão, criamos tilápias e algumas cabeças de gado. Todos nós tiramos o sustendo da terra. Os mais novos limpam o terreno e ajudam na colheita. As mulheres cuidam das vendas. Os homens fazem o trabalho mais pesado, pegam na enxada. E assim, todos os dias, a gente vai vivendo dignamente”, revelou João Pacheco da Silva, 50, um dos irmãos.

Segundo ele, apenas uma filha não participa das atividades, pois se dedica ao curso de Assistência Social em uma universidade particular. “Ela está prestes a se formar e tenho orgulho em dizer que o estudo dela só foi possível graças ao trabalho na lavoura. Meu filho Natanael, de 16 anos, estuda e, nos tempos livres, também ajuda na roça. Enquanto eles morarem com a gente, tem que nos dar auxílio na lavoura. Foi a maior riqueza que meu pai deixou para mim e meus irmãos, e também quero passar pros meus filhos”, disse.

“Sem irrigação pública nós não estaríamos como hoje. Estaríamos como antes do projeto, quando só plantávamos fumo e mandioca. A assistência técnica também é importante para nos orientar como plantar, combater as pragas. É fundamental esse trabalho da Cohidro”, afirmou João Pacheco.

Dona Maria José dos Santos, 49 anos, é o tipo de matriarca que gosta da família reunida. Em sua residência, no perímetro Jacarecica II, localizado em área que abrange as cidades de Malhador, Areia Branca e Riachuelo, dona Maria já é avó de seis crianças e vive com cinco dos sete filhos e o esposo.

“Aqui todo mundo trabalha na roça. Os menores estudam, e, no tempo livre, ajudam na lavoura. Gosto de ter meus filhos perto de mim. Trabalhando comigo e meu marido, eles aprendem um ofício e não ficam na rua sem ter o que fazer”, disse.

Na pequena propriedade rural, a família cultiva feijão, macaxeira, maracujá, banana, coco, laranja e graviola. Quatro cabeças de gado garantem o leite do dia-a-dia. Eles mantêm, ainda, uma pequena casa de farinha. “Tudo o que plantamos, colhemos e produzimos, consumimos uma parte e a outra vendemos, pois é bom ter um dinheirinho também”.

Com um histórico de sem-terra, a família de dona Maria vive hoje uma realidade bem diferente do passado. “Para o que nós já vivemos, hoje estamos no paraíso. Construímos essa casa confortável, nossos filhos estudam e têm suas atividades. Nada nos falta. Antigamente, não tínhamos terra, um lugar digno pra morar, nem condições de trabalho. A participação da Cohidro nessa mudança foi fundamental. É da água da irrigação que tiramos nosso sustento”, reconheceu.

[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Comments are closed.