Seminário discute o enfrentamento a violência sexual contra crianças e adolescentes em Sergipe
‘A sociedade em rede e o enfrentamento à violência sexual’ foi tema do Seminário que o presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA) e também coordenador do Comitê Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, Danival Falcão, participou nesta terça-feira, 22, para discutir a rede e a sociedade que fazem parte do enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes.
O evento aconteceu no auditório do Fórum Gumercindo Bessa e foi coordenado pelo Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ/SE) e pela formanda em Serviço Social pela Universidade Federal de Sergipe, Lucivânia de Souza. Na abertura dos trabalhos a acadêmica explicou a importância do evento, as contribuições da sua pesquisa e resumiu: “É uma causa silenciosa, mas de grande valia” salientou Lucivânia.
O presidente do CEDCA, Danival Falcão, o delegado de polícia, Alessandro Vieira, a psicóloga do Centro de Referência Especializado de Assistência Social, Suzane Carvalho, e a Assistente Social da Coordenadoria de Perícias do TJ, Hortência Ismerim, foram os palestrantes convidados.
Palestras
No início de sua explanação, o presidente do CEDCA, Danival Falcão, apresentou um vídeo sobre a Mobilização do 18 de maio, data que lembra um crime violento em que a menina Aracelli, de Vitória (ES), 8 anos, foi morta, estuprada e teve seu corpo desfigurado por ácido.
O Comitê Estadual de Enfrentamento a Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes foi criado em 2008 com o objetivo de monitorar e implementar as ações do Plano Estadual de Enfrentamento e desde então trabalha nisso. “Ainda este ano teremos a publicação do Plano Territorial, pois é fruto do trabalho de disseminação”, complementou Falcão.
Sobre o funcionamento da rede que monitora os direitos da criança e do adolescente Falcão analogicamente comparou os Conselhos Tutelares ao SAMU. “São eles que atendem todas as emergências: os chamados da Educação, da Saúde, dos Centros de Referência”, explicou.
Falcão mostrou também a dificuldade em manter atualizado o Sistema de Informação para Infância e Adolescência (SIPIA). “O Conselho Tutelar deveria informar sobre os dados de violação de direitos, mas há dificuldade, pois não registram. Se o conselho não for o primeiro a ser notificado, que seja o segundo, para que nenhum fato passe sem ser registrado”, argumentou o presidente do CEDCA.
O delegado de polícia Alessando Vieira partilhou sua experiência de trabalho no Departamento de Grupos Vulneráveis (DAGV) e explicou a importância das pessoas que trabalham na questão da vulnerabilidade. “Nossa rede é de pessoas e não de instituições”, complementou. Para ele, a sociedade ainda não tem percepção do grau de exploração existente.
A psicóloga do CREAS São João de Deus, Suzane Carvalho, falou sobre o trabalho de assistência a crianças e mulheres vítimas de violência e explicou o trabalho que realizam. “A gente não faz psicoterapia clássica, é um atendimento psicossocial. Observamos o contexto na qual a vítima está inserida e trabalhamos em cima disso”, acrescenta.
Ela mostrou que, em seu trabalho diário, percebe a naturalização da violência por parte das vítimas. “É necessário conscientizar, não é porque é algo naturalizado que temos que aceitar”, encerrou.
A assistente social da Coordenadoria de Perícias do TJ/SE, Hortência Ismerim, explicou que o Seminário era a última fase do Projeto de Intervenção da acadêmica Lucivânia e mostrou os dados da violência sexual com dados do Disque 100. “O disque 100 tem sido uma ferramenta importante para o combate à exploração sexual”, explanou. “Discriminar é não reconhecer o outro como diferente. Devemos tratar o outro como outro” refletiu Hortência.
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