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O atendimento a crianças e adolescente prestado pela Fundação Renascer não se restringe ao período de internação ou abrigamento em suas unidades. O acompanhamento pós cumprimento de medidas é uma realidade bem sucedida na entidade. O Programa de Egressos (Progressos) há dois anos faz esse trabalho de orientação dos adolescentes que deixam as medidas socioeducativas e protetivas.

Inicialmente, o programa atendia apenas as crianças e adolescentes vitimas de abusos ou riscos físicos e sociais que estão, por determinação judicial, sob a guarda do Estado. “Depois, estendeu-se para a medida socioeducativa e o atendimento passou a ser mais amplo. Atualmente são acompanhados 43 jovens egressos. Destes, 30 foram integrados à turma do ‘Adolescente Aprendiz’ desenvolvido junto ao Senac”, informa a coordenadora do Progressos, Sheila Lara.

A turma iniciou em março com 30 alunos no curso de Auxiliar Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Hoje, 19 jovens continuam frenquentando a sala de aula e colocando o aprendizado em prática em órgãos parceiros da Fundação Renascer na oferta de vagas de estágio, tais como a Seides, Sead, Secretaria da Mulher, Junta Comercial, Ministério Público Estadual, Alese e, mais recentemente, o Sebrae.

Atualmente são cinco egressos, sendo um oriundo de medida protetiva e quatro de socioeducativas empregados com carteira assinada. Outros porque não conseguiram cumprir as normas do programa. Nessa última situação, a coordenadora marca reuniões para verificar o motivo do não cumprimento. Um exemplo são as faltas não justificadas.

“Antes do desligamento, nós esgotamos todas as tentativas: primeiro damos uma advertência verbal, outra escrita. Porque o objetivo é que eles cumpram o programa e concluam a formação”, explica Lara. Além disso, já existe uma lista de espera com 23 adolescentes inscritos para a segunda turma do ‘Adolescente Aprendiz’, número que deve crescer até o encerramento do período de inscrição.

“Já solicitamos ao Senac e estamos apenas aguardando a data de início”, informou a coordenadora, ressaltando ainda que a Fundação Renascer é a primeira e única entidade estatal com turma de adolescentes aprendizes no Senac.

Participação dos municípios

A Fundação Renascer acompanha diretamente os adolescentes de Aracaju e grande Aracaju. “Nos demais municípios, nós levamos o encaminhamento para os Creas ou quando esse não existe, para os Cras”, informa a coordenadora. A diretora presidente da Fundação Renascer, Antônia Menezes, ressalta que tem acompanhado esse trabalho constantemente.

“Através de ofícios, mantemos contato com as secretarias de Inclusão Social dos vários municípios, solicitando a intervenção e o acompanhamento efetivo do adolescente em progressão de medida e egresso objetivando evitar a reincidência”, disse, acrescentando que nesses dois anos de aplicação do programa, a reincidência do jovem na Fundação Renascer foi muito baixa dentre os adolescentes acompanhados. disse a presidente. “ A secretária Estadual de Assistência, Inclusão e Desenvolvimento Social, Eliane Aquino, tem colaborado. Ela tem solicitado aos secretários e empresários uma atenção especial para que esses adolescentes sejam inseridos no mercado de trabalho no próprio município de origem”, completou Antônia .

Alguns municípios têm dado resposta e um retorno positivo. Existem adolescentes inseridos principalmente no Projovem e os que retornam para a escola. “A gente cobra deles também, pois quando há reincidência e o adolescente volta para as unidades da Fundação Renascer, nós precisamos saber o motivo. Quando temos essa resposta a gente sabe que houve uma tentativa”, explica a coordenadora do programa.     
                                                                                                
Nova oportunidade

Para C., 18 anos, o programa foi a chance de trilhar um novo caminho. Desde março deste ano, ele trabalha na Casa Civil. Antes, estagiou por sete meses na Sead, de onde foi encaminhado para o outro órgão estadual. “Vou agarrar essa oportunidade, pois era algo que eu esperava, mas não acreditava muito”, revelou.

Há três meses, três vezes por semana, o cartório do Ministério Público do Estado conta com a presença do jovem aprendiz egresso da Fundação Renascer. Para a coordenadora do estabelecimento, Selma Suely dos Santos, sua chegada auxiliou bastante o funcionamento do setor. “Quando ele não vem faz muita falta, pois temos que parar o serviço de um dos funcionários para fazer a função dele”, explicou.

Para o jovem A. egresso do Cenam, hoje com 20 anos, a experiência dentro do Progressos está sendo a sua melhor oportunidade. “Para mim está sendo bom, porque estou tendo bom desempenho e gostando bastante. Quando cheguei, recebi orientações e não senti dificuldade no trabalho. Essa oportunidade é única e não posso desperdiçar, por isso estou dando o meu melhor e quero me aperfeiçoar”, contou satisfeito com a sua primeira experiência profissional.

Além do curso no Senac e o estágio no cartório, o jovem cursa o 1º ano do nível médio à noite. Sobre o seu “bom desempenho”, a coordenadora Selma confirma. “Ele é um menino bom, bem educado, cumpre bem as determinações e se entrosa bem com o pessoal, que gosta muito dele”, afirmou.

Profissionalização

A Fundação Renascer também trabalha com um Programa de Profissionalização, oferecendo cursos de capacitação para os adolescentes internos. Para C.L., também de 20 anos, o primeiro registro na carteira profissional é algo que ele há muito tempo sonhava. A experiência profissional como ajudante de construção civil também veio com o programa.

“É ótimo ter um trabalho, estou feliz da vida. É melhor a pessoa está trabalhando do que fazendo coisa errada. O trabalho não está sendo difícil e quero continuar ganhando dinheiro suado”, disse o jovem, que ainda cumpre medida em regime de semiliberdade. “Às vezes eu estou em casa e fico rezando pra vir para cá, pra fugir da tentação”, relata.

Preconceito

Sobre o preconceito, C. diz que o sente em muitas pessoas. “Mas na Sead não teve, não precisei falar de onde eu vinha, eu fiz a minha parte e viram o meu desempenho tanto que me indicaram para outro lugar e estou feliz”. Sobre o motivo de ter passado por mais de uma unidade socioeducativa da Fundação Renascer, ele garante. “Isso eu não faço mais não, foi algo de momento, mas já passou”, garante .

No canteiro de obras, os jovens da Case não recebem distinção. “Conversamos com os demais funcionários para não haver esse tipo de preconceito e no trabalho todos são iguais”, garantiu Souza.

Selma Suely explicou que quando A. chegou ao cartório, o setor pessoal inicialmente fez questão de não revelar o histórico dele, para que não houvesse preconceito. “O objetivo era que a gente avaliasse o seu trabalho”, ressalta. “Depois, conversando com o coordenador do estágio ele contou que se tratava de uma reintegração social e isso não alterou em nada a relação de trabalho”, disse a coordenadora.

Ela elogia a parceria do MPE com a Fundação Renascer. “Acho importante. Não é porque ele cometeu um erro que deva pagar pelo resto da vida. É louvável essa oportunidade, ideal para diminuir o número de adolescentes que comentem infrações”, disse.

O jovem confirma as palavras da coordenadora. “O pessoal me recebeu bem e continua assim até hoje. O que eu fiz ficou no passado. Eu levantei a minha cabeça e quero seguir em frente”, disse determinado e feliz.

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