Fundação Renascer aprofunda relação com familiares em encontros
Estreitar vínculos e fazer a família acompanhar o cumprimento da medida socioeducativa e protetiva da criança e do adolescente. Essas são algumas metas das reuniões dos ‘Grupos de Família’, que acontecem periodicamente nas unidades de internação e acolhimento da Fundação Renascer. A cada encontro, que acontece geralmente nos dias de visita, um tema diferente é discutido.
No último encontro do Grupo de Família, realizado no auditório da Unidade Socioeducativa de Internação Provisória (Usip), os familiares dos adolescentes participaram de uma palestra sobre drogas. A reunião aconteceu com a participação da psicóloga Roberta da Hora Passos, que faz parte do quadro funcional da Fundação Renascer e também atua no CAPS AD. Ela falou sobre os diferentes tipos de drogas (lícitas e ilícitas), seus efeitos e consequências.
A psicóloga alertou para o crescimento do consumo de álcool, cada vez mais utilizado por adolescentes e até crianças, lembrando os problemas que as drogas provocam na sociedade, como os acidentes de trânsito e a violência doméstica. “O melhor caminho é a educação, mostrar os danos aos filhos. E a melhor forma de prevenção é o exemplo, que começa por nós”, disse Roberta Passos.
Reuniões temáticas
A cada encontro, assistentes e psicólogos das unidades escolhem o tema a ser discutido que muitas vezes surgem nos atendimentos realizados. Segundo a assistente social da unidade Sandra Medeiros, os temas podem também surgir a partir de sugestões dos próprios familiares. Além das drogas, a unidade já realizou palestras sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Sistema Socioeducativo, o funcionamento da unidade, as regras de convivência, entre outros.
“Observamos as demandas no atendimento ao adolescente e em alguns casos os familiares também opinam sobre o que querem ouvir. Às vezes são assuntos que extrapolam as medidas socioeducativas, mas a gente entende que não basta atender ao adolescente, precisamos estender esse trabalho à família”, explicou Medeiros.
A gerente de medidas protetivas Glícia Cristina Moreira informa também que as equipes técnicas estão sempre promovendo debates, encontros e discussões para trazer a família até a instituição. “Nós partimos do pressuposto de que o trabalho social com a criança e o adolescente em risco ou abandono perpassa sempre pela aproximação do vínculo familiar”, ressaltou. Ela lembrou que na maioria das vezes é o abandono que leva a criança e o adolescente a uma unidade de acolhimento.
“O ECA diz que o atendimento é dever da família, do Estado e da sociedade. Tentamos dividir essa responsabilidade, que muitas vezes fica só com o Estado. Por mais que a gente [técnicos] se esforce a fazer o trabalho, não somos a figura do pai ou da mãe, mas sempre um tio ou tia”, indica a gerente.
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