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A Orquestra Sinfônica de Sergipe (Orsse) é conhecida pela sua destreza na realização das peças mais difíceis e na noite desta quinta-feira, 25, o público sergipano que compareceu ao Teatro Tobias Barreto (TTB) pôde conferir de perto que a cada apresentação o grupo se aperfeiçoa ainda mais.

Guiada pelo regente titular Guilherme Mannis, a Orsse apresentou três peças dos séculos XVII e XVIII no concerto intitulado ‘Noite do estilo antigo’. A apresentação foi a sexta edição da Série Cajueiros, que coroou também os cinco anos de Mannis à frente da orquestra sergipana. Desde que iniciou na Orquestra, o maestro tem desempenhado um trabalho ímpar frente ao grupo sinfônico. Hoje, cinco anos após sua chegada, a Orquestra de Sergipe se consolida como uma das melhores Sinfônicas do país, com concertos regulares e sendo sempre sucesso de público e crítica por onde passa.

Para Mannis, o concerto da noite do dia 25 só atesta a trajetória de sucesso que a Orsse tem registrado. “Pensamos em fazer um repertório essencialmente antigo e buscando estabelecer alguns paradigmas de interpretação. Como, por exemplo, no fato de apesar de termos instrumentos modernos, buscarmos tocar como se tocava no passado. Acredito que a Orsse teve muito êxito, como em todos os outros desafios os quais nos propomos”, comemorou. Mannis ressaltou ainda que, para ele, o concerto foi especialmente emocionante, pois foi mais uma apresentação com teatro lotado de pessoas que estavam ali para ver, exclusivamente, a orquestra sergipana, além, é claro, de estarem comemorando junto com o maestro seus cinco anos frente à Orsse.

“É uma honra estar em Sergipe e ser um dos agentes culturais deste Estado e agradeço muito a confiança que sempre tive por parte do Governo. Acredito que nesses cinco anos a orquestra se inseriu no cenário nacional como uma das poucas sinfônicas do Nordeste a ter uma temporada que traz muitos solistas, que faz um repertório sempre inédito e variado, e, principalmente, por ser um grupo que orgulha o sergipano. Posso dizer com toda a certeza que hoje a Orquestra é um bem indispensável da nossa cultura”, finalizou o maestro.

A Orquestra Sinfônica de Sergipe é gerida pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e tem patrocínio do Instituto Banese e do Banese Card, além do apoio cultural da Fundação Aperipê e  Empresa de Serviços Gráficos de Sergipe (Segrase).

Passeio pelo antigo

As peças brilhantemente executadas pelas Orsse mostraram, mais uma vez, por que o grupo tem se destacado no cenário nacional da música clássica. Iniciando a apresentação com o Concerto de Brandemburgo, a Orquestra surpreendeu o público pelo grau de dificuldade da peça. A apresentação em Fá maior faz parte de uma coleção de seis peças musicais, composta por Johann Sebastian Bache, que a Orsse executou com a presença do Maestro Guilherme Mannis no cravo. No clássico barroco também teve destaque os instrumentos de sopro e corda.

A peça seguinte foi a Serenata Haffner, em ré maior, de Wolfgang Amadeus Mozart. O concerto foi escrito pelo pedido do prefeito de Salzburg, cidade natal de Mozart, Sigmund Haffner, e é uma serenata com oito movimentos, sendo que três deles minuetos. A peça é escrita para violinos, viola, contrabaixo, oboés, flautas, fagotes, trompas e trompetes e apresenta tons bastante vibrantes, intercalados com toques de suavidade.

Para finalizar a noite em grande estilo, foi executada a Suíte Pulcinella. A peça é o coroamento da fase em que Stravinsky permaneceu em refúgio na Suíça, quando se dedicou particularmente à criação de uma inspirada série de obras de câmara, principalmente de música antiga.

Público marcante

A plateia mais uma vez foi um capítulo à parte na apresentação da Orsse. Aplaudindo de pé cada peça que era concluída, as centenas de pessoas não escondiam a satisfação de ver o grupo sinfônico de Sergipe realizando um concerto tão difícil e emocionante. O analista de sistemas Sérgio Sobral, por exemplo, era um dos mais entusiasmados entre o público. Para ele, que é fã do grupo desde sua fundação, é indiscutível a forma como a Orsse tem evoluído com o passar dos anos. “Infelizmente estou vindo pouco aos concertos por falta de tempo, mas sempre que posso compareço e posso perceber que orquestra tem se aprimorado cada dia mais”, afirmou.

Outra pessoa que estava radiante com o concerto foi a assistente de contratos Iara Chagas. A moça é amante assídua da música clássica, acompanha na primeira fila cada apresentação e nota a crescente evolução do grupo. “Moro em Sergipe há apenas dois anos e desde então acompanho o trabalho da Orsse. O que posso dizer sobre este grupo é que é surpreendente o desempenho que eles têm a cada concerto”, lembrou.

Iara completou ainda que, quem entende de música clássica, percebe ainda mais o quanto o grupo melhorou ao decorrer das apresentações. “Outra marca deles é o repertório diverso, que vai do barroco ao romântico, em peças sempre muito bem executadas. Já vi algumas outras orquestras e sei que a Orquestra de Sergipe não deixa nada a desejar”, considerou.

A engenheira química Verusca Franca, por sua vez, explica que não conhecia muito bem o trabalho da orquestra e que poucas vezes presenciou os espetáculos. Porém, ela ressalta que agora está acompanhando o trabalho do grupo mais de perto e quer passar a freqüentar mais assiduamente os concertos. “Pretendo, inclusive, trazer meu filho para conhecer também este belo trabalho, afinal, é uma forma de valorizarmos o que é produzido no nosso estado e disseminarmos ainda mais a nossa cultura”, avaliou.

Sobre Guilherme Mannis

Mannis é mestre em música pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp). É diretor artístico e regente titular da Orsse desde 2006. Ele criou com o grupo projetos como as Temporadas Anuais de Concertos, Formação de Plateias, Concertos nos Interiores, Turnê Brasil, Gravações de Música Brasileira, entre outros.

Premiado em diversos concursos, esteve já à frente de importantes grupos orquestrais brasileiros tais como Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), Amazonas Filarmônica, Orquestra de Câmara do Amazonas, Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília, Sinfônica da Bahia, Sinfônica de Ribeirão Preto, Filarmônica do Espírito Santo e Petrobras Sinfônica. Já no México, conduziu a Orquestra Sinfônica Carlos Chávez. Teve como principal professor o maestro John Neschling e participou de cursos com Kurt Masur e Jorma Panula.

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