Mardoqueu visita projeto de piscicultura desenvolvido pela Cohidro

Desde que assumiu a presidência da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação (Cohidro), em abril deste ano, Mardoqueu Bodano tem se dedicado a conhecer de perto o trabalho realizado pela empresa. Além de percorrer os perímetros irrigados e acompanhar os projetos desenvolvidos nesses locais, o presidente pôde conhecer e se deslumbrar com o projeto de Piscicultura que a Cohidro desenvolve no interior do estado. A visita ocorreu na manhã de terça-feira, 16, nos municípios de Areia Branca e Campo do Brito, e foi acompanhada pelo diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola, João Quintiliano.

Responsável pela implantação e coordenação do projeto, o engenheiro agrônomo e gerente de Aquicultura e Pesca da Cohidro, Francisco Farias, explica que o objetivo é dar apoio aos pequenos criadores de pescados e alevinos. “Há 13 anos, a Cohidro tem apoiado o desenvolvimento da Piscicultura no interior do estado, prestando assistência técnica aos pequenos produtores e oferecendo novas tecnologias através de cursos, palestras, treinamentos e reuniões”, explicou Farias.

De acordo com o agrônomo, a Cohidro atende a mais de 100 famílias de oito associações que trabalham na criação de tilápias e tambaquis, dentre outras espécies. A produção anual supera as 400 toneladas e, segundo Farias, a Cohidro tem papel importante para o escoamento dessa mercadoria. “A empresa também acompanha e orienta as associações de criadores na comercialização de sua produção, sejam em feiras livres, supermercados, ou através do ‘Programa de Aquisição de Alimentos’ da Conab [Companhia Nacional de Abastecimento]”, pontuou o agrônomo.

A primeira parada da comitiva aconteceu no povoado Coqueiro, município de Areia Branca. Às margens da barragem Jacarecica II, cerca de 40 famílias se dedicam à criação de tilápias. A produção mensal chega a 1,5 t. O presidente da associação, Agnaldo dos Santos, comentou o papel da Cohidro junto aos criadores. “A companhia desempenha uma função muito importante, desde a fiscalização do trabalho realizado, o acompanhamento técnico, o apoio logístico e na comercialização”, destacou.

O ex-cortador de cana, Everaldo dos Santos, largou a antiga atividade para se dedicar exclusivamente à criação de tilápia. Hoje, ele comercializa sua produção de porta em porta na cidade de Areia Branca e também destina parte dela ao município de Itabaiana. “Foi a melhor coisa que já fiz”, resume o pequeno criador sobre a mudança de atividade. “A Cohidro é um órgão bastante atuante. Sempre que precisamos, ela se faz presente”, concluiu Everaldo.

Unidade modelo

A segunda parada foi no povoado Serra das Minas, em Campo do Brito, onde o Governo do Estado, através da Cohidro mantém uma Unidade de Mini-Processamento e um Berçário de Alevinos. No local, é possível acompanhar todo o processo de criação dos peixes. Localizado na barragem Porção da Ribeira, o projeto de produção de tilápias da Associação de Criadores de Peixes da Barragem de Campo do Brito revela, de forma prática, a viabilidade da piscicultura racional.

São 12 famílias de trabalhadores rurais integrando a associação, todas residentes no Povoado Serra das Minas, onde são criadas as tilápias em tanques-redes, uma espécie de gaiola onde os peixes vivem numa área delimitada, mergulhados no lago formado pela barragem que, em certos locais, tem até 20 metros de profundidade. Cada gaiola chega a abrigar mais de mil peixes.

O presidente da associação, José Venceslau, trabalhava como marceneiro antes de se dedicar à piscicultura. “Não tenho como comparar um trabalho onde eu ficava dentro de uma fábrica respirando pó com esse que realizo aqui, cuidando dos peixes. Às vezes ele vem comer na minha mão. É uma atividade bonita, relaxante e gratificante”, declarou Venceslau.

Já o encanador Thiago Andrade é um consumidor assíduo das tilápias. Para aproveitar o feriado na cidade com a família, Thiago não deixa de levar alguns peixes para casa. “Compro sempre para consumo próprio. Eu e minha família cozinhamos para fazer pirão ou assamos na brasa. É um produto de muita qualidade, além do preço que também é convidativo”, ressalta o encanador que desembolsou R$ 23 por quase 4 kg de tilápia.

Encantado com o trabalho, o presidente Mardoqueu Bodano parabenizou a todos os envolvidos no projeto de Piscicultura. “Essa é uma luta de 13 anos do nosso agrônomo Farias. Parabenizo não só a ele, mas a todos aqueles que se dedicam a esta atividade. Fico impressionado com a forma como eles trabalham e também com a visão que têm de comercialização. Dá pra ver que é um trabalho muito bonito, agora só resta provar a qualidade do produto”, descontraiu Mardoqueu, antes de experimentar a tilápia assada na brasa.