Diferentes períodos da música clássica em concerto da Orsse
A Orquestra Sinfônica de Sergipe (Orsse) vem inovando a cada espetáculo. Na noite desta quinta-feira, 4, não podia ser diferente. Em mais uma edição da série Cajueiros, a orquestra mostrou sua maturidade e autonomia ao lado de músicos sinfônicos reconhecidos mundialmente: o violinista Daniel Guedes, e o atual maestro da Sinfônica do Paraná, o português Osvaldo Ferreira.
Este é o quinto concerto da série Cajueiros realizado pela Orsse, que conta com a coordenação da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), patrocínio do Instituto Banese e Banese Card, apoio cultural da Fundação Aperipê e Segrase. A plateia, que se mostrou emocionada a cada sinfonia, deixou o Teatro Tobias Barreto (TTB) – local onde ocorre, também, as apresentações da série Mangabeiras – com um gostinho de ‘quero mais’.
Com uma programação atraente, a orquestra iniciou sua apresentação com a abertura da ópera ‘La gazza ladra’, de Gioacchino Rossini (peça sublime retratada em diversos desenhos animados e, também, no filme Laranja Mecânica de Stanley Kubrick). Dando sequência, o público foi agraciado com a beleza da melodia da complexa execução de Max Bruch: ‘o concerto para Violino nº 2’. Por fim, um dos mais ilustres e conhecidos músicos do grande público: L. van Beethoven teve sua Sinfonia nº7 em Lá Maior Op. 92, executada pela orquestra.
A convite do diretor artístico e regente da Orsse, Guilherme Mannis, os músicos Osvaldo Ferreira e Daniel Guedes mostraram sua satisfação em executar essas belíssimas obras em parceria com a Orsse. Desde 2008, Daniel Guedes já se apresentou com a orquestra em várias ocasiões. Para o violinista, a orquestra vem crescendo a cada ano e hoje está inserida entre as melhores do Brasil.
“Hoje ouvimos falar da Orsse em grandes centros como Rio e São Paulo. Sem dúvidas, acho que o Guilherme (Mannis), com sua juventude e genialidade, a cada dia dá um novo gás aos músicos”. Sobre a sua apresentação, Daniel afirma que esta foi especialmente marcante, pois pôde executar uma obra raramente tocada. “Fiz a primeira audição nº2 de Bruch no Brasil e hoje pude executá-la para o público sergipano, que pediu bis e por isso toquei uma peça que está no meu cd ‘Luísa’”, contou o violinista.
À frente da Orsse nesta noite, Osvaldo Freire revela que o repertório escolhido traz peças de diferentes períodos da música clássica. “Rossini é um dos poucos que conseguiu fazer dinheiro com a música quando ainda estava vivo. Um fato curioso em relação a ele que costumo contar é que quando ele completou 30 anos, ele largou a música e passou a ser cozinheiro o que não deu muito certo”, brincou o maestro.
Segundo Osvaldo, o ‘concerto para violino nº 2 de Brunch foi escolhido por ser uma obra de rara execução. “Após Brunch, seguimos com uma das grandes sinfonias de Beethoven. Trata-se de um dos períodos mais alegres de sua vida. Esta obra reflete o contrário da grande maioria de suas sinfonias. Com isso, terminamos de uma maneira alegre, pra cima”, explicou.
Concerto e o público
O casal João Magalhães e Luísa Félix afirma que durante estes 14 anos de união, a música clássica sempre se fez presente no relacionamento deles. Para o engenheiro civil, o concerto de Brunch foi o que mais chamou sua atenção. “O andamento de toda a execução realmente foi excelente, sem falar que os convidados da noite estão desempenhando um maravilhoso trabalho”, destacou João, que ainda ressaltou a importância da música clássica em sua rotina diária.
Para o professor e músico, Antônio Gonzaga, os concertos realizados pela Orsse a cada dia vêm mostrando sua evolução e expressividade diante do público sergipano. “É claro que todas as apresentações me marcam, mas guardo uma em especial que foi o ‘Festival Beethoven’. Deu para perceber que as obras foram escolhidas com minúcia e o resultado foi espetacular”, elogiou Antônio.
Sobre Osvaldo Ferreira
É formado pelo Curso Superior de Violino no Conservatório de Música do Porto. Nos Estados Unidos, concluiu mestrado em Direção de Orquestra e na Rússia, fez pós-graduação no Conservatório de São Petersburgo. Frequentemente, o maestro é convidado para participar dos principais festivais de música de Portugal, ele ainda dirigiu orquestras na Rússia, Estados Unidos, Brasil e Europa. Este ano, ele substituiu o maestro Alessandro Sangiorgi, na Orquestra Sinfônica do Paraná.
Sobre Daniel Guedes
Carioca, Daniel iniciou seus estudos de violino aos sete anos com seu pai e logo ingressou no Conservatório Brasileiro de Música. Desde os 10 anos ele vem atuando como recitalista, camerista e solista das principais orquestras brasileiras e também nos EUA, Canadá, Inglaterra, América do Sul, Noruega e Itália. Daniel é professor do Conservatório Brasileiro de Música e do Instituto Baccarelli (São Paulo). Vem, também, lecionando em importantes festivais como o Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão e o Festival de Música de Santa Catarina (Femusc).
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