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Objetivando avaliar qualitativamente o trabalho desenvolvido pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), junto aos agricultores familiares, o presidente da Emdagro, Jefferson Feitoza de Carvalho, e o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural, Bernardo Lima, estão visitando comunidades rurais assistidas pela Instituição. A primeira visita aconteceu em Santa Luzia do Itanhy, onde a Emdagro assiste a 914 agricultores familiares, de um total de 43.807 agricultores familiares assistidos pela empresa em todo o estado.

Segundo Jefferson, o contato com o agricultor familiar pela Diretoria da Empresa será uma prática diária. “Procuraremos ouvir dos nossos clientes como se encontra a assistência que estamos prestando e ouvir a opinião sobre as políticas públicas que levamos e sugestões de criação de programas que atendam às suas demandas”.

Atualmente, a Emdagro tem uma diversidade de programas voltados à agricultura familiar: o programa de Ações fundiárias, agricultura irrigada, apoio à comercialização, assistência a assentamentos rurais e aos empreendimentos rurais (Banco da Terra), assistência às colônias rurais, cadeias produtivas (leite, aquicultura, fruticultura, apicultura, mandioca, sementes, ovinocaprinocultura, oleaginosas e coco), capacitação de agricultores familiares, crédito fundiário, crédito rural, defesa sanitária animal e vegetal, desenvolvimento da agroecologia, e da fruticultura, desenvolvimento social e sustentável do semiárido, fomento à produção agropecuária, fortalecimento da agricultura familiar, programa Mão Amiga (laranja e cana-de-açúcar), mecanização agrícola, pesquisa agropecuária, regularização fundiária, turismo e artesanato rural.

O presidente da Emdagro fez questão de enfatizar a importância da agricultura familiar, que em Sergipe é responsável por 84,1% (225.950) das pessoas ocupadas nos estabelecimentos rurais do estado, de acordo com dados do Censo Agropecuário do IBGE de 2006. A agricultura familiar também é responsável em nosso estado por 78% da produção de arroz em casca; 95% do feijão; 96% da mandioca; 79% do milho em grão; 52% de bovinos; 67% de leite de vaca; 77% de leite de cabra; e 78% de suínos.
 
Assentamento Vitória da União
 
Localizado a 8 km do município de Santa Luzia, o Assentamento Vitória da União foi a primeira parada dos diretores da Emdagro. O assentamento, composto por 28 lotes, é conhecido pela história de luta para ocupação da terra. Logo ao chegar ao Assentamento, o grupo visitante encontrou a propriedade de D. Edna, localizada na beira da pista. “A propriedade serve de vitrine do nosso trabalho, pois todo mundo que passa pela pista ou entra no assentamento, vê o plantio”, fala o empolgado técnico da Emdagro, Jackson Ribeiro.
 
Em uma área de 1.000 m², a agricultora produz folhosos, que comercializa na feira de Estância, tendo um rendimento anual de R$ 24 mil. Adepta, inicialmente, aos adubos químicos, Edna ouviu dos técnicos da Emdagro os efeitos desses produtos para sua saúde e para o meio ambiente, e conheceu propriedades que utilizavam apenas tecnologias agroecológicas. Ouviu bastante e viu resultados, e percebeu que o caminho é a produção de alimentos sadios. Hoje, ela está vivenciando esse processo de mudança, e já deixou os venenos e substituiu os adubos químicos por esterco de bovino e de ave. “Edna é um exemplo. É uma sementinha plantada que está frutificando”, ressalta Jackson.

Outra tecnologia apresentada à dona Edna pela Emdagro, foi a Irrigação. Com o Riacho Priapu passando pela sua propriedade, Edna retirava água de balde para molhar a sua horta. Para facilitar o seu trabalho, a Emdagro doou um Kit de Irrigação por gotejamento que ajudou  nesse início de processo de mudança. O processo continuou com a empolgação da agricultora com os  resultados e com a possibilidade de aumentar a produção. Edna vendeu um garrote e com o dinheiro adquiriu, com assessoramento técnico, um kit de irrigação com mini-aspersão, sistema esse que atende às exigências do seu terreno.
 
O grupo Pedacinho do Céu
 
Saindo da propriedade de dona Edna, o grupo andou mais 100 metros indo encontrar uma Unidade Demonstrativa de Hortaliças Orgânicas, onde quatro assentadas – Solange dos Santos, Maria Francisca de Jesus, Genilda Correia dos Santos e Maria Anália Fiel – se uniram e estabeleceram, com a Emdagro, estratégias para garantir a produção de alimentos em quantidade e qualidade, tanto para consumo como para o mercado.

“Eu faço parte do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais e sempre que eu participava das reuniões, tinha aquela discussão para fazer horta de fundo de quintal”, conta Solange dos Santos. Segundo ela, foi daí que veio a parceria com a Emdagro. “Eles fizeram uma reunião com o pessoal do assentamento, falaram sobre o assunto e distribuiu as sementes, para começar o trabalho. Foi um trabalho muito bom, muito bonito que a Emdagro fez com a gente. Quando a gente recebeu a semente, ficou pensando no que fazer. Tinha esse terreno aqui embaixo e nós resolvemos plantar. Aqui era um mato, então fizemos um mutirão e os técnicos da Emdagro, Jackson e Valderez, participaram também. Eles ajudaram. Foi muito bom, muito interessante. Limpamos a área, tiramos a curva de nível e graças a Deus está aqui dessa forma. Nós pretendemos ampliar mais, com ajuda da Emdagro, porque sem os técnicos não dá”.
 
O trabalho produtivo do grupo teve início em 2009 com uma pequena irrigação manual, mas já em 2010 avançou com os trabalhos, quando recebeu da Emdagro um kit de irrigação por aspersão. “No início, a gente trabalhava aqui de balde, pegando água de lá para cá. A gente colocava um tonel, e as quatro, com a ajuda dos filhos, iam enchendo de água. Enquanto três vinham enchendo o tonel, as outras vinham regando. Era muito difícil”, enfatiza Solange.
 
Além do kit de irrigação, a Emdagro doou ao grupo um tonel com biofertilizante, adubo orgânico à base de mamona e húmus. “As pessoas têm que aprender a trabalhar com as próprias pernas e não ficar esperando só doação. É muito importante receber doação, mas para começar. Mas daí a pessoa tem que saber manejar e trabalhar. Nós quatro já criamos umas cabecinhas de gado, então o esterco dos animais, a gente já traz pra horta”, exemplificou Solange.
 
As agricultoras já aprenderam a produzir e utilizar tecnologias adaptadas e sustentáveis, como o controle alternativo de pragas e doenças através da utilização da manipueira, nim, cinza, biofertilizante e compostagem orgânica. O grupo produz em uma área de 1.070 m² o coentro, cebolinha, pimentão, quiabo, alface, couve e tomate. A produção obtida é principalmente destinada para o consumo, garantindo a segurança alimentar e nutricional da família e o excedente é vendido para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). A entrega de alimentos para o Pnae é realizada quinzenalmente com as seguintes quantidades: cinquenta quilos de quiabo, cinquenta de pimentão, cinquenta molhos de cebolinha e cinquenta molhos de coentro. Também quando sobra, vende na própria comunidade.

A renda mensal do grupo é de R$ 500. O grupo está ampliando a área plantada e com a Emdagro, discute outras opções de mercado. “Nós pensamos em botar uma barraca na beira da pista e levar os nossos produtos para lá. Eu acho que vende muito bem”, enfatiza Solange dos Santos.
 
Casal faz parte da OCS

Saindo da área do Grupo Pedacinho do Céu, os  visitantes  andaram menos de 1 km e encontraram a propriedade do casal Nete e Gisélio. É com alegria, amor ao trabalho e à família que a senhora ‘Nete’ conta o que produz na sua propriedade. “De tudo tem um pouco.  Tem  umas 30 vaquinhas,  tem animal para puxar a carroça, 21 cabeças de porcos,  mais de 100 galinhas. Temos também bananeira, laranjeira, coqueiro, pimenta, de tudo  para gente comer. Dessas coisas não tem assim o suficiente para vender, mas para o nosso consumo”.

D. Nete reforça: “Fui para Pernambuco, Brasília, Bahia, Juazeiro e Petrolina. Tô conhecendo o mundo agora depois de velha. Os técnicos da Emdagro fazem o convite e eu vou. Numa viagem vi um lugar de botar as galinhas, coberto de telha e pensei: eu vou fazer, pois quando eu ia dormir,  ficava deitada no quentinho e minhas filhas (as galinhas) no molhado. Nós fizemos, mas diferente. Fizemos uma ‘inventação’. Cobrimos de palha; fiz o bebedouro de garrafa pet; fiz um berçário; um ninho que dá pra colocar quatro galinhas”.

Seu Gisélio vende as galinhas na feira, em valores que variam de R$ 15 a R$ 20, dependendo do tamanho. O casal tem uma horta onde produz coentro, pepino, alface, cebolinha e couve. O agricultor conta que “fazia uma ‘leirinha’ e, quando chovia, o esterco descia junto às águas. “Jackson ensinou a fazer a curva de nível. Eu aprendi e já posso ser um professor para outro, pois já sei ensinar. Agora, estou aprendendo a fazer a compostagem. Nós aprendemos e usamos também urina de vaca, manipueira, esterco, bagaço de capim. É uma terra viva”.
 
Dona Nete e Genésio estão cadastrados na Organização de Controle Social (OCS ) do Sul Sergipano. “Sobre isso, dona Nete diz que o marido gosta de fazer propaganda. “Ele sai dizendo que os produtos não têm veneno e as mulheres perguntam: como você prova que não tem veneno?, ele responde dizendo que vai trazer o certificado do Ministério da Agricultura”. O casal tem uma moto com um cesto, onde coloca as verduras e vende em Santa Luzia. Segundo eles, o próximo passo é a irrigação e, para isso, a Emdagro já está fazendo o projeto.
 
Ao final do dia, os diretores fisicamente avaliaram positivamente o trabalho de assistência técnica e extensão rural realizado pela equipe local de Santa Luzia e se comprometeram a viabilizar algumas demandas apresentadas, a exemplo do ponto de venda na BR, elaboração do projeto de irrigação para ampliação das áreas de dona Nete e do grupo de mulheres e capacitação sobre o aproveitamento integral dos alimentos.

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