Saúde articula Plano Estadual de Eliminação da Sífilis Congênita
A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum e pode ser transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo sem camisinha com alguém infectado, por transfusão de sangue contaminado ou da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou o parto. O uso da camisinha em todas as relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de prevenir-se contra a sífilis.
Para combater a sífilis congênita transmitida de mãe para filho na gestação – doença que tem tratamento e pode causar, se não for cuidada, má-formação do feto, retardo mental, aborto ou morte do bebê quando este nasce gravemente – a Diretoria de Atenção Integral à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), realizou durante a semana uma reunião no gabinete do secretário de Estado da Saúde, Antônio Carlos Guimarães, no Palácio Serigy, que contou com a participação de gestores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Vigilância Epidemiológica Estadual e Municipal, Fundação de Saúde Parreiras Hortas (FSPH) e a Diretoria de Comunicação Social da SES, com o objetivo de pactuar ações com base na apresentação do Plano Estadual de Eliminação da Sífilis Congênita.
De acordo com o diretor de Atenção Integral à Saúde, David Oliveira, o Estado se encontra em uma situação preocupante relacionada à sífilis congênita. “Nos incomoda saber do grande número de casos de sífilis, já que trata-se de uma doença antiga e que tem tratamento fácil e específico há décadas, atrelado a um diagnóstico simples e com poucos efeitos colaterais. E sobre a congênita, a nossa maior preocupação é que estamos em maio e já temos quase 90 casos notificados, e as consequências para o feto são de graves sequelas, ou seja, é uma doença que tem um enorme impacto na vida da pessoa e que pode ser evitada simplesmente quando identificada no início, meio e até no final da gestação”, alerta.
Ele informa ainda como a ação de diagnóstico e controle podem ser praticados. “O ideal é captar a gestante no momento em que for realizar o seu pré-natal e, com isso, ser feito o teste rápido. Caso o diagnóstico de sífilis seja positivo, a pessoa deve ser tratada com três doses de penicilina injetável. Mas isso não é o bastante. É necessário que o parceiro também seja cuidado, pois se estiver infectado, se a mulher tiver novamente relações sexuais com ele, voltará a ter a doença. Então, o que nos preocupa é saber que a cobertura de pré-natal oferecida no Estado é boa, onde aproximadamente 90% das grávidas fazem pelo menos quatro consultas de pré-natal. E o que nos leva a refletir é sobre o porquê dessa gestante não estar sendo identificada, recebendo um diagnóstico e tratamento adequados. Este é o nosso desafio, e junto com as demais áreas iremos conseguir reduzir drasticamente o número de casos”, disse o diretor.
David Oliveira acredita que é necessária uma grande mobilização das áreas para o combate permanente, lembrando que a Sífilis é um problema de saúde pública no Brasil e em várias partes do mundo. “Para reduzir os casos de sífilis congênita no Estado é imprescindível uma grande mobilização que envolve as equipes de Saúde da Família que são as que abordam as gestantes nos municípios, a Fundação de Saúde Parreiras Hortas, a qual possui o laboratório central e ajuda a agilizar os diagnósticos, o Ministério da Saúde (MS), que nos ajudará enviando testes rápidos dando apoio nos diagnósticos, e da integração do município de Aracaju, onde ocorre a maioria dos casos”, sintetiza.
Plano
O Plano Estadual de Eliminação da Sífilis Congênita agrega os seguintes aspectos: aumento da capacidade de diagnósticos das equipes – com treinamentos e capacitações; aumento da capacidade de velocidade dos laboratórios, com uma campanha de comunicação que permita que as mulheres grávidas tenham consciência do direito aos exames, teste rápido de sífilis e tratamento, e que sensibilize os homens sobre a importância do tratamento deles como forma de não contaminar seus filhos também, durante a gravidez.
A criação de um canal de comunicação da área de Vigilância Epidemiológica que permita controlar os índices de sífilis no Estado, com a implantação de uma linha telefônica centralizada na SES, para verificar os casos e a confirmação da doença, e informar se o tratamento foi efetuado corretamente e se atingiu o índice satisfatório.
Mudança da realidade
O secretário de Estado da Saúde, Antônio Carlos Guimarães, parabenizou os envolvidos nesta ação, pois é uma oportunidade de mudança da realidade. “É bastante válida essa conversa em conjunto com as áreas envolvidas. Estamos dispostos a zerar os casos de sífilis congênita no Estado e a iniciativa é também uma forma de melhorar os demais problemas de saúde. A nossa meta de zerar os casos é ousada, no entanto, mais ousado ainda é conseguirmos manter essa padrão”, afirmou.
A representante da Coordenação de Vigilância e Saúde da SMS, Cristiani Ludmila Borges, reforçou a importância da parceria entre o estado e município no combate. “Pactuar as ações do município com a SES é bastante apropriado, já que temos um plano municipal de combate à sífilis e que envolve as áreas estratégicas. Unir a nossa experiência e a nossa realidade sobre a doença com o plano estadual é um grande passo que irá beneficiar toda a população, em especial, os recém nascidos”, concluiu.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Saúde articula Plano Estadual de Eliminação da Sífilis Congênita – Fotos: Ascom/SES