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“A violência sexual tem características universais e está tomando proporções pandêmicas”. O alerta foi feito pelo médico ginecologista obstetra e consultor do Ministério da Saúde (MS), Carlos Noronha, durante a Capacitação para Profissionais do Serviço de Atendimento às Vítimas da Violência Sexual, realizada na última sexta-feira, 6, no miniauditório da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL).

Segundo Noronha, tal afirmação se justifica pelo fato de a violência sexual estar presente em todos os lugares, independente da cultura ou da classe social de quem sofre ou pratica o ato, e pelo elevado número de casos registrados em todo o mundo. “De uma forma global, o índice de violência sexual, principalmente contra a mulher, é algo imensurável. São muitos os casos, mas a gente sabe que ainda há muitas vítimas que não procuram atendimento especializado por falta de conhecimento ou medo do agressor. Isso precisa mudar”, ressalta o consultor.

Sergipe foi o primeiro estado do Nordeste a receber a capacitação para implantação do protocolo que será adotado por profissionais da saúde, segurança pública e inclusão social. A iniciativa é uma intervenção do MS, que visa uniformizar o atendimento à vítima de violência através de normas técnicas específicas.

A escolha de Sergipe como pioneiro para implantação das normas técnicas se deu devido à agilidade do estado na articulação em torno do tema. “O que vimos aqui é excelente. Percebi que já vem sendo feito muito do que propomos. Há alguns desafios, mas iremos monitorar constantemente essa implantação para avaliar as dificuldades apresentadas”, explicou Carlos Noronha.

A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, considerada referência no assunto em Sergipe, atende a mais de 450 vítimas por ano, avaliando o estado de saúde física e psicológica da paciente, realizando exames para possível detecção de Hepatite B, C e de todas as DSTs, e oferecendo acompanhamento posterior de até seis meses, para avaliação física, e por tempo indeterminado, para avaliação psicológica, dependendo da necessidade de cada caso.

“Nosso objetivo é oferecer um atendimento mais humanizado possível, devido à fragilidade desse tipo de paciente. Seja aqui na maternidade ou nas demais instituições da rede de atendimento, é a partir deste primeiro contato e do acolhimento prestado que contribuiremos para fazer renascer a cidadania da vítima”, afirma a médica e responsável pelo setor de atendimento das vítimas de violência sexual da MNSL, Patrícia Chaves.

Participantes

De acordo com o representante do Núcleo de Prevenção à Violência da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Luiz Cláudio Soares, esse tipo de capacitação para qualificar o atendimento é imprescindível, já que esse serviço é de extrema importância para sociedade. “Essas capacitações oferecem a oportunidade também para o intercâmbio de experiências e informações entre os profissionais das diversas áreas e dos vários setores presentes”, disse.

O secretário adjunto de Estado da Saúde, Jorge Viana, e o diretor-geral da Fundação Hospitalar de Saúde – órgão responsável por gerenciar a unidade, Emanuel Messias, também prestigiaram o evento. O secretário adjunto aproveitou a oportunidade para ressaltar a importância da transversalidade no serviço de atendimento às vítimas de violência.

“A violência sexual é um assunto que envolve saúde, segurança e direitos humanos, por isso, a importância de termos todos vocês hoje aqui. Há a necessidade dessa interlocução entre os serviços para levarmos o melhor atendimento à população”, frisou Viana.

Emanuel Messias também defendeu o fortalecimento da rede de atendimento e parabenizou os presentes pelo trabalho desenvolvido a cada dia em seus respectivos órgãos. “Vocês são verdadeiros guerreiros, pois vêm tratando esse problema de frente. Muitos casos aconteciam, mas era como se não existissem. Hoje, através das ações públicas, a gente tem tentado transformar essa realidade, levando o melhor atendimento possível aos usuários. Por isso, a educação e as capacitações terão sempre o meu apoio, pois são fundamentais para essa conquista”, destacou Emanuel Messias.

Presenças

Na capacitação estiveram presentes, além dos profissionais da MNSL, representantes da SES, Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), Secretaria Estadual da Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social (Seides), Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Delegacia de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), do Instituto de Medina Legal (IML) e do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse).

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