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O Palácio-Museu Olímpio Campos (PMOC) recebeu na noite desta segunda-feira, 6, a celebração de um momento histórico para a cultura sergipana. Assim como a iluminação natalina que já decora a estrutura do PMOC, a identidade sergipana brilhou diante das duas novidades apresentadas pela Fundação Aperipê (Fundap): o projeto de digitalização do acervo da Aperipê TV e o lançamento do programa piloto ‘Lá em casa é assim’. O evento contou com a presença da presidente da Fundap, Indira Amaral; do secretário-adjunto de Estado da Cultura, Marcelo Rangel; além de artistas sergipanos e representantes de instituições vinculadas aos projetos.

O processo de digitalização do acervo da Aperipê TV é uma iniciativa inédita que está sendo implementada através de uma parceria com a Universidade Tiradentes (Unit). O objetivo é facilitar o acesso ao acervo da emissora e, principalmente, preservar a história de mais de 20 anos de TV. “A Aperipê está de parabéns pela iniciativa de recuperar um acervo que faz parte da cultura da televisão sergipana, quiçá brasileira, e a Unit estará sempre à disposição da sociedade para participar dessas ações”, afirmou o coordenador do Complexo de Comunicação Social da Unit, Alex Sandro Gois.

A digitalização de todo o material deve durar cerca de dois anos e o acervo será disponibilizado na internet, servindo de suporte para pesquisadores e o público interessado em conhecer a história do audiovisual e da comunicação do estado. “É o momento de celebrar uma enorme contribuição para a cultura sergipana, já que parte desta cultura está registrada nos acervos e na memória da Aperipê. Parabéns à Unit, por estar se aliando ao poder público em prol da TV pública, e parabéns à Fundação Aperipê e toda a sua equipe pelo comprometimento com a cultura do nosso estado”, frisou Marcelo Rangel

A presidente Indira Amaral, antes de destacar a importância dessa grande novidade, fez questão de homenagear e agradecer a Sérgio Melo – filho do ilustre produtor, compositor e apresentador João Melo – um dos grandes defensores e responsáveis pela realização do projeto de digitalização. “A gente vinha buscando condições para digitalizar o arquivo da Aperipê, era um sonho nosso, pois são 25 anos de registro da história da televisão sergipana. Preservar esse material é conservar a memória do nosso povo, da nossa cultura”, disse.

Modernização e facilidade

Indira ressaltou ainda possíveis entraves que, num futuro próximo, poderiam dificultar o acesso a esses antigos arquivos. “Deixar que esse material fosse destruído, ou perdido por conta de uma chuva ou por uma instalação elétrica mal feita é um crime contra o patrimônio público”, comentou a presidente da Fundap, agradecendo o esforço de todos os profissionais que vêm trabalhando nesse projeto de recomposição e atualização de todo o material da Aperipê TV.

O processo de digitalização busca converter todo o material de áudio e vídeo que se encontra em fitas Umatic – padrão utilizado até o final dos anos 80 – DVCAM, DVD, e disco vinil para o codec PRORES 422, substituindo os antigos formatos por um único servidor de compartimento do acervo. A digitalização demora algo em torno de três horas para cada 60 minutos de programa. Na primeira etapa, é feita a limpeza da fita para que, em seguida, seu conteúdo seja capturado.

O primeiro programa que está sendo digitalizado é o ‘Identidade’, apresentado por João Melo na década de 80, e em seguida os programas ‘Aperipê Memória’ e ‘Forró no Asfalto’. Mais de 800 fitas, referentes aos mais diversos programas já exibidos pela emissora, também estão inseridas no processo de digitalização.

“Lá em Casa é Assim”

O outro marco para a Aperipê foi o lançamento do piloto “Lá em Casa é Assim”, um vídeo experimental de ficção produzido pela Aperipê TV em parceria com o Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital (Lavidi) da Universidade Federal da Paraíba. O Lavidi foi um dos contemplados no edital do Programa Laboratório de Experimentação e Pesquisa em Tecnologias Audiovisuais (XPTA.LAB) do Ministério da Cultura.

“Esse projeto chama a atenção para que, no momento exato em que a Aperipê passar a transmitir o sinal digital, ela já comece de maneira plena, não só com a qualidade da imagem, mas com todos os recursos que a TV digital pode oferecer. A exemplo da interatividade, que é onde a TV pública está apostando no que se refere aos serviços e atendimentos ao telespectador”, explicou o diretor operacional da Fundap, Jefferson Andrade, que coordena o projeto de aplicação em vídeo digital da Aperipê TV.

O vídeo ‘Lá em casa é assim’ integra esse projeto e foi produzido com o objetivo de mostrar ao público como os benefícios da TV digital – qualidade de imagem e som, possibilidade de multiprogramação e interatividade – podem ser utilizados nas prestações de serviços básicos para a população, como o pagamento de contas ou agendamentos médicos. “Estou muito feliz em participar desse novo momento da televisão, em que o telespectador passa a ser ativo e começa a interagir com a TV. Foi um prazer trabalhar com toda essa equipe, agradeço a todos que colaboraram e, quem sabe, isso possa se tornar um seriado de 10, 15 episódios”, afirmou a diretora e roteirista do piloto, Gabriela Caldas, que também é diretora do Núcleo de Produções Especiais (Nupe) da Aperipê TV.

De acordo com a atriz sergipana Diane Veloso – que representa a protagonista Sônia, uma professora de artes – o lançamento do programa é uma vitória para todos os envolvidos. “Ter chegado até aqui e ver nossa primeira exibição é um momento único. Parabéns para nós, à Aperipê e a Sergipe por essa realização”, avaliou Diane.

Programa piloto

Com duração de 26 minutos, a história do ‘Lá em casa é assim’ passeia pelo cotidiano de uma família sergipana formada por três gerações de mulheres. As experiências apresentadas na tela são situações comuns ao cotidiano do grande público que deve se identificar em algum momento da história. Além das relações familiares e todas as suas nuances, o vídeo conduz a reflexões sobre a sociedade, evidenciando, por exemplo, o papel de uma professora de artes na rede pública de ensino. O público poderá conferir a história completa na programação de fim de ano da Aperipê TV, quando serão apresentados vários especiais pela emissora.

Durante todo o mês de agosto, a equipe de produção do Nupe trabalhou na realização desse projeto, que surge como uma proposta inovadora, diferentemente dos habituais vídeos institucionais. Após a procura e seleção do elenco – composto por 28 personagens, além da figuração – os ensaios iniciaram, paralelamente ao processo de captação de recursos junto à equipe de marketing da Fundap. Gravado do dia 1º a 8 de setembro, numa jornada de filmagens em torno de 12 horas por dia, o piloto surge como uma produção vanguardista, por se tratar da primeira ficção da TV pública brasileira voltada para a aplicação da interatividade na TV digital.

Para o ator Orlando Vieira, que teve participação especial no filme, Sergipe ainda tem muito potencial cinematográfico para mostrar. Há mais de vinte anos, o ator protagonizou Lampião na série ‘A última semana de Lampião’, primeira minissérie produzida por uma TV Educativa (Aperipê) fora do eixo Rio/São Paulo, na década de 80. “Acredito que, dentro de pouco tempo, nós não precisaremos sofrer tanto na parte técnica e financeira para fazer cinema. O vídeo apresentado aqui é uma mostra que Sergipe sabe fazer cinema. Temos atores e profissionais capacitados”, afirmou o veterano das artes cênicas.

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