Oficinas debatem políticas para APLs no Brasil
Para promover a ampliação do processo de avaliação e reflexão sobre as possibilidades das políticas para Arranjos Produtivos Locais (APLs) adotadas no Brasil, estão sendo realizadas nesta terça e quarta-feira, 19 e 20 de outubro, duas oficinas para APLs. O evento, realizado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia e do Turismo (Sedetec), através do Grupo de Trabalho Permanente – APL e do Núcleo Estadual de Arranjos Produtivos Locais (NEAPL-SE), tem parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Nesta terça, foi realizada a oficina Políticas para APLs no Brasil, baseada no estudo “Mapeamento e análise das políticas para arranjos produtivos locais no Brasil”. O evento terá continuidade com a realização da oficina “Superando dificuldades no acesso ao crédito”, que acontece esta quarta-feira, 20, das 9h às 13h30, no Auditório Abaís do Centro de Convenções de Sergipe (CCS).
A mesa de abertura contou com a presença diretora do Departamento Técnico da Sedetec, Sudanês Pereira, da representante do GTP-APL, Fabiani Velasco, da assessora da presidência do BNDES, Cristina Lemos, e do coordenador do estudo, professor Ricardo Lacerda. Também estiveram presentes na oficina representantes do governo local, do NEAPL-SE, de entidades participantes do núcleo, governanças dos APL, além de diversos acadêmicos.
Em sua fala, Sudanês contou um pouco sobre o trabalho com APLs em Sergipe, que começou há cerca de três anos, e discorreu a respeito da relevância da pesquisa para o estado. “Esse estudo é importante porque foi feito com a participação de instituições que desenvolvem ações com APLs em todo o estado. Os resultados vão mostrar como essas instituições enxergam os APLs e o que acham das políticas públicas do Governo do Estado para o setor”, explica ela.
Para Fabiani Velasco, a ideia do BNDES de realizar oficinas foi muito bem recebida pelos membros do GTP. “Esse é o momento oportuno para promover a discussão sobre esse estudo em Sergipe. É importante que vários atores sociais tenham a oportunidade de discutir as políticas que estão sendo implementadas no estado”, afirma.
Pesquisa
A representante do BNDES, órgão que encomendou a pesquisa, afirma que o intuito era diminuir as desigualdades regionais no Brasil, especialmente no Nordeste, além de promover a mobilização das APLs em todo o país. “Queríamos, com o estudo, saber como as políticas para APLs estão sendo conduzidas no Brasil. Trazer esses resultados para os estados é importante para que a pesquisa continue viva e seja utilizada na prática”, defende Cristina.
A pesquisa, executada pela Rede de Pesquisa em Sistemas e Arranjos Produtivos e Inovativos Locais (RedeSist), foi coordenada nacionalmente pelo BNDES e, no Nordeste, contou com a coordenação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O trabalho envolveu mais de 200 pesquisadores em todo o país e durou cerca de 17 meses. “Esses resultados serão úteis para fomentar a implementação de políticas públicas para APLs. A ideia é que os resultados sejam discutidos e que seja analisado se serão necessários ajustes que contribuam para o aperfeiçoamento dessas políticas”, argumenta.
Para Ricardo Lacerda, participar desse estudo foi um privilégio para ele e sua equipe. “Essa pesquisa é um sonho para qualquer economista, pois estiveram em pauta questões que nós queríamos estudar há muito tempo, como a identificação dos APLs e dos fluxos da economia sergipana por setor”, diz.
De acordo com o professor, a pesquisa seguiu três grandes tipos de mapeamento: das principais APLs, com o levantamento das instituições que neles atuam; dos fluxos regionais, com o apoio da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), para identificar tudo o que é importado e exportado em Sergipe, bem como o papel dos APLs nas vendas entre os estados; e dos principais projetos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) no estado, com o intuito de perceber possíveis interações dos APLs com esses projetos.
Resultados
O professor Ricardo Lacerda conta que foram realizadas entrevistas com dirigentes de diversas instituições ligadas aos APLs no estado, como a Sedetec, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Sergipe (Sebrae-SE), a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) e o Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado de Sergipe (ITPS).
Segundo Ricardo, os resultados das pesquisas apontaram algumas proposições, como a intensificação do processo de inovação nos empreendimentos, possibilitando a entrada destes no mercado externo; a busca de alternativas para captação de recursos; o apoio ao desenvolvimento da infraestutura; e a redução da burocracia, gerando agilidade para concessão de crédito rural.
Apesar de terem sido identificados alguns problemas a serem enfrentados pela política de apoio aos APLs, o estudo apontou alguns avanços na área. “Percebemos que a articulação entre as instituições de diversas esferas tem melhorado. Nunca houve um esforço tão grande dessas instituições em torno do desenvolvimento de políticas para APLs”, ressalta Ricardo. Ele afirma, ainda, que essas instituições têm conseguido reservar, em seus orçamentos, recursos para a realização de ações concretas de apoio ao desenvolvimento dos APLs.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Oficinas debatem políticas para APLs no Brasil – Foto: Jairo Andrade / Sedetec