Dois municípios de SE participam de pesquisa nacional sobre mortalidade infantil
Com o apoio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), a Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) realizará em Sergipe pesquisa sobre as condições de nascimento de bebês e de assistência ao parto e aos menores de um ano. O estudo contempla 75 municípios de médio e pequeno porte localizados nas regiões Norte e Nordeste do país e no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Em Sergipe, a análise ocorrerá nas cidades de Monte Alegre e São Francisco.
Segundo a técnica da FioCruz e supervisora da pesquisa, Sônia Bittencourt, a escolha das localidades pesquisadas se deu por sorteio realizado pelo Ministério da Saúde (MS). Para esclarecer sobre o método da pesquisa, Sônia Bittencourt se reuniu nesta quarta-feira, 26, com a equipe da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da SES e representantes dos dois municípios contemplados.
“O ministério se comprometeu com a Organização Mundial da Saúde (OMS), como um dos objetivos do milênio, em reduzir a mortalidade infantil no período de 2008 a 2011, e vem trabalhando estratégias para que isso aconteça. Já foi feita uma busca ativa de óbitos e nascidos vivos no país e um dos graves problemas que temos de corrigir é o sub-registro destas crianças”, explicou a técnica da FioCruz.
No Brasil, a taxa de mortalidade infantil entre os menores de um ano é de 21,2 por mil nascidos vivos. “Mas, nas regiões onde ocorre a pesquisa, este número é quase o dobro. Existem municípios do Nordeste, por exemplo, que a taxa chega a 40 (por mil nascidos vivos)”, informou Sônia Bittencourt, acrescentando que já houve uma pesquisa prévia em 150 municípios das regiões citadas. “Destes, 75 com até 200 mil habitantes foram sorteados para a realização de um estudo mais completo sobre as causas”.
Método
Os pesquisadores irão até os domicílios das mães com crianças menores de um ano que vieram a óbito e aquelas que tiveram nascidos vivos sobreviventes, ou seja, crianças que apresentaram risco de morte durante os primeiros dias de vida. Também serão entrevistados os secretários municipais de Saúde e visitados os estabelecimentos que realizam partos. Em Monte Alegre, serão entrevistadas 12 famílias e em São Francisco, seis.
“Vamos entrevistar os familiares e observar as condições da mãe, da casa, se tem abastecimento de água, rede de esgotos, como é a educação da família, a renda, a história produtiva da mãe, quantos filhos tem, se já houve algum aborto, se fez pré-natal, se tomou vacina, entre outras questões”, esclareceu Sônia Bittencourt. Segundo ela, o questionário tem cerca de 300 perguntas.
O estudo iniciou em abril pelos municípios do Ceará. “Neste momento, há técnicos fazendo a pesquisa no Tocantins e, a partir desta sexta-feira, 28, iniciaremos aqui em Sergipe e em Alagoas. Nestes dois estados, deveremos concluir os trabalhos em 15 de junho”, informou. Ainda de acordo com a técnica da FioCruz, a previsão para conclusão de toda a pesquisa é em setembro, sendo que, em meados de fevereiro, deverá ser feito um seminário para divulgar os resultados.
- Dois municípios de SE participam de pesquisa nacional sobre mortalidade infantil – Fotos: Marco Vieira