84 casais dizem ‘sim’ em casamento coletivo em Itabaiana
Quando criança, Maria Santos conheceu Aciole Ribeiro. Na época, o rapaz não despertava qualquer interesse na menina, afinal era dez anos mais velho. Ele se casou, ela continuou solteira. Aos 22 anos, Maria recebeu a notícia que Aciole havia se separado. Os dois logo foram morar juntos. Da união, vieram quatro filhos e três netos. Após 40 anos de cumplicidade, a agora dona-de-casa e o aposentado estavam entre os 84 casais que participaram do casamento coletivo realizado no Ginásio do Sesi de Itabaiana, na tarde da última sexta-feira, 25.
Depois de receberem a certidão de casamento, Maria e Aciole fizeram questão de exibir a felicidade. “Estou realmente muito feliz. Quando éramos novos, não dávamos muita importância para isso. Depois, fomos adiando até que surgiu a oportunidade no ‘Sergipe de Todos’. Então, não pensamos duas vezes”, disse ela.
Com menos palavras, o marido resumiu o motivo pelo qual quis oficializar o casamento. “Não quero deixar minha velhinha desamparada”.
Os participantes da cerimônia se inscreveram nos dias 10 e 11 de maio no estande do Tribunal de Justiça do ‘Sergipe de Todos’. Coordenadora do projeto, a primeira-dama do Estado, Eliane Aquino, compareceu à cerimônia. Segundo ela, o ato é uma das concretizações da cidadania levada pelo ‘Sergipe de Todos’.
“Nós temos casais que estão juntos há muito tempo e vieram oficializar a união. É muito emocionante ver a felicidade deles. Essas famílias e, principalmente as mulheres, dão muito valor a essa certidão. Para quem está na capital ou tem dinheiro para pagar, é fácil, mas para esses 84 casais tem uma representatividade muito grande. Uma moça, por exemplo, me disse que esperava há 15 anos por esse momento. Isso é cidadania.”, afirmou a primeira-dama.
Histórias
Enquanto o juiz da Primeira Vara Cível de Itabaiana, Alberto Romeu Gouveia, perguntava se aquelas pessoas estavam certas de que aceitavam seus parceiros como legítimos esposos e esposas, a dona-de-casa Wilma Bispo, 23, carregava o filho de 2 anos. Grávida do segundo filho, Wilma vive com o pedreiro José Crispim, 22, há seis anos. “Eu achei maravilhoso poder casar de graça. Uma forma até de mostrar para os meus filhos ,quando eles crescerem, que os pais deles são casados no papel”, disse Wilma.
Já a trabalhadora rural Janete Lima, 38, e o aposentado José Tenório, 69, não têm nenhum filho juntos, mas a casa deles abriga cinco, três dela e dois dele. “Eu já morei uma vez com uma pessoa e ela com outra. Mas quando me separei fui morar na mesma rua que Janete. Então, juntamos todo mundo na mesma casa. Estou aqui hoje cumprindo minha palavra de que um dia nos casaríamos de verdade”, contou o aposentado, que vive com Janete há oito anos.
A trabalhadora rural confessou que agora está feliz. “É maravilhoso poder casar. E com ele, melhor ainda. É bom homem mais velho, porque não fica de molecada com esses jovens”, afirmou.
Planos
O colégio foi o palco da paquera entre os jovens Ana Carla Oliveira, 23, e Janisson Santos, 22. Ela conta que o rapaz ficou um mês insistindo para namorá-la. “Demorei mesmo, mas para morar junto foi rápido. Depois de nove meses de namoro, já estávamos na mesma casa”, relembrou Ana Carla. Segunda ela, o próximo passo é casar na igreja. “E daqui a uns cinco anos ter filho”, garantiu.
Sentados na arquibancada esperando a vez de assinar como testemunhas de um dos 84 casais estavam a recepcionista Kátia Fonseca e o comerciante Marcos Lima. Depois de serem padrinhos na igreja, agora era a vez do casamento civil. “É muito bom ver que o governo está oferecendo isso tudo de graça. Eu que casei sei como é caro”, frisou a recepcionista.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- 84 casais dizem ‘sim’ em casamento coletivo em Itabaiana – Foto: Jorge Henrique / ASN