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Uma carta para Déda

Aracaju, 03 de dezembro de 2013.

Déda, o herói sergipano

Pessoas especiais galgam as asas dos anjos para acordarem na eternidade.

Déda, assim como Ayrton Senna e Tancredo Neves, você soube emocionar os brasileiros especialmente os sergipanos; porque você completou em sua carne e no sofrimento, o que faltava para a sua purificação. Assim como o ouro e a prata, você teve que ser acrisolado. Como falou sua esposa: “você foi intenso em tudo, até no sofrimento”.

Uma das suas últimas obras, a barragem do Rio Poxim, você teve o prazer de ver realizada; pois o próprio Deus abençoou mandando muita chuva e ela está transbordando. Nestes 30 anos, os sergipanos não vão sentir falta de água. Sempre pensando no seu povo, você realizou obras valiosas como a restauração do Palácio Olímpio Campos, hoje o Palácio Museu, local que sempre lhe acolheu até a morte. Preocupado com as artes, criaste o Museu da Gente, obra grandiosa onde gregos e troianos, se deliciam com a nossa história, nosso folclore, nossa culinária, nossas brincadeiras, nossas tradições religiosas mostrando assim a cultura do povo sergipano.

Até na morte, você foi herói enfrentando a doença, com muita dignidade, deixando para seus filhos e esposa o exemplo do valor da família. Mesmo no hospital você conseguiu se inspirar e fazer poesias, deixando um livro que foi lançado após a sua morte. Querendo dizer ao seu povo: “aqui estou, eu vim para ficar na história e no coração de quem tanto amei”. Um dos seus últimos desejos foi este: queria ser beijado pelo povo sergipano; você não só foi beijado como abraçado e carregado nos braços.

Na Praça Fausto Cardoso seu corpo foi homenageado em prosa e verso, do forró até as músicas religiosas. A sua última passagem pela Av. Beira Mar foi digna de um estadista honrado e querido. O seu cortejo não foi simbólico, foi demonstração viva de um povo que lhe amava e queria demonstrar este amor com toda a intensidade. Você pediu para ser cremado e suas cinzas metade jogada no mar que misturada às ondas, iam beijar a terra que você tanto amou. A outra parte, embaixo da árvore Pau Brasil que você plantou junto com Eliane no Parque da Sementeira.

Déda, não é só Sergipe que ficou órfão de um político de garra ética e inteligência como a sua, mas o Brasil e o mundo. Que o seu exemplo de amor febril pela Pátria venha despertar nesta nova geração, a responsabilidade de uma política honesta, cujo ponto de equilíbrio seja o desenvolvimento do nosso Estado.

Dai-me um povo que acredita no amor, e verás a felicidade sobre a terra”.

O amor como a esperança não morrem, dormem para acordar mais belos.

Brasileiro e ilustre sergipano como foi; não permitirá que choremos, pois as lágrimas impedirão de ver sua Estrela no céu.

Iza Diamar, escritora e pedagoga.

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