[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]A Prefeitura Municipal de Aracaju mudou a realidade dos moradores do Bairro Coroa do Meio trazendo dignidade e cidadania para a população que residia em barracos e palafitas na área do manguezal. Embora o Projeto ainda não esteja concluído, as modificações estruturais e na qualidade de vida das pessoas são visíveis e intensas.

O Projeto de Reurbanização da Coroa do Meio, que foi iniciado pela PMA, trouxe uma nova expectativa de futuro para os moradores, que antes viviam em situação de risco e vulnerabilidade social e buscavam sobreviver em meio à ausência de segurança, saneamento básico, água encanada e energia elétrica. Ao todo são 650 famílias beneficiadas com casas populares que são entregues aos moradores cadastrados gratuitamente.

Ângela Maria Souza Santos, de 22 anos, que desde os 12 anos morava em uma casa de palafita, não se cansa de admirar sua nova casa. “Desde pequena morei nas palafitas. Me casei lá e comecei a criar meus filhos lá. Nunca antes apareceu ninguém para nos ajudar”, disse dona Ângela. “Eu já tinha ouvido várias promessas, mas nada concreto. Antes, nas palafitas, era só sofrimento. Uma vez, meus filhos pisaram numa tábua solta e caíram e se arranharam. Foi horrível”, lembra Ângela, que agora só quer pensar no futuro. “Eu estou achando esta casa maravilhosa. Aqui a gente tem mais segurança porque acabou a favela, a convivência ficou melhor. Aqui tem água, tem energia. Nunca pensei que teria isto em casa. É uma maravilha porque antes tínhamos que pegar água no chafariz e sair carregando os baldes. Sei agora que meus filhos têm um futuro melhor”, conta Ângela, entre sorrisos, demonstrando alegria. “Quando eu puder, vou construir meu murinho e fazer mais um quarto para meus meninos”, sonha a jovem mãe.

As casas têm banheiro com saneamento básico, energia elétrica, cozinha, quarto e sala, além de espaço para quintal e varanda. Viviane Maria dos Santos, grávida de cinco meses, mudou para a nova residência há um mês, acompanhada do esposo e do filho de três anos. Para ela, esta é a realização de um sonho. “Eu achei isto maravilhoso. Ainda nem sei o que estou sentindo direito. Acho que é uma felicidade imensa. Ainda não estou nem acreditando. Passei oito anos morando em um barraco onde tudo era feito de tábua. Não tinha banheiro, só à maré onde fazíamos tudo e precisávamos carregar baldes para termos água em casa”, relembra Viviane. “Acho que agora poderei viver com dignidade porque aqui tem Posto de Saúde perto, tem Escola… Aqui é um sonho porque nós nunca íamos ter condições de comprar uma casa ou mesmo de pagar um aluguel. Esta casa tem quintal para o meu filho brincar, tem espaço na frente e, no futuro, se tivermos condições, podemos até aumentar um pouco a casa”, idealiza Viviane.

Reurbanização com dignidade

Após um extenso trabalho, que envolveu a recuperação do manguezal, importante fonte de renda para muitas famílias da localidade, trabalho de conscientização junto aos moradores a respeito da preservação ambiental, além de cadastramento dos moradores das palafitas em programas sociais executados pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc), hoje o bairro é motivo de orgulho para os moradores.

A vida da diarista Denise Santos Bezerra, antes marcada pelo sofrimento, agora é de pura felicidade. “Eu morei mais de dez anos nas palafitas. Foi lá que criei meus filhos e sofri muito porque, abandonada pelo meu marido e tendo que fazer tudo sozinha, eu nunca ia conseguir ter um lugar meu”, comenta. “Eu sofri nas palafitas, tive que sair às pressas no dia em que a minha cozinha desabou e só sobrou uma mesa. Após a minha casa cair, a Prefeitura de Aracaju me colocou em uma casa e ficou pagando o aluguel até esta casa ficar pronta. Hoje estou realizada”, observou. “Não esqueço a minha alegria no dia em que o caminhão da Emurb veio fazer a minha mudança. Aqui é uma maravilha, agora estou no céu, tendo minha casinha com todos os papéis. Hoje posso dormir sossegada sem medo de a casa cair. Posso viver tranquila com meus filhos porque aqui tem tudo: escola bem pertinho, mercearia, Posto de Saúde e Terminal de Ônibus. Estou é sorrindo à toa porque meu sonho se realizou”, complementa, emocionada a diarista.

O Projeto de Reurbanização da Coroa do Meio é um exemplo para todo o país, sendo iniciado em 2001 com o cadastramento das famílias que, após serem removidas dos barracos e palafitas, foram encaminhadas para casas alugadas com despesas pagas integralmente pela Prefeitura de Aracaju, onde aguardaram, de forma digna, a construção de suas casas.

Em 2005, o Projeto de Reurbanização da Coroa do Meio recebeu o Prêmio Objetivos de Desenvolvimento do Milênio Brasil, fruto das ações de desenvolvimento no sentido de melhorar a qualidade de vida da população. Para Eliete dos Santos, a casa que recebeu do Projeto representa muito mais que um teto. “Esta casa é o meu sonho. É a primeira vez em 33 anos que eu tenho um lugar porque durante toda a minha vida morei de favor”, conta Eliete, que se emociona ao lembrar das dificuldades pelas quais passou. “Eu morava em um barraco de quatro m², nos fundos da casa de minha sogra junto com meus dois filhos e meu esposo, um local sem ventilação, e fiquei desesperada quando soube que meu filho tinha ficado com hepatite por causa da umidade do barraco”, revela.

Eliete relembra sua triste história informando que foi alertada pelos próprios médicos para que ela se mudasse do local insalubre. “Os médicos disseram que se eu não me mudasse, meu filho ficaria doente de novo. Eu saí pedindo ajuda para todos os lados e não consegui nada”, relembra Eliete. “No dia em que recebi a casa, chorei de emoção. Eu sei que fui abençoada e minha vida está começando agora porque eu consegui dar um lar para os meus filhos. É uma alegria, uma emoção tão grande que, igual a esta, só quando nasceu meu primeiro filho. Estou há cinco meses nessa casa e às vezes acordo de noite e nem acredito. É como se Deus tivesse enviado um anjo em minha vida. Hoje posso dizer que sou rica porque tenho minha casa. Hoje vejo meus filhos brincando nesse quintalzinho e me emociono. Tenho muito orgulho de pagar as contas de água e energia porque é a primeira vez que tenho isto”, desabafa, emocionada.

Assim como Eliete, Maria Bispo dos Santos também se sente realizada com a casa nova. Mãe de três filhas que cria sozinha, Maria, que é diarista, nunca teve uma casa própria. “Eu morava nas palafitas com as minhas filhas e sempre que saía de casa para trabalhar ia com o coração na mão com medo de voltar e encontrar tudo caído. Minhas filhas viviam doentes e tristes porque não tinham onde brincar. Sempre estavam machucadas por causa das palafitas e, quando chovia, ficávamos em pânico porque a casa balançava e aí eu rezava para que não caísse em cima de nós”, lembra Maria, com muito pesar. “Acho que hoje a minha maior alegria é poder ver minhas filhas brincando, correndo todas saudáveis. Eu me emociono com isto porque antes não tínhamos isto nas palafitas. O banheiro era um buraco na tábua. Era muita tábua podre caindo. Não tinha segurança, nem energia. Aqui eu sei que não falta água nem energia e ter isso aqui é uma grande felicidade”, complementa a diarista, emocionada.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Comments are closed.