Noturno
Têm para mim Chamados de outro mundo
as Noites perigosas e queimadas,
quando a Lua aparece mais vermelha
São turvos sonhos, Mágoas proibidas,
são Ouropéis antigos e fantasmas
que, nesse Mundo vivo e mais ardente
consumam tudo o que desejo Aqui.
Será que mais Alguém vê e escuta?
“Noturno” – Ariano Suassuna (1927/2014)
Esse poema foi publicado em 07/10/1945 no suplemento cultura do “Jornal do Commercio”, segundo consta levado por seu professor, Tadeu Rocha, a Esmaragdo Maroquim, editor do suplemento. Extraído do livro “Ariano Suassuna – Um perfil biográfico”, de Adriana Victor e Juliana Lins, Editora Zahar – 2007, pág. 50. A versão apresentada, de 1950, apresenta pequenas modificações em relação ao poema publicado em 1945.